Mostrando postagens com marcador Quadrinhos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Quadrinhos. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 22 de março de 2017

Spencer, meus parabéns: você ACABOU com o Capitão América

Quando eu achava que as coisas não podiam ficar piores... Nick Spencer vai e mete mais um retcon na história do Capitão América: que a versão do herói que foi alterada por um cubo cósmico era a versão HERÓICA e que o que o Caveira Vermelha fez com ajuda do cubo senciente Kobik foi desfazer as alterações feitas por um cubo cósmico durante a segunda guerra mundial - cubo cósmico usado para impedir que Adolph Hitler vencesse a guerra (como fica aquele papo que "A Hydra não é nazista" mesmo?).

Como se já não bastasse a cena (desnecessária e insultosa) de Rogers dizendo a um Tony Stark em coma que "tudo que viria era para destruir tudo aquilo que ele fez".


Ao longo dos anos, a Marvel fez muita coisa idiota com seus personagens. Criou meia dúzia de Hulks diferentes, fez o Coisa usar uma máscara de Bobba Fett barata, revelou que o Homem de Ferro era um super vilão e depois desfez isso transformando ele em um adolescente. Criou o imenso imbróglio que foi a Saga do Clone, toda a confusão que são os quadrinhos dos X-Men, forçou todos os seus heróis em armaduras HARDCOREEEEEE nos anos 90, encalhou seus personagens em mega-eventos sem pé nem cabeça pelas duas décadas do século XXI e nem vamos tocar no fiasco de One More Day.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Cage, Strange, Rand e suas raízes no exploitation.

Estamos quase na estreia da série de Luke Cage, mais um pouquinho temos a estreia de Doutor Estranho e um pouco depois começa a produção de Punho de Ferro. Não poderia haver hora melhor para falar de uma das formas mais mercadológicas de inclusão da história da indústria cultural: o “exploitation”. Se hoje os três personagens se destacam por si só (e Cage é um exemplo de crítica social no universo Marvel), em suas raízes a história era outra...


Para discutir Cage - e os outros dois, em termos diferentes, temos que voltar para os anos 70, quando tanto Luke Cage: Hero for Hire (posteriormente, Powerman) e Iron Fist tiveram sua estréia, respectivamente em 1972 e 1974. Stephen Strange, datando de 1963, é um caso LEVEMENTE diferente, mas que tem traços da mesma tendência mercadológica. E temos que olhar para um fenômeno cultural que marcou a década de 70: dois subgêneros dos filmes “exploitation”, a blacksploitation e a febre de filmes de artes marciais baratos.

domingo, 18 de setembro de 2016

Revisitando More Than Meets The Eye: A peculiar depressão de Whirl

Whirl, aqui em forma de plástico. 
Agora que a IDW se encontra novamente em uma fase de transição e a narrativa de More Than Meets the Eye entra em sua terceira "temporada" sob o novo título Transformers: The Lost Light, sinto me mais a vontade em tratar de assuntos narrativamente delicados do universo de Transformers da editora - que tem dado o melhor tratamento à franquia desde sua origem, em 1984. 
Depressão - e em particular, a depressão suicida - é um tópico complexo para se lidar em quadrinhos. Especialmente em quadrinhos comerciais, onde o foco é o entretenimento, e não a "arte".James Roberts está entre os poucos que conseguiu trabalhar as duas coisas - o entretenimento e o devido respeito ao tópico - bem, e o fez desde seu primeiro "grande" trabalho afetando a continuidade da IDW, "Chaos Theory", em 2011 (The Last Stand of The Wreckers era praticamente um Stand Alone, e só passou a importar para a continuidade após o início de More Than Meets the Eye, em 2012). São vários personagens claramente sofrendo desse mal na revista, mas um deles - um cidadão de um olho só e mãos de pinça, considerado uma arma de destruição em massa - é o nosso tópico de hoje. 

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Culto à personalidade e ficção científica: a dualidade Optimus e Megatron

Algum tempo atrás eu fiz um artigo sobre o poder da representação icônica e da imagem idealizada como força positiva no personagem de Optimus Prime, na maneira como ele é retratado nos quadrinhos da IDW. O assunto hoje é o mesmo -  mas na maneira como essa idealização e consequente culto a personalidade pode - e muitas vezes é - uma força negativa.

Essa força é uma velha conhecida de ditaduras, cultos, milícias e “megachurches”: a noção do “grande líder” como alguém “maior que a vida”, um homem entre os homens, um profeta ungido pelos deuses. São maneiras eficazes de catalisar a força das multidões ao redor do “herói”, estabelecendo alguém ao redor do qual as massas se congregarem - e a quem obedecer. Assim, ao mesmo tempo que essa devoção e essa imagem mítica pode exaltar seus seguidores, ela também pode levar a população a atos que não cometeriam normalmente, contanto que pensem que esses atos são em nome do “líder” ou do “messias”.

terça-feira, 1 de março de 2016

Não, não há nada de apolítico quanto a super heróis.

À cada mudança progressista no status quo de quadrinhos de super heróis, uma certa reclamação reverbera entre as redes sociais: a de que “nos velhos tempos” política e quadrinhos de super heróis não se misturavam. Que os quadrinhos eram “isentos de ideologia” e “apolíticos”. Um dos mais notáveis exemplos dessa reclamação é um texto muito divulgado de Darin Wagner, How Liberalism may be hurting comic book sales”. Mas será que essa mentalidade confere com a realidade?


Para responder de forma curta, não. Quadrinhos de super heróis nunca foram apolíticos, assim como ficção científica (onde esse choro recentemente deu as caras) jamais foram desconectadas da política do mundo real. O site quadrinheiros já escreveu sobre isso. Mas olhemos isso de uma forma um pouco mais longa e aprofundada.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Velhos problemas: O principio de Smurfette.

A discussão aqui é sobre um antigo problema, que ainda existe com uma intensidade muito menor do que nos velhos tempos, mas merece discussão.

O problema de como personagens femininas são representadas é um assunto bem complexo. Aliado a ele, está a discussão de o quanto mulheres são representadas. Essa questão é particularmente notável nas animações comerciais para rapazes, que, quando muito, contam com um punhado de personagens femininas (normalmente uma pros vilões e uma pros heróis).


Essencialmente, durante muito tempo se manteve uma atitude de que, ao incluir uma personagem feminina, o trabalho estava feito: não tinha motivo para colocar mais nenhuma. Isso tem muito a ver com a outrificação do feminino. “Mulher” contaria como um “tipo” de personagem e não tem porque ter “dois personagens iguais”*.  

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Tailgate e seus dois amores

Yep...
Cyclonus, Tailgate e Getaway: um
triangulo amoroso a moda cybertroniana.
Nós jogamos contra a vida, e perdemos.


Quem me acompanha há algum tempo já deve ter notado que eu adoro Transformers. Embora a ficção da franquia seja de forma geral fraca e muito boba, os quadrinhos da IDW tem desde 2009 demonstrado que dá sim pra fazer boa literatura a partir de uma linha de brinquedos. E é desse improvável material que James Roberts usa para tecer, entre tantas subtração,  uma longa narrativa sobre relacionamentos abusivos e manipulação emocional.


Falo é claro do triângulo amoroso Tailgate/Cyclonus/Getaway, em More Than Meets the eye. Relações amorosas já haviam sido abordadas antes no mesmo título (como o casal Chromedome e Rewind, os relacionamentos no passado de ambos, as motivações trágicas de Brainstorm, e uma insinuação não tão sutil entre Orion Pax e o senador Shockwave), mas a Trindade se destaca por vários motivos.


Com essa linha de trama em particular, James Roberts abordou um aspecto crucial de relacionamentos que não era de se esperar em um quadrinho sobre robôs-que-viram-coisas. As maneiras que relacionamentos impactam na vida de alguém já tinham sido discutidas na vida de Domey e Rewind - em particular, o quanto a perda afetava alguém, como relacionamentos tem seus altos e baixos, e como o amor pode evitar que um ciclo auto destrutivo. Desta vez, no entanto, o foco era como relacionamentos podem ser tóxicos. E como o amor pode ser uma ferramenta cruel para manipulação.


Um inocente entre dois canalhas


DEDO NA CABEÇA
Tailgate, sendo... Tailgate
Vamos começar pelas partes envolvidas. Introduzido na mini-série Revelation,  Cyclonus é uma relíquia de uma era distante, um veterano da “era dourada” de Cybertron. Pintando a si mesmo como um guerreiro-filósofo, Cyclonus sonhava com uma nova ordem cybertroniana em um universo caótico - esperando que um mundo ordenado desse estabilidade a sua própria mente perturbada e violenta. Um dos sobreviventes do “universo morto”, Cyclonus é odiado por todos a bordo da Lost Light, por todas as vidas que tirou quando servia sob Galvatron. A única exceção é seu completo oposto e amor improvável: o pequeno e inofensivo Tailgate, introduzido em More Than Meets the Eye #1. Aos seis milhões de anos, Tailgate é uma relíquia do passado, mas ao contrário do cínico e anti-social Cyclonus, ele é puramente inocente, tendo vivido meras duas semanas antes de perder a consciência por eras a fim, fingindo uma história grandiosa e heróica para esconder o fato que ele não viveu. Já Getaway da Incursão de Corcapsia nos foi introduzido no arco “Remain in the Light” (MtMtE #17-22). Um agente do “Bureau diplomático” (um belo eufemismo para “serviço secreto”), o artista de fugas Getaway é tudo que Cyclonus não é: carismático, carinhoso, emotivo e dedicado a fazer o relacionamento “dar certo”.


OUCH!
Qualquer semelhança com Hank Pym é coincidência. 
Ao longo da “primeira temporada” de MtmtE, Cyclonus e Tailgate desenvolveram uma amizade improvável, sustentada em dividirem um quarto (já que ninguém mais queria dormir no mesmo quarto que Cyclonus) e na ignorância do pequenino sobre, bem, tudo. Essa relação começou violenta (MtmtE #4 Life After the Big Bang) e unilateral antes de das barreiras do guerreiro cederem aos poucos. Sentimentos fortes se desenvolveram nesse período, com demonstrações de afeto sutis, marcadas pelas neuroses particulares de Cyclonus. Esse afeto não impediu o veterano de ser rude e insensível com Tailgate. São cenas conflitantes e tocantes - e em mais de um caso, o comportamento insensível é claramente bem intencionado, em forma deturpada. Quando Tailgate foi informado por Ratchet de que ele estava morrendo (de velhice), Cyclonus se desfigurou como uma forma estranha de partilhar daquele sofrimento. Mais tarde, ele ofereceu um conselho cruel: não mantenha esperança de uma cura - porque sem uma esperança, não há nada a ser perdido..

:(
Tailgate em seu leito de morte (posteriormente evitada).
Ao fim de Remain in The Light, Cyclonus salvou a vida de seu pequeno companheiro, mas perdeu sua centelha para o carismático Getaway - que não tratava o ingênuo com insultos, cinismo e violência. Getaway parecia um par perfeito: carinhoso, atencioso, disposto a ensinar coisas novas... Em MtmtE #30 (World: Shut Your Mouth: a Beginner’s Guide to Predestination), ele demonstrou aos leitores como isso não era tão real, usando da sede de atenção de Tailgate para se aproximar dele, simpatizando com sua mentira sobre heroísmo e contando sua não-tão-ilustre carreira militar. Quanto mais o tempo passava, mais Getaway e Tailgate passavam juntos (uma coisa recorrente no fundo de MtmtE em sua “segunda temporada”). E na edição #40 (Our Steps will Always Rhyme), o “par perfeito” novamente demonstrou lado manipulador, tentando afastar de vez Tailgate e Cyclonus dizendo que o ultimo lhe confidenciou que achava Tailgate um “covarde simplório” por seu medo de morrer, brincando com os sentimentos do pequenino. De um “amigo” rude e violento, Tailgate agora era vítima de um predador emocional.
Uma "conversa inocente"
Isolando o alvo emocionalmente...


De um lado, um amor cruel. Do outro, uma crueldade gentil


Sedução, manipulação, ou as duas coisas?
É uma cilada Tailgate!
O comportamento emocionalmente abusivo continuou no #47 (The Lopsided Triangle). Roberts expande o conceito de Conjunx Endura (o casamento cybertroniano) com a introdução do “Conjunx Ritus”, os rituais em preparação para a união. Getaway os explica para Tailgate, informando o que dos quatro atos necessários,  eles já compraram três, faltando apenas um: uma prova de devoção. E como essa prova, Getaway quer que Tailgate faça mneumocirurgia em Megatron. Um ato que certamente resultaria na morte brutal e dolorosa de Tailgate.


Até este ponto,  Getaway manipulou emocionalmente Tailgate rumo a uma união amorosa - da qual logo se descobre que ele não tem nenhum interesse: Tailgate é apenas um fantoche para o insensível e vingativo Getaway, planejando usar o seu “amado” como um sacrifício para acabar com qualquer possibilidade de redenção para o ex-líder dos Decepticons. Para esse fim, ele se aproveitou da carência afetiva de Tailgate e de suas inseguranças com Cyclonus.


Chorando a dor de cotoveloAo mesmo tempo, depois de afogar suas mágoas na bebida, Cyclonus chega a suas próprias conclusões quanto a Tailgate. Depois de ver o quão próximos Getaway e Tailgate estão, ele vai “chorar as mágoas” com a última pessoa que esperava o ver: Whirl, o psicótico, maníaco e rancoroso autobot que outra hora será alvo de um perfil completo. Nessa conversa, Cyclonus reconhece duas coisas: que ele tem sentimentos por Tailgate, mas não há nada que faça ele merecer ser retribuído - e Whirl deixa claro que o melhor que ele tem a fazer é deixar ele ser feliz (ignorando as intenções de Getaway):


"Em breve: Cyclonus de Trixylix em "Meu amigo tem um novo amigo!" HA! Seu safado! Eu achei que isso era vida-ou-morte, não carinha-triste boo-hoo problemas no relacionamento. Aqui vai. Toma uma verdade dura, de graça. Por pura coincidência, você e o Botão de Pânico terminaram sendo colegas de quarto. O que faz você pensar que há qualquer conexão além disso? A única  coisa que vocês tem em comum é uma porta da frente....
"Eu salvei a vida dele."
"E? E o que? Ele te deve? Você deve a ele? Ele não tem permissão pra fazer outros amigos?”
"Eu... sinto por ele."
"Novamente: e daí? Eis uma ideia: quem sabe ele simplesmente goste do Getaway mais que ele gosta de você. Alguém acharia isso supreendente? O que você pode oferecer a ele além de sua desaprovação garantida e  um rosto como um funeral? Tudo que você faz é olhar para a janela! Meu conselho para você? Supere isso - por que ele claramente te superou. E vamos encarar.. ele está melhor com o outro cara.”
Tem um aspecto de personalidade muito forte nesta conversa: Cyclonus pede conselhos a Whirl justamente por que saber que Whirl é, bem, um babaca - mas um babaca que diria aquilo que Cyclonus não quer ouvir: a verdade. Os eventos que vem depois dessa conversa ficarão para outro artigo: a edição saiu no mês passado, e a conclusão desse triangulo amoroso (onde uma das partes não tem sentimento algum pelo amor disputado) tem muito a dar ainda - só posso dizer o quase óbvio: Cyclonus é retribuído, sim, apesar de ter empurrado Tailgate para longe com sua incapacidade afetiva. Mas não há um final feliz, por ora.


Da ficção para a realidade


Os dois relacionamentos de Tailgate tem marcas claras de abuso. Cyclonus, emocionalmente distante, desaprovador e verbalmente violento (quando não fisicamente). Getaway, por sua vez, demonstrando todos os traços de um predador sexual, embora seus interesses com o “jovem” não sejam sexuais. Ele sabe as palavras certas para manipular seu parceiro, torce-lo a sua vontade, e fazer parecer que ele queria isso o tempo todo.


Amor doentio
A forma perturbada de Cyclonus demonstrar preocupação:
Auto mutilação. 
Pessoas assim existem. Cyclonus faz o tipo mais comum de abusador, o tirano emocional, que não tem nada de positivo para dizer a pessoa que ama, e apenas a joga para baixo mais e mais. Assim como muitos abusadores desse tipo, ele realmente ama a sua vitima - mas seus problemas pessoais fazem desse amor uma coisa doentia e tóxica. Mas diferente da maioria dessas pessoas, ele reconhece que é um problema, que ele não faz bem para Tailgate, e que suas maneiras de expressar afeto são pouco diferentes da maneira que demonstra desgosto.


Getaway, por sua vez, é um sociopata - ele não vê problema em manipular e usar Tailgate (ou qualquer outro: Tailgate era só o ‘trouxa mais fácil’) para seus próprios fins, e descarta-los mais tarde. É o tipo de cara que seduz com promessas de amor perfeito e devoção, apenas para descartar mais tarde, depois de levar pra cama. Não é improvável pensar que no caso (implausível) de Tailgate sobreviver a seu “ato de devoção’, Getaway seria um “marido” mais abusivo e insensível que Cyclonus era como “só amigo”.


Manipulação emocional 101
Getaway, dizendo exatamente o que Tailgate quer ouvir
Cyclonus está longe de ser o tipo que agride fisicamente o companheiro (embora  tenha tido incidentes disso antes de desenvolver sentimentos por Tailgate), mas ainda assim é um relacionamento tóxico, do tipo que deixa a pessoa se sentindo “um nada”. Getaway, por outro lado, há pouco que leve a pensar que ele não seria fisicamente abusivo depois que seu uso para Tailgate acabasse.

Cyclonus, apesar de tudo de ruim que já fez, pode se redimir - a primeira parte ele já fez: reconhecer que é um problema. O resto vai depender do futuro e de se ele vai querer mudar e se esforçar nisso. Getaway e pessoas como ele não tem salvação: relacionamentos para eles são meios para um fim, sem ter qualquer valor na ligação afetiva em si. Nada disso faz de Cyclonus alguém inocente, no entanto. 

Assim como outro abusador famoso de quadrinhos não pode ser inocentado do que fez só porque se arrependeu e se esforçou para mudar - mas o abuso mútuo entre Hank Pym e Janet van Dyne é assunto para outra hora.  

todas as imagens por Nick Roche.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

10 Vilões plenamente desprezíveis

Vilões existem para serem odiados. Isso é um fato simples. Seu papel narrativo vai além do mero "antagonismo" e extrapola essa função para servir como objeto de antipatia e desgosto.. Mas ao mesmo tempo que alguns casos fracassam plenamente em estabelecer como o vilão é perverso, outros parecem ir aquele passinho extra em transformar o meramente desagradável no completamente repulsivo. Claro, isso não impede esses vilões de terem seus fãs - seja por que amamos odiá-los, ou porque alguns insistem em vê-los como "heróis incompreendidos" (estou olhando para vocês, fãs do Coringa). Aí vão 10 vilões completamente desprezíveis, desprovidos de qualquer coisa que os redima como seres humanos. Não tem nenhum motivo em especial para estes 10, ou para a ordem em que estão - salvo pela dupla no fim da lista


10 Rei Arthur (Once Upon a Time)


A uma versão vilanesca de Arthur Pendragon.
Sim, alguém da “novela de contos de fadas” da ABC - e alguém tradicionalmente associado ao mais puro heroísmo. Essa releitura do lendário rei de Camelot pode parecer tão nobre quanto nas lendas, mas por trás de seu sorriso cordial e seus códigos cavaleirescos, está um homem obsessivo que não vê problema em manipular a mente de seus súditos, por sua esposa sob controle mental, ou manipular seus “amigos” como se fossem peças de xadrez. Tudo isso porque a Excalibur não estava completa...





9 O mestre (Doctor Who)


Nove rostos, uma insanidade.
Um dos maiores inimigos do Doutor, o Mestre pode até ter seus momentos de (pseudo)heroísmo, mas isso não o salva dessa lista. Insano desde sua juventude, o Senhor do Tempo que veio a ser conhecido como o Mestre está disposto a tudo por controle e por mais tempo de vida. Ele “sem querer” destruiu parte do universo em Logolopolis, roubou o corpo de Tremas para estender sua vida além dos limites de sua regeneração, e no auge de sua insanidade, fez com que humanos do futuro torturassem  e dizimassem a humanidade “por diversão”. Não bastasse isso, como primeiro ministro do Reino Unido, ele controlou a mente de seus concidadãos, matou seu gabinete e levou a sua “esposa” a completa passividade através de abuso sistemático.  Ele tomou o lugar da raça humana, tentou criar um exército de Cybermen dos nossos cadáveres, somente para provocar o seu “Velho amigo”/”namorado”.




8 Barão Vladimir Harkonnen (Duna)


Ou: o Fat Bastard original.
Eu poderia por a versão em filme, mas vamos com o original
Ganancioso, desumano e impiedoso, as políticas do Barão da casa nobre dos Harkonnen não são muito diferentes de outros representantes da nobreza no Landsraad. Mas em sua vida pessoal, o ruivo barão consegue superar todos os seus pares em sua desumanidade. Tão repulsivo e ganancioso por dentro quanto sua aparência sugere, Vladimir depende de um harness anti-gravidade para se locomover - e seu apetite por prazeres depravados é tão grande quanto o por poder e iguarias. Nem mesmo a morte impede a notória sede de poder do Barão, disposto a sacrificar seu sobrinho Rabban para controlar Arrakis: após sua morte, as memórias do Barão continuaram seu projeto atroz através de sua neta, Alia. Nem estar morto o impede de ser um indivíduo asqueroso...

7 Dr Hell (Mazinger Z)


Papai Smurf do mal.
Como alguém confia nisso?
O homem cuja carreira é um mistério - afinal, quem confia em um homem AZUL que se nomeia DOUTOR HELL? - Doutor Hell é mais um membro do grupo “nazistas ficcionais” (tem um bocado deles), mas Hell vai um pouco além. Um misantropo movido pela rejeição de uma mulher com a qual ele sequer tentou conversar, Hell armou nazistas (Até considerar que Hitler não ia “longe o bastante”) e sonhava com dominação mundial - típico,  não?. Sádico e megalomaníaco,  Hell se via como o salvador do mundo e seu legítimo governante, antes de ser reduzido a mais um dos traiçoeiros assessores do “Grande General das Trevas” como o Grande Marquês do Inferno. Como sinal de sua depravidade, criou aberrações como Conde Brocken (o nazista sem cabeça) e Barão Asura, uma fusão das múmias de um casal. Hell poderia ter trazido os dois de volta à vida normalmente, mas o corpo aberrante do casal era sua maneira de “manter o controle”, com a promessa de retorna-los ao normal. Mas sem que eles soubessem, Hell tinha destruído a outra metade dos dois corpos, apenas pelo prazer de destruir a única esperança que eles tinham. What the Hell,  doutor Hell.

6 Coringa (DC Comics)



O príncipe palhaço do Crime. 
O mais famoso psicopata dos quadrinhos, o Coringa é outro daqueles casos de vilões para os quais não há limites. Tortura? Terrorismo? Assassinato? Aleijar uma mulher para provocar o pai dela? Chantagens? Cortar o próprio rosto fora? Fichinha para o rei palhaço do crime. Mas enquanto a maioria dos psicopatas do mundo dos super heróis tem algum motivo para sua desumanidade, com o Coringa isso é um mistério envolto em um enigma. O pouco que se sabe do seu passado é a história dramática que ele contou para James Gordon para provar que “basta um dia ruim para deixar alguém louco” - uma história que o próprio Coringa admitiu ser falsa. Até onde se sabe, a única motivação do Coringa é seu próprio entretenimento - e há a distinta possibilidade que a parte mais “extravagante” de sua insanidade seja apenas um teatro para um homem frio e calculista.

5 Lex Luthor (Dc Comics)


Vote Lex para presidenteA versão pós crise do arqui-inimigo do Super Homem é um exemplo de como o caminho para o inferno é cheio de boas intenções de como desculpas. Apesar de seu envolvimento recorrente com super vilões e sua ganância sem igual, Luthor se vê como um filantropo e “o melhor que a humanidade tem a oferecer”. Seu ego descomunal move seu ódio eterno contra o super homem, o homem que tirou dele o estrelato - ódio pelo qual Luthor se dispõe a fazer qualquer coisa, de armar atentados terroristas e criar super vilões, oferecer super poderes a centenas de pessoas e tirar esses poderes quando elas mais precisam deles, até se aliar com vilões como Brainiac. E isso tudo enquanto se crê o maior paragono de virtude e genialidade que a humanidade já viu. Antes disso, Luthor era só mais um cientista louco - mas que graça tem isso?

4 Zebediah Kilgrave  (Marvel)


Ninguém está a salvo...

Eu admito: o homem púrpura está aqui graças a série Jessica Jones. Um vilão menor da Casa das Idéias,  Kilgrave é um completo sociopata, desprovido de empatia ou consideração por seus pares. Este é o homem que matou todo um restaurante para poder comer em paz. Que manda seus “agentes” se matarem quando eles deixam de ser úteis. E que gerou dezenas de bastardos apenas para ter “um exército particular”. Capaz de manipular a mente das pessoas, Kilgrave sempre tem o que quer - seja dinheiro, sexo, ou uma jaqueta de marca. Dizer que Kilgrave é machista por seus estupros físicos e mentais é um erro: ele não tem nada contra mulheres em particular, é somente que seus interesses as brutalize mais. Homens, mulheres, idosos e crianças, ninguém está a salvo do homem púrpura e suas intenções doentias. Seja ele o sádico vil dos quadrinhos, ou o egocêntrico da série de TV - que não entende porque o que ele faz é um estupro.




3 Davros (Doctor Who)


Tão feio quanto seus filhos...Como muitos cientistas na ficção, Davros é um homem obcecado. Não com conhecimento, mas com poder. Toda sua vasta pesquisa sendo dedicada a este simples fim: ser o mais poderoso. E pensando nisto é que Davros fez sua maior criação, a “raça suprema” dos Daleks. Pode parecer pouco para esta lista, mas Davros é o homem que, dada a escolha de liberar um vírus mortal que extinguiria a vida no planeta, o faria com prazer. Não por odiar as pessoas, mas simplesmente pelo prazer de ter tanto poder sobre vida e morte em mãos. Assim como suas criações, Davros é completamente desprovido de qualquer coisa que se aproxime de empatia, e tem uma tenacidade que lhe faz se agarrar a vida com a mesma intensidade que ele deseja o poder.


2 Gihren Zabi (Mobile Suit Gundam)



A "sombra de Hitler" em ação...
O nazista do espaço...
Gundam tem muitos vilões desprezíveis, e muitos vilões críveis - e poucos fazem os dois como o líder de fato do principado de Zeon. Gihren é tudo que um líder pode querer ser: carismático, devotado, um gênio estratégico e disposto a assumir os riscos. Ao mesmo tempo, Gihren é tudo aquilo que um ditador precisa ser, com uma disposição fanática a supremacia spacenoid e um dom em causar nos outros a mesma devoção ardorosa.


A similaridade entre Gihren e um certo ditador alemão do século XX não é segredo, dentro e fora do universo diegético de Gundam. E o calvo supremacista sabe disso: quando seu pai, Degwin Sodo Zabi, o alertou quanto ao rumo que ele estava seguindo, chamando-o de “a sombra de Hitler”, Gihren tomou isso como um elogio - e pouco depois tratou de armar a morte do pai, antes que ele pudesse levar a Guerra de Um Ano ao fim. Para ser ainda pior, só sendo um nazista mesmo.


1 Johann Schmidt, O Caveira Vermelha (Marvel)


A personificação do mal - arte de David Aja.
A pessoa mais perversa que o universo Marvel já viu. O pior
que a humanidade tem a oferecer.



O homem cuja perversidade dava medo em Hitler, Johann Schmidt já seria repulsivo se fosse “apenas” um nazista. Mas isso é pouco para o mais perverso vilão da Marvel. Enquanto seu inimigo Steve Rogers representa o melhor que há na humanidade, Schmidt é o pior: um assassino e genocida incapaz de compaixão, Schmidt existe para mostrar o quão podre a humanidade pode ser. Se outros vilões tem motivações para sua monstruosidade, o máximo que Johann pode dizer em sua defesa é a morte dos pais (a mãe, no parto. O pai, suicídio) e que, uma vez, quando ele era jovem, uma garota rejeitou suas investidas amorosas - e em resposta, ele a estuprou e a matou.
Desde jovem, Schmidt era um monstro. “Adotado” pelo partido nazista quando trabalhava em um restaurante, como resultado de uma “aposta” de Hitler (que disse que faria ‘do serviçal’ um nazista melhor que todos a mesa), Schmidt passou de um “joão ninguém” para uma das piores pessoas no mundo, superando seus “mestres” em matéria de ódio.

Racista, machista, homofóbico, anti semita, xenófobo - nenhuma forma de ódio está abaixo do caveira vermelha. Quando sua filha, Pecado, nasceu, o caveira tentou matá-la pelo “crime” de ser mulher. Os seus crimes são numerosos demais para serem listados - basta dizer que os únicos aliados que o co-fundador da Hidra tem são outros nazistas. Ninguém mais se dispõe a se aliar com ele. Nem mesmo o Coringa durante os crossovers da Marvel e da DC.
Ruim demais até pro coringa.
Não estou brincando quanto a isso.