quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Baú de Brinquedos: My Little Pony G2, G3 e G3.5

Muito antes de Friendship is Magic, houve isso...
Faz algum tempo, eu falei de uma das mais amadas e odiadas linhas de brinquedos dos anos 80: My Little Pony (no Brasil, Meu Querido Pônei), lançada pela Hasbro entre 1982 e 1993. No texto, comentei brevemente sobre as gerações posteriores da linha, culminando no mega-hit My Little Pony: Friendship is Magic. Antes que possa tratar do imenso sucesso de Lauren Faust, lançado em 2009, temos que discutir como a franquia chegou onde está - e para isso, temos que tratar de sua longa degeneração, que começa com a série de TV My Little Pony Tales, em 1992 e a primeira reestruturação geral da linha, vulgo a geração "1,5" e culmina em New Born Cuties, a terrível série de animação em Flash que promovia a breve "geração 3.5" de equinos grotescamente deformados.

Não há muito a ser dito sobre cada uma dessas fases da linha, então podemos tranquilamente cobrir vinte anos de My Little Pony em um único artigo - ao contrário dos seus irmãos transformáveis ou seus irmãos nas forças armas, pouca coisa realmente mudou na linha depois do fim de My Little Pony & Friends,

domingo, 16 de outubro de 2016

Juntas Soltas: Generations Orion Pax

Como os fãs bem devem saber, Optimus Prime nem sempre foi Optimus Prime. Antes de ser o comandante supremo dos Autobots e o Capitão América Robótico que tantos amam, Prime teve dias mais humildes. Dependendo da continuidade, o futuro messias mecânico iniciou seus dias como um estivador (Sunbow), um arquivista (Dreamwave, que usou outro nome para sua forma original) ou um policial (IDW) chamado Orion Pax*, que foi morto por/previu o perigo de/inspirado pelos ideias de Megatron, descadeando os eventos que o levaram a ser quem hoje é. 

Enquanto sua forma "adulta" leva o prêmio como o personagem com mais bonecos em Transformers, sua forma civil só ganhou uma figura em 2005, como um exclusivo da loja online E-Hobby, usando o pior molde de todos os tempos, G1 Kup. Foi só em 2013, sob o selo Thrilling 30, que Pax teve uma figura de fato, com um molde feito e pensado para ele. Então, vamos dar uma olhada?.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Juntas Soltas: RoTF Dirt Boss

A linha de Revenge of the Fallen tinha uma quantidade interminável de excelentes figuras de ilustres desconhecidos. Não atadas aos designs dos filmes, os bonecos "exclusivos" da toyline demonstravam muito bem o que dava para fazer com o orçamento da linha, e Dirt Boss, com o mais raro dos alt-modes (uma empilhadeira!) não é exceção. Pequenos, baratos e muito bem pensados, os Scouts da linha do segundo filme estão entre as melhores partes dos 32 anos da franquia, condensando um bom design, boas articulações e ideias pouco vistas em um pacote pequeno e barato - como o soturno Decepticon pode demonstrar.


E se você não gostar dele, ele vai te matar... na forma de uma empilhadeira.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Juntas Soltas: Generations Ultra Magnus

Certos personagens parecem ter uma sina cruel na vida, de nunca terem seus moldes próprios, sempre existindo à sombra de algum personagem mais famoso. E poucos exemplificam esse triste destino tão bem quanto Ultra Magnus, desde 1986 existindo quase que inevitavelmente como um repaint branco (ou azul) do Optimus Prime, um Optimus de armadura, outro líder cybertroniano pintado de azul, ou um Optimus levemente remodelado. 

Mesmo quando o Preservador do Acordo de Tyrest teve um molde próprio, em Robots in Disguise e Micron Legend, esse era pouco mais que um acessório glorificado para seus respectivos Optimii - e o de Micron Legend ainda por cima deixou de ser um Magnus ao ser lançado no ocidente (mas voltou a ser ao ser repintado em Energon)! Animated e Prime viram Magnii com moldes próprios, mas um deles foi posto em coma perto do fim da série e o outro teve uma segunda leva de bonecos... como vários Optimus azuis e remodelados

A vida não foi fácil para o sisudo e mau humorado "Comandante Urbano" dos Autobots. O tempo lhe faltou tanto que só com Combiner Wars ele teve a chance de realmente brilhar em um molde feito PARA ELE e não para outra pessoa e depois reusado para ele, nem pensado como um acessório para seu parente mais famoso. E mais: um molde que simultaneamente se atinha ao visual de Geração 1 enquanto abandonava de vez a noção de um Optimus branco. Bora dar uma olhada no resultado? 

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Juntas Soltas: Animated Voyager Bulkhead

Ah, Animated. Apenas uma série de Transformers encarou uma rejeição mais intensa ao ser anunciada do que a excelente série de 2007, odiada antes mesmo de começar por sua divergência radical de todos os padrões estéticos anteriores. Muito mais cartunesca que qualquer série anterior, na época ninguém pôs muita fé que os bonecos pudessem ser bons - afinal, era "óbvio" que o desenho trapaceava em suas transformações, e que não havia como chegar aqueles visuais "distorcidos" sem trapaças, não é?

Bem, quando Animated chegou ao seu fim em 2009, todo mundo quebrou a cara: não apenas a série havia ao seu fim entrado para o rol das melhores partes da franquia (junto com Beast Wars, a outra série odiada de antemão, enquanto Armada, celebrada como um "retorno às raízes", hoje figura entre as PIORES partes da franquia), mas seus brinquedos se demonstraram alguns dos mais fiéis e belos produtos nos 32 anos de Transformers. Somente Cybertron tinha níveis comparáveis de fidelidade entre animação e produto.

E quem melhor para demonstrar isso que o gorducho Bulkhead, um dos personagens completamente novos da série? O nome tinha sido usado antes em Energon para um estranho misto de Springer com Mestre Kame, mas o nome foi imediatamente associado ao gentil e meio aparvalhado gigante gorducho de Animated, gerando homenagens em Prime e uma homenagem mista em Age of Extinction (na forma de Hound, uma mistura de Bulkhead, Kup e, bem, Hound). Vamos ao plástico!

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Baú de Brinquedos: SKELETON WARRIORS

Tem certas linhas de brinquedos que afundam não por serem ruins ou por passarem do seu tempo, mas por terem algum elemento muito mal pensado - tal qual havia sido o caso dos Visionários em 1986. Nove anos mais tarde, a Playmates, que havia redefinido os padrões do mercado americano de brinquedos com sua imensamente bem sucedida linha de Teenage Mutant Ninja Turtles, viu sua grande aposta para 1995 afundar por razões similares - de certa forma, as mesmas que mataram outra linha da concorrente Hasbro, os Inumanoides.


Criada por Gary Goddard, diretor de "obras primas" como o filme do He-Man, Mega Babies e Captain Power and the Soldiers of the Future, SKELETON WARRIORS era a pedra de salvação da empresa, perdendo presença no mercado com o esgotamento da fórmula de TMNT e o súbito sucesso de Mighty Morphin’ Power Rangers. As apostas anteriores da empresa haviam fracassado: Biker Mice from Mars encarava vendas decrescentes, enquanto Exo-Squad era cancelada após o cancelamento do desenho por questões de rede.



Goddard tinha uma proposta simples, inspirada pelas reações de seu afilhado enquanto ele lia um livro para o menino: a cada vez que um esqueleto era citado, o garoto gritava “Monstro, Monstro!”. Aproveitando da identificação imediata de esqueletos com “o mal”, Goddard propôs uma série animada e uma linha de brinquedos onde heróis enfrentassem vilões esqueléticos. Ao invés de propor a série diretamente para a CBS, Goddard tratou de organizar a produção do piloto e da linha de brinquedos diretamente antes de levar a proposta ao canal. O resultado era algo que pode ser descrito como “e se uma capa de metal fosse uma série animada” ou uma versão light de Warhammer 40k (outro responsável pela escassez mundial do mercado de caveiras). Houve também um quadrinho pela Marvel (como tudo à sua época).

Isso me lembra 40k ao ponto do herói ter aquela coisa idiota na
testa que um monte de gente em 40k tem.



segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Juntas Soltas: Combiner Wars Defensor

Depois de uma pancadaria de textos sobre Combiners, é hora de finalmente encerrar a cobertura sobre os Protectobots com sua imensa forma combinada, Defensor (ou "Guardian" no Japão). Como parte da primeira leva de combiners no estilo Scramble City, o boneco original de Defensor sofria de todos os problemas daquele estilo de combinação, menos um: sua cabeça era integrada diretamente em Hot Spot, dispensando os facilmente perdíveis (e nem sempre funcionais) capacetes - o que faz dele o combiner menos fundamentalmente alterado na linha inteira. 

Não era só na cabeça que Defensor era diferente. Enquanto todos os outros combiners foram feitos para, bem, dar-lhe porrada, Defensor se voltava para a defesa e proteção da vida, apegado à humanidade a um nível que preocupava os outros autobots - e até mesmo aos seus componentes. Para sua infelicidade, suas proporções descomunais o impedem de interagir com nós sem nos fazer cagar um tijolo - salvo em forma de brinquedo, isso é. 

domingo, 2 de outubro de 2016

Os 10 Melhores Combiners de Transformers

De tanto falar em Combiner Wars - e de tanto sentir o gosto a amargo daquela tragédia produzida pelo Machinima - bateu uma necessidade de fazer o que ninguém fez (imagina...) e listar os meus Combiners favoritos de Transformers. Afinal, a única coisa melhor que um robô alienígena que vira coisas são vários robôs alienígenas que viram coisas se juntando para formar um robô ainda maior (Que pode ou não virar coisas).

Essa lista, obviamente, é puramente subjetiva. São os meus 10 favoritos, por critério algum além de "Eu gosto desses caras" e alguns motivos idiotas que só eu entendo. Ao longo dos seus 32 anos Transformers teve uma boa dose de caras-colando-em-outros-caras. Alguns excelentes, alguns estúpidos. Alguns com origens nunca explicadas, outros com histórias de origem que seriam melhor nunca contadas (estou olhando para você, Megatronia)...

E alguns feitos de peixes e que gostam de sair do chão...


sábado, 1 de outubro de 2016

Juntas Soltas: Combiner Wars Groove


 O rebaixamento do pacato espírito livre Groove de um dos membros do poderoso Defensor para o "acessório" da formação veio para alguns como um choque - a famosa motinho dos Protectobots estava sendo retirada para dar lugar a o quê mesmo? Ao mesmo tempo, houve quem visse o rebaixamento do easy rider do grupo como algo necessário - afinal, nada mais obviamente fora de escala do que um robô com uma moto como uma perna e um carro como a outra. (não que escala fizesse diferença em Transformers...)


Por bem ou por mal, Groove foi encolhido para um pequeno boneco classe Legends - pouco maior que sua figura original. A questão é... Valeu apena, ou e melhor ir atrás da versão deluxe lançada mais tarde? 

Juntas Soltas: Protectobots

Enquanto Rook e Hot Spot foram agraciados com moldes novinhos em folha em Combiner Wars e Groove foi encolhido a um Legends, Os outros três integrantes da equipe tiveram outro tratamento, demonstrando mais uma vez o potencial dos retools e redecos da linha. 

O tira durão Streetwise e o médico idealista First Aid foram o foco de uma repaginação completa de dois Stunticons. Já o psicopata obrigatório Blades, o autobot mais decepticon de todos, o equivalente entre os 'bots para Thundercracker como o cara que definitivamente não está no lugar certo, ele recebeu uma cabeça nova para o excelente molde de Alpha Bravo. 

Como não faz sentido eu cobrir em detalhes os moldes dos quais eu já tratei, o trio será tratado todo de uma vez, focando nas mudanças para seu molde original.  Eles estão aqui para proteger e servir - por mais que um deles não compreenda nem a parte do "proteger" nem a do servir, e outro esteja bem disposto a torcer a definição das duas coisas para pegar o seu alvo...

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Juntas Soltas: Combiner Wars Rook

 Olhando mais um pouco para os Protectobots de Combiner Wars e o único molde original entre os quatro deluxes do grupo, o APC Rook (ou o "caveirão" Rook, em bom português brasileiro). O membro novo semi-obrigatório da linha (os Tecnobots e os Combaticons se safaram de ter um membro novo, só passando por uma mudança de alt-mode em alguns), Rook foi visto com desconfiança antes do seu lançamento. Ainda há quem não o aceite no lugar de Groove, o eternamente relaaaaaax membro motociclístico da equipe. 

Não ajuda que Rook era - e ainda é - uma nulidade como personagem. Quando o nome vazou, houve que estranhasse que Groove fosse substituído pelo assistente do Jhiaxus ou pelo repórter de um quadrinho da Botcon. Mas no lugar destes dois tivemos.... Quem mesmo? Fora sua bio na embalagem (que o descreve como uma "estrela ascendente recém saída da acadêmia militar cibertroniana"), Rook praticamente não existe como personagem. Sua breve aparição no evento de Combiner Wars se resumiu a "estar lá enquanto Starscream usava o Enigma nos Protectobots".



quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Juntas Soltas: Combiner Wars Hot Spot.

 Voltemos um pouco à Combiner Wars, antes que Titans Return caia sobre nós - e a parte que importa de Combiner Wars, os Combiners em si (e não a série horrível do Machinima), e o líder de uma das equipes modernizadas pela leva 2015-2016 de Transformers Generations, Hot Spot. 


Com sua forma alternativa inusitada (que espécie de caminhão de bombeiros é azul celeste?!), Hot Spot sempre liderou por exemplo - especialmente no campo de batalha, onde se sente mais em casa. Seu carisma natural e sua coragem no campo de batalha fazem dele o líder perfeito para uma equipe com membros tão diferentes quanto os Protectobots. Afinal, só alguém como Hot Spot (um sério candidato a Primus Apoteosis) poderia manter o controle sobre alguém como Blades ou fazer com que pessoas como Groove e First Aid lutassem. 

Mas como ele fica no plástico?


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Cage, Strange, Rand e suas raízes no exploitation.

Estamos quase na estreia da série de Luke Cage, mais um pouquinho temos a estreia de Doutor Estranho e um pouco depois começa a produção de Punho de Ferro. Não poderia haver hora melhor para falar de uma das formas mais mercadológicas de inclusão da história da indústria cultural: o “exploitation”. Se hoje os três personagens se destacam por si só (e Cage é um exemplo de crítica social no universo Marvel), em suas raízes a história era outra...


Para discutir Cage - e os outros dois, em termos diferentes, temos que voltar para os anos 70, quando tanto Luke Cage: Hero for Hire (posteriormente, Powerman) e Iron Fist tiveram sua estréia, respectivamente em 1972 e 1974. Stephen Strange, datando de 1963, é um caso LEVEMENTE diferente, mas que tem traços da mesma tendência mercadológica. E temos que olhar para um fenômeno cultural que marcou a década de 70: dois subgêneros dos filmes “exploitation”, a blacksploitation e a febre de filmes de artes marciais baratos.

Juntas Soltas: Prime Starscream

Prime foi uma época estranha para Transformers. Como Armada e os filmes antes dela, o "core" da série original foi atualizado. Ao contrário de Armada - onde todo mundo que não fosse o Optimus foi alterado até ficar irreconhecível - as versões de Prime eram uma curiosa mescla entre múltiplas versões de cada personagem, e ninguém exemplificava isso melhor que Starscream.

Ambicioso e megalomaníaco como sua versão G1, complexo como sua versão de Armada (a única coisa complexa em Armada, por sinal), teve clones como a de Animated, era um puxa-saco sem espinha como sua versão cinematográfica e afetado como sua versão de Beast Wars II, o traíra dos traíras - dublado com perfeição por Steve "faço a voz de todo mundo em Dawn of War" Blum - pode ter ficado longe do grau épico de escrotice de seu original, mas era tranquilamente um dos melhores personagens da série. Mas e quanto ao que realmente importa? Como ficou Starscream em plástico?

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Bau de Brinquedos: um último olhar sobre G1



Já tratei aqui de Headmasters e Pretenders, Action Masters e outras tentativas de injetar sangue novo em Transformers, em outro site dos primórdios da linha. Mas antes de partirmos para a primeira de muitas tentativas de reviver Transformers, com a inovadora porém desastrosa Geração 2, há uma última coisa que devo cobrir na linha primordial: todos os pequenos gimmicks, subgrupos, sublinhas e similares que não eram grandes o bastante para merecer uma sessão nos outros textos. 

Dos Minibots aos bizarros Duocons, Transformers teve uma penca de subgrupos de personagens, centrados em um gimmick ou tema de design, que não eram grandes ou chamativos o suficiente para merecer sua própria linha. Então sem mais delongas, vamos à grande lista de subformações de Transformers que saíram do básico - mas não o bastante para assumirem controle da linha. 

domingo, 18 de setembro de 2016

Baú de Brinquedos: a Força Extrema dos Centurions

Vindos do Futuro, Doutor Terror e seu companheiro Hacker unem suas forças para conquistar a Terra. Somente uma força pode deter esta trama. A união de três homens, que tendo invento os raios EXO, podem ser transportados para qualquer lugar. Utilizando um incrível sistema de armas de ataque comandado pela estação espacial Sky Vault, eles se tornam a força extrema, homem máquina. Max Ray, brilhante comandante das operações do mar. Jake Rockwell, especialista nas operações em terra. Ace McCloud, ousado especialista nas operações aéreas. Qualquer que seja o desafio, eles estão prontos. Os Centurions.

FORÇA EXTREMA era o lema de um dos múltiplos supergrupos que marcavam os desenhos matinais e as prateleiras de brinquedos nos anos 80: Centurions: Power Xtreme. Produzida pela Ruby-Spears em parceria com a Sunrise (que não chegou a ser creditada) em 1986, a série animada de 65 episódios era como muitas outras de seu tempo, um grande comercial de brinquedos, para a linha homônima da Kenner.
Exatamente tão bobo quanto parece.

Revisitando More Than Meets The Eye: A peculiar depressão de Whirl

Whirl, aqui em forma de plástico. 
Agora que a IDW se encontra novamente em uma fase de transição e a narrativa de More Than Meets the Eye entra em sua terceira "temporada" sob o novo título Transformers: The Lost Light, sinto me mais a vontade em tratar de assuntos narrativamente delicados do universo de Transformers da editora - que tem dado o melhor tratamento à franquia desde sua origem, em 1984. 
Depressão - e em particular, a depressão suicida - é um tópico complexo para se lidar em quadrinhos. Especialmente em quadrinhos comerciais, onde o foco é o entretenimento, e não a "arte".James Roberts está entre os poucos que conseguiu trabalhar as duas coisas - o entretenimento e o devido respeito ao tópico - bem, e o fez desde seu primeiro "grande" trabalho afetando a continuidade da IDW, "Chaos Theory", em 2011 (The Last Stand of The Wreckers era praticamente um Stand Alone, e só passou a importar para a continuidade após o início de More Than Meets the Eye, em 2012). São vários personagens claramente sofrendo desse mal na revista, mas um deles - um cidadão de um olho só e mãos de pinça, considerado uma arma de destruição em massa - é o nosso tópico de hoje. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Baú de Brinquedos: O fim de Transformers G1



Faz um bom tempo já, eu fiz dois textos sobre duas fases muito importantes da primeira geração de Transformers. Primeiro, tratei do período pós-filme e os múltiplos *Masters que marcaram as tentativas de injetar fôlego na franquia na segunda metade dos anos oitenta. Depois olhei um pouco mais para trás, para as origens e a formação da franquia da Hasbro e da Takara. Os dois artigos se encerravam em 1988, pouco antes da sublinha que deu inicio ao fim de geração 1: os Pretenders.


Skullgrin

Lançados em 1988, o novo subgrupo dos Transformers era um sinal das mudanças que o mercado de brinquedos passava na segunda metade da década de 80. Onde o lema da franquia, “Robots in Disguise”, antes se referia aos modos alternativos (assim disfarçando o robô entre a nossa tecnologia), agora significava outra coisa: um robô literalmente disfarçado - como um monstro ou como um humano.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Juntas Soltas: Generations Springer e Sandstorm

Hora de sair um pouco dos combiners e olhar um pouco para trás, para os lançamentos de 2013 e 2014 na linha Generations, e sua relação com o tão amado e tão odiado Transformers: The Movie, de 1986. Produzido para "dar fôlego" para a linha, o filme é lembrado primariamente por duas coisas: por matar quase todos os personagens velhos -e por introduzir uma quantidade enorme de personagens novos, dentre os quais se destacava o carismático Triple Changer Springer (então dublado por Neil Ross).

Springer fazia o misto entre um herói de ação e um "ladino amável" a lá Han Solo (uma das muitas coisas que aquele filme copiava de Star Wars). Como muitos dos personagens introduzidos no filme, Springer não teve muito sucesso transitando da animação para o plástico, e seu boneco original estava mais para um retângulo tosco que virava outros dois retângulos do que para um robô que virava um helicóptero e um carro.

Os anos se passaram, os velhos bonecos de G1 foram homenageados em Classics, Timelines, Universe e Generations, e o bom e velho Springer sofria de um pequeno problema: iteração após iteração, cada novo boneco seu contava com apenas um de seus dois modos alternativos. Ou era o carro, ou era o helicóptero - nunca os dois. Eis que em 2013, para a surpresa geral da fanbase, como parte da linha comemorativa dos 30 anos da franquia, temos um novo Springer... completo. 

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Baú de Brinquedos: a ascensão e queda da Popy

Poucos mercados são tão menosprezados e tão voláteis quanto o mercado de brinquedos. Embora hoje este setor seja quase totalmente controlado por poucas empresas (Mattel, Hasbro, Bandai e Fisher Price, primariamente), as coisas nem sempre foram assim; entre 1960 e 1980, empresas de brinquedos surgiam e desapareciam com a mesma facilidade que lançavam linhas. Empresas do ramo têxtil (como a Hasbro) viravam gigantes dos brinquedos, e na década de 70, uma pequena subsidiária de uma gigante dos brinquedos se tornou uma gigante, apenas para desaparecer na década seguinte. Falo é claro da Popy.

Embora seja lembrada por seus bonecos de alta qualidade,
a Popy surgiu fazendo brinquedos baratos e curiosidades,
como este Getter Robo de 1973. 
Fundada pela Bandai em 1971 para a fabricação de brinquedos voltados à farmácias, lojas de conveniência e lojas de desconto, a Popy começou suas atividades com linhas baratas de veículos e miniaturas. Vendidas na faixa dos 100 aos 600 ienes, os produtos da Popy ficavam de fora do grande mercado - as lojas de brinquedos e de departamentos. Ao invés disso, eram vistos em paradas de estrada, postos de gasolina e pontos turísticos.

O caráter “descartável” da Popy fazia dela uma âncora de segurança para a Bandai, e em 1972, a empresa serviu de “laboratório” para duas licenças nas quais a matriz não tinha muita confiança: Kamen Rider e Mazinger Z.

domingo, 24 de julho de 2016

Juntas Soltas: Combiner Wars Superion

Finalmente, hora de fechar os Aerialbots, com um bocado de atraso. Como muitos combiners de G1, Superion é um desastre psicológico. Mas onde seus pares são massas de neuroses e instabilidade, resultando dos conflitos de personalidade entre suas partes, Superion é diferente. Para contornar os conflitos de personalidade de suas partes, o super-guerreiro aéreo dos Autobots desliga todos os traços de personalidade de suas partes, restando apenas uma dedicação obsessiva à destruição do inimigo.
Superion foi um dos poucos combiners a mudar pouco ao longo dos anos. De um avião grande e quatro jatos, passou para um avião grande, dois jatos e dois a-10 em Energon e para 4 jatos, um helicóptero e um ônibus espacial em Universe (2003). Agora, em Combiner Wars, o titã aéreo passou a ser... um avião grande, três jatos e um helicóptero. 

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Gundam 00: o que uma série de robôs tem a nos falar sobre a guerra ao terror?

Os pilotos de 00: três grupos étnicos vitimados pelo terror.
Séries de robôs gigantes tem abordado uma gama diversa de gêneros desde que surgiram com Tetsujin-28 Go, em 1956. Já falei antes de como foram influenciadas pela literatura Graustarkiana, das ligações do gênero com o horror, e de sua forte conexão com literatura de guerra. Mas uma obra específica pode ter muito as nos dizer sobre um dilema contemporâneo: o terrorismo.  Falo de Mobile Suit Gundam 00, a 11ª série de TV da gigantesca franquia Gundam

Gundam sempre teve um elenco diverso, e 00 (apesar de todos os seus problemas em sua segunda temporada, que não tem a ver com representatividade, mas com coesão narrativa) não é exceção. Entre seus quatro personagens principais, temos dois dos grupos étnicos menos vistos em qualquer mídia: o curdo Soran Ebrahim (vulgo, Setsuna F. Seiei, um nome falso tão obviamente falso que viola várias regras de nomenclatura japonesa) e o cazaque Allelujah Haptism (outro nome falso: tomado como cobaia humana desde criança, seu nome verdadeiro jamais foi revelado).

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Juntas Soltas: RotF Superion Maximus

Antes de abordar a versão de Combiner Wars do guerreiro aéreo dos Autobots, eu gostaria de dar uma olhada em outra tentativa de atualizar alguns dos combiners clássicos. Em 2004, durante Transformers Energon, a Hasbro e a Takara fizeram a primeira tentativa de atualizar o esquema de Scramble City: os Maximus - Constructicon Maximus, Bruticus Maximus e Superion Maximus.

O esquema era o mesmo das velhas equipes especiais: um robô maior servindo de tronco e quatro menores como os membros. Onde Combiner Wars usa um voyager e quatro deluxes, Energon usava um deluxe e quatro scouts. Limitações de orçamento forçaram as empresas a decidir entre duas equipes com cinco moldes únicos cada, ou três com três moldes únicos - opção tomada, para aumentar o número final de combiners. No lugar das peças servindo como mãos e como pés que vinham com os combiners de G1, os Maximus usavam suas armas de energon como mãos e pés "improvisados".

Em 2009, como parte das linhas Universe e Revenge of the Fallen, duas das equipes de Energon foram relançadas com esquemas de cor novos, representando simultaneamente uma atualização dos personagens de Geração 1 e suas versões cinematográficas: Bruticus Maximus e nosso tópico do ia, Superion Maximus. Vamos?

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Os seis melhores (e os seis piores) episódios de Buffy

Ah, Buffy: a Caça Vampiros. Se há uma série que definiu a virada dos anos 90 para os anos 00, definitivamente foi o misto de novela adolescente com série de terror de Joss Whedon. Com inúmeras tentativas de copiá-la (sem sucesso), Buffy é definitvamente um clássico da “fantasia urbana” para a televisão.
Em seus sete anos, Buffy explorou os temas mais diversos, com uma humanidade e um realismo que a maioria das obras do gênero ainda carece. Sua força não estava na pancadaria ou nos monstros, mas em personagens fortes e bem desenvolvidos (e bem atuados, uma raridade para uma série adolescente).


Mas como toda boa série, ela não é sem seus tropeços. Nem sempre as coisas sairam bem como queriam, e para cada episódio que se destacou pela sua qualidade, tem algum outro que se destacou pela falta do mesmo. Então para sua apreciação, eis aqui os (na minha opinião) seis melhores e os seis piores episódios de Buffy: A Caça Vampiros





Os Melhores:


6 Band Candy (S03 e06)




A terceira temporada de Buffy é de longe a que mais tem bons episódios, e Band Candy, de Jane Espenson, é um deles. Para financiar os novos uniformes da banda da escola, os alunos de Sunnydale High precisam vender chocolates - chocolates que fazem os adultos da cidade agirem como adolescentes! Enquanto isso, o prefeito Wilkinson se prepara para fazer uma oferenda de bebês para um demônio local. O destaque vai para a ótima dinâmica entre Giles e Joyce, levando a ações chocantes que serviriam como uma piada ótima em outro episódio.


5 Lover's Walk (s03 e08)




As coisas não andam bem entre os Scoobies: Willow e Xander não conseguem manter suas mãos longe um do outro, Buffy e Angel sofrem para fingir para si mesmos que são só amigos, e no meio disso tudo, Spike volta a Sunnydale, buscando um feitiço do amor depois de ser despejado por Drusilla. Com um humor mordaz, o roteiro de Dan Vebber explora ao máximo as tensões amorosas que se acumulavam na série, sem perder a chance de piadas com outros assuntos (incluindo a hilária cena de Spike chorando as pitangas tomando chá com a mãe de Buffy).


4 Hush (s04 e10)




Como um todo, a quarta temporada de Buffy foi tranquilamente a pior. E talvez por isso seu décimo episódio, Hush, de Joss Whedon, se destaque tanto. Sem aviso, a cidade inteira de Sunnydale perde a voz. No silêncio, misteriosos "cavalheiros"  sorridentes (liderados por Doug Jones) arrancam o coração de suas vítimas - e nada pode detê-los. Combinando doses iguais de horror e comédia, Hush é Buffy em seu auge - curiosamente compondo a temporada em que a série estava no fundo do poço. Com os monstros mais assustadores da série e um dos melhores momentos cômicos, não poderia estar fora desta lista.


3 The Zeppo (s03 e13)

A tentativa de parecer legal de Xander ainda assim faz ele parecer
um imbecil. Só dizendo. 


Mais um episódio da terceira temporada, escrito por Dan Vebber e dirigido por James Whitmore Jr. Após ser um peso morto em mais uma batalha contra demônios, Xander se sente um peso morto - não ajuda que nem Cordelia vê qualquer serventia para ele no grupo. Pouco imagina ele que sua tentativa de parecer "legal" terminará em salvar a escola de uma gangue de jocks zumbis, transar com Faith, e acidentalmente salvar o mundo de mais uma tentativa de abrir a boca do inferno - sem que nenhum de seus amigos saiba disso. The Zeppo consegue fazer graça com a situação incomum de Xander sem fazer dele uma piada (por mais que o personagem mereça), gerando comédia sem quebrar a tensão normal da série.


2 The Body (s05 e16) e Forever (s05 e17)




Postos juntos por sua ligação intrínseca, a dupla de episódios dramáticos da quinta temporada começa com a súbita morte de Joyce Summers em "The Body", escrito e dirigido por Joss Whedon. Lento, metódico e silencioso, o episódio é um ensaio sobre a perda, abdicando da ação e dos elementos sobrenaturais em prol de um drama tão demasiadamente humano: a perda. Sua sequência, "Forever", de Marti Noxon, volta às raízes sobrenaturais da série para focar em uma tentativa trágica de trazer Joyce de volta à vida, culminando em um momento de fragilidade de Buffy que inverte a relação entre ela e a irmã mantida ao longo do episódio.  The Body também contou com o primeiro beijo lésbico na TV aberta nos EUA, entre Willow e Tara - em um momento sincero e natural, sem alarde, como muitas das cenas do episódio.



1 Once more, with feeling (s06 e07)




Apesar da miríade de bons episódios de Buffy e da fraqueza geral da sexta temporada, só um episódio poderia estar no topo desta lista: o episódio musical de Buffy. Algumas outras séries de TV tiveram episódios similares (como Scrubs, por exemplo). Mas enquanto nestas o musical era só um episódio “de zoeira”, "Once more, with feeling", escrito e dirigido por Joss Whedon, é um ponto chave do arco dramático da temporada. Com a bombástica revelação de que a caça-vampiros foi retirada do paraíso, atuações fortes e um olhar intenso em sentimentos velados (que virão a tona em episódios futuros), esse é tranquilamente o melhor episódio da série.


As performances musicais excelentes (particularmente "Under your spell", por Amber Benson, e "Standing", por Anthony Head) impedem que esse episódio sofra com um problema comum de episódios musicais: transformar as musicas em tortura para os ouvidos do público. Parte do elenco tem experiência com música - e justamente essa parte recebe a maior parte do trabalho.



Não que o resto das performances não sejam ótimas. 

Os piores



6 Ted (S02 e11)





Buffy estava tendo um bom dia, finalmente podendo relaxar após a aparente morte de Spike e Drusilla. Mas nada poderia prepará-la para o novo namorado de sua mãe, Ted (John Ritter), que rapidamente conquista os corações de seus amigos. Convencida de que há algo de suspeito com o simpático e amigável vendedor  e seus estranhos maneirismos dos anos 50, sua cordialidade sem fim e suas tentativas de ser "um novo pai" para ela. Estaria Buffy agindo como uma adolescente normal, ou teria algo sinistro acontecendo? Com uma premissa excelente, o episódio escrito por David Greenwalt e Joss Whedon entra para essa lista por uma total falta de tensão: ao mesmo tempo que o episódio quer que suspeitemos das opiniões de Buffy, ele deixa claro que sim, Ted é mal - e nisso, qualquer tensão dramática passa a ser só o tédio até a conclusão quase previsível. O único episódio nessa lista que entra nela por ser TEDIOSO, ao invés de HORRÍVEL.


5 Living Conditions (s04 e02)






Um dos problemas maiores da quarta temporada de Buffy foi a dificuldade dos roteiristas de encontrar o tom certo ao sair do ambiente escolar rumo à faculdade. Ironicamente, poucos episódios sofrem tanto com isso quanto "Living Conditions", que trata justamente dessa transição. Na trama de Marti Noxon, Buffy sofre para conviver com a colega de quarto Kathy (Dagney Kerr, em uma atuação surpreendentemente boa para um episódio tão fraco). Quando não é tedioso, o episódio é tão irritante quanto sua estrela; seu twist pode ser visto de quilômetros de distância, e suas tentativas de humor fracassam miseravelmente.


4 Gingerbread (s03 e11)






O fato da terceira temporada ter o maior número de episódios bons não a torna imune à bomba ocasional - e Gingerbread, de Jane Espenson, é uma bela bomba. Em sua patrulha noturna, Buffy e sua mãe encontram os corpos de duas crianças, com um símbolo místico em suas mãos. Enquanto a caça-vampiros investiga a origem do sinal, Joyce dá início à uma verdadeira caça às bruxas que ameaça consumir Sunnydale. O episódio desperdiça oportunidades para explorar a relação da cidade com o sobrenatural e depende de um caso imenso de segurar a bola de idiota por parte de todo mundo. A única coisa notável nele é a única aparição da mãe de Willow, Sheila, interpretada por Jordan Baker.



3 Where the Wild things are (s04 e18)



O episódio tem UMA cena boa, envolvendo os dotes
musicais de Anthony Head. Só. 



A quarta temporada de Buffy pode ser resumida em uma frase: oportunidades desperdiçadas. Where the Wild Things are, de Tracey Forbes, no entanto, vai além disso. Buffy e Riley matam alguns demônios... e vão transar. Os Scoobies vão para uma festa no dormitório de Riley.. e Riley e Buffy dão uma escapada para transar. O dormitório sofre com assombrações... e os dois transam mais, e mais e mais. Depois de um pouco de investigação e um misto de piadas ruins e tentativas de sustos fracassadas, os Scoobies descobrem que a pegação dos dois está causando a assombração - e quando eles cansarem de trepar, eles vão morrer. Um nome mais apropriado para o episódio seria "Where Buffy and Riley fuck". Mal escrito, tedioso e reciclando ideias do muito superior "I Only Have Eyes for You", ele vai além da ideia desperdiçada: é insultosamente ruim. .



2 I Robot... You, Jane (S01 e08)




Algumas vezes eu me pergunto como Buffy passou de sua primeira temporada. Escrito por Ashley Gable e Thomas A. Swyden, este episódio é um dos que levantam essa pergunta. Em uma trama que poderia ser escrita somente nos anos 80 - mas o foi em 1997! - , Willow acidentalmente solta um demônio na internet. Ao mesmo tempo, seus amigos se preocupam com seu relacionamento online com Malcolm - sem suspeitar que ele seja o demônio Moloch, que anseia por um corpo físico para com o qual tocá-la. Estúpido, desprovido de profundidade e impossível de engolir em sua época (quanto mais agora).


1 Beer Bad (s04 e05)




Um bartender do mal serve cerveja amaldiçoada para universitários pretensiosos, visando se vingar do tratamento que eles lhe dão. Contaminada pela cerveja maligna e magoada após ser sexualmente usada por Parker (Adam Kaufman), Buffy vira uma mulher das cavernas. Essa é a trama de Beer Bad, de Tracey Forbes. Dirigido por David Solomon, o episódio foi uma tentativa cínica de obter fundos federais para campanhas anti-drogas, forçando uma mensagem anti-drogas (que terminou mesclada à uma mensagem contra sexo casual). O ponto mais baixo da série, sem dúvidas.