quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Revelados: Batman e Robin da Terra 2

Depois de dar as caras pela primeira vez na capa alternativa de Earth 2 #1 (desenhada por Ivan Reis, e que eu postei ao lado), o blog da DCU revelou mais um pouco do design do Batman da Terra 2, dessa vez no traço de Jim Lee. Embora os bastões sugiram muito mais Dick Grayson do que Bruce Wayne, o editor de Earth 2 - que começa a ser publicado em maio - Pat McCallum garante que é um Wayne por baixo da máscara. Se ele diz, então eu dou um pouco de crédito - embora o track record da DC esteja cada vez mais duvidoso.  E vendo como o Bruce Wayne da Terra 2 deve ser um senhor de idade a essa altura - com uma filha adulta na Caçadora - o mais provável é que o "outro" morcegão seja uma versão alternativa de Damian Wayne. O atual Robin.


E em uma jogada que não me agrada em nada, o Batman da Terra 2 "vai tornar a Terra 2 um lugar muito ruim para ser um criminoso", e vai matar seus inimigos - ao menos é o que afirma McCallum. Já tivemos uma experiência muito ruim com um Batman que mata (ou que deveria ter matado, kill count final foi... dois) no Azrael. Precisamos de outro Batman assassino? Sim, eu sei que na era de ouro o morcego matava seus inimigos - mas a caracterização que todos amam envolve um Batman (por mais potencialmente fascista que seja) que nunca mata.

O blog da DC também revelou o design para a Robin da Terra 2 - desenhada por Kevin McGuire (de World's Finest), e que segundo o roteirista de Earth 2, James Robinson, é de fato Helena Wayne, a Caçadora - que terá um título fora da Terra 2. Além disso, enquanto a Caçadora do novo 52 era a Robin antes de parar na Terra "1", a Poderosa antes de 'vazar' para a continuidade padrão era a Supergirl da Terra 2. O design do Batman da Terra 2, com seus espinhos e aparência francamente de vilão não me deixou um gosto muito bom. Porém, tenho que admitir que o design de Helena Wayne como a Robin ficou muito bom, sem cair em armadilhas comuns para designs femininos - resta saber se esse design será usado, ou se a DC vai deixar ela parecendo uma stripper para combinar com o resto da editora... E sério, para que trazer de volta esse papo de múltiplas terras? Não foi isso que bagunçou tudo nas outras vezes?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Doctor Who a caminho das TVs brasileiras

Bem, as lendas são verdadeiras, e para a felicidade geral, dia 19 de março Doctor Who finalmente chega a televisão brasileira. Com a estréia da série pela TV Cultura, o público brasileiro finalmente tem acesso a série que tem encantado fãs na Inglaterra e no mundo desde 1963. (mais sobre a série aqui - ou no site TARDIS Index File)

Por motivos que devem parecer óbvios, o que a TV Cultura vai passar é o pós revival de Doctor Who, começando pela série um, com Christopher Eccleston como o nono Doutor, e Billie Piper como a companheira de viagens,  a jovem Rose Tyler. Além das questões estéticas quanto a série antiga, há também a degradação de muitos dos episódios originais - incluindo a perda de boa parte das histórias dos dois primeiros doutores.

Como deve ter dado para notar, a dublagem infelizmente não é das melhores. Porém, para quem tem acesso a função SAP, o canal também vai passar com o áudio original e legendas. A decisão de passar dublado foi da própria BBC, antes que nerds esquentadinhos comecem a pular na garganta da TV Cultura.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Crítica Literária : Star Maker

A busca pelo sentido do universo, o propósito da consciência, e o destino final da vida: esses são os temas centrais de Star Maker, de Olaf Stapledon. Publicada em 1937, a introdução da obra tenta avisar o mundo do perigo que se aproxima, da expansão do racismo, da intolerância e do autoritarismo, ameaças claras do seu tempo.

Narrada em primeira pessoa, a maior falha de Star Maker é a total ausência de diálogos; todas as conversas são implícitas, o que é de certa maneira compreensível, dado que a trama inteira é a viagem psíquica do narrador através da história do universo, relatando o desenvolvimento histórico, espiritual e mental de várias 'humanidades', culminando na ascenção do narrador à mente cósmica, uma entidade composta pelo gestalt de todas as mentes ascendidas do universo, e seu encontro com o criador, o Star Maker do título.

Duas coisas se destacam no livro : a primeira são os detalhes dados a cada 'humanidade' encontrada pelo narrador, começando com os estranhos "sapos-pombos-sei-lá-o-que" da "outra Terra", até arvores sencientes, "répteis" vivendo na superfície de estrelas, e nebulosas semi-conscientes. Em algumas dessas "humanidades", nosso narrador encontra compania em sua viagem e aptoteose. Em outras, a sua extinção ou degenaração chega antes que elas atinjam o intelecto necessário para manter contato telepático com outras espécies, e assim juntarem-se à proto mente cósmica.

A outra é triste visão do universo : todas as espécies estão fadadas a degeneração, seja antes de poderem juntar-se a mente cósmica, ou quando chegarem a tal nível que a manutenção de sua existência será impossível. E a mente cósmica tem o pior destino de todos : sofrendo uma morte lenta e dolorosa conforme o universo se torna menos inteligente, juntamente com o horror de saber que o criador não tem qualquer amor pelo universo, e que contáveis outros universos estão presos em um cíclo sem fim de sofrimento igual ao seu.

Ao mesmo tempo que é um livro belíssimo, Star Maker talvez seja a maior obra de "horror cósmico", colocando H.P. Lovecraft no chinelo. Se a idéia de um criador incapaz de sentir qualquer coisa pela humanidade é desconcertante, um criador que vê o universo como uma obra de arte falhada, e cuja emoção mais pervasiva é a crueldade é a própria essência dos pesadelos.

Numa escala de zero a dez, Stapledon merece definitivamente um dez.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Processos, Processos: John Carter agora na mira?

Bem, recentemente tivemos mais um daqueles casos de "sério que estão processando por isso?": a ERB Inc. (empresa que publica várias obras do espólio do escritor de FC Edgar Rice Burroughs) está processando a editora Dynamite Entertainment por violação de marca, e exigindo um recall das revistas baseadas nas séries Tarzan e John Carter de Marte. Até aí, compreensível, embora a obra de Burroughs já seja de domínio público há algum tempo - ao menos nos EUA.

O momento em que o processo adentra no cenário da insanidade é  a objeção da ERB Inc. às capas dos títulos da Dynamite - que "beiram (ou várias vezes são) pornográficas". Espera um pouco aí, ERB: esse é o autor que fazia questão de frisar como todo mundo estava nu em todos os livros do John Carter. São as duas séries memoravelmente ilustradas por Frank Frazetta - e sem nenhuma objeção da sua parte. Não é exatamente o tipo de obra com a qual dá pra querer ser moralista, certo? Parece ser mais um caso de aproveitar a aproximação do filme para conseguir dinheiro.

Convenhamos que as capas SÃO apelativas.

E eis o cerne da queixa da ERB:
The use by [Dynamite] of marks confusingly similar to ERB's John Carter Marks unfairly and unlawfully wrests from ERB control over its trademarks and reputation. ERB Has no control over the quality of Defendants' comic book series, including the nude and pornographic covers that feature the Warlord of Mars mark. As a result, ERB's extremely valuable reputation may be permanently damaged.

Quanto a questão de direito autoral, o conteúdo e os personagens de Burroughs já são de domínio público, mas o uso das marcas como John Carter, Barsoom, John Carter: Warlord of Mars e Dejah Thorris ainda está sob controle da ERB. A ERB licenciou as histórias do Tarzan para a Dark Horse, e as de John Carter para a Marvel, e alega que as revistas da Dynamite estão "enganando o público" quanto a aprovação do material. As histórias são de domínio público, certo? Exceto no Reino Unido, seja lá o por que. O processo inteiro está disponível no Scribd.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Continuidade feita direito: Doctor Who séries quatro e cinco

Esta é bem breve, mas é só um comentário sobre como introduzir elementos novos na trama sem correr o risco de estragar nada. Por motivos óbvios, o texto está CHEIO de Spoilers.


Os finais de temporada de Doctor Who de 2008 e de 2010 batem perfeitamente um com o outro, apesar de ter mudado o diretor, a equipe de roteiro, o ator principal, e o produtor executivo! No final da serie dois de Doctor Who (2006), a então companheira do Doutor, Rose Tyler, foi "exilada em uma realidade alternativa (vulgo, o mundo do Pete). Na série quatro (2008), ela retorna a realidade normal aproveitando "uma brecha entre as realidades" - e em "Journey's End", o final da série quatro, é revelado que ela veio de um mundo do Pete dois anos no futuro, em que as estrelas estão se apagando.

Bem, vendo os eventos de "Stolen Earth" e "Journey's End", é de se imaginar que as estrelas estão se apagando como resultado da "bomba de realidade" do Davros, que iria apagar TODAS as realidades... mas o final da série cinco, "Pandorica Opens" e "The Big Bang" sugere diferente... Rose revela que veio de dois anos no futuro em "Journey's End" - em novembro de 2008. Em "Pandorica Opens", é revelado que a destruição da TARDIS faria com que "o silêncio caísse", e destruiria... todas as realidades (nossa, gostam de reaproveitar ameaças...) - o legal é que isso levou a aliança mais improvável da história de Doctor Who, quer dizer Daleks, Cybermen e Sontaranos trabalhando juntos? MADNESS!. Quando isso ocorre? 20 de novembro de 2010. Como a BBC faz o possível para evitar plot holes em Doctor Who, de alguma maneira Steven Moffat conseguiu encaixar as coisas perfeitamente... E é basicamente isso que eu queria spoilerar.

Mais uma expansão para DCUO... YAY!

Bem, não creio que eu já tenha dito isso, mas eu ando jogando um pouco (beeeemmm pouco) de DC Universe Online. Achei um jogo muito bom para o que "investi" (U$19.98 em duas expansões, e mais nada), e me anima ver que tem mais uma expansão a caminho: "Battle for Earth", FINALMENTE resolvendo parte da plotline central de DCUO - o rolo todo do Brainiac (YES! Finalmente uma chance de enfrentar ELE, e não um monte de robôs!), introduzindo uma fonte de poder nova (Terra... que não me parece muito interessante...) e abrindo espaço para um novo vilão central... por mim, deveria ser o Darkseid, mas sei lá o que vão decidir - é a DC, não espere muito sentido...

E para ver que eu não to inventando bobagem, eis o release oficial da nova expansão:


  • Themyscira – Experience a new Raid on Wonder Woman's home island that pits players against Chimeric Brainiacs and, ultimately, the deadly Avatar of Magic. Players will fight alongside mythical creatures such as Cyclops, Hydra and Colossus, while simultaneously protecting key units of Amazons and Beastimorphs.
  • South Gotham Brainiac Invasion – Supercharged action continues as players battle Brainiac's invasion force in the streets of South Gotham, the Courthouse Alert and new Duos. Working to stop Brainiac's Union – formed by the people trapped inside the bottled buildings – who are constructing Proto-Avatars to assault Gotham, players will be challenged to rise up and defend Earth against Brainiac's final assault.
  • The Prime Battleground – The Battle for Earth storyline leads players in to an epic battle in which they must fight all three of Brainiac's newly completed Prime Avatars, and then Brainiac himself. Heroes will fight for the safety of the Earth and its inhabitants, while Villains will want to defeat Brainiac and expand the influence of evil across the planet.
  • Earth Powers – Rumble on to the scene and shake things up with DCUO's ninth power set. Earth Powers can be used for both Tanking and Damage and features an exciting new Tanking mechanic that defers damage to a player's constructs and automatons. Geokinesis abilities give players the ability to shape Earthen constructs to crush enemies and reinforce allies while Seismic abilities allow players to call mighty, Earth-shaking forces to rattle and daze opponents.
Espero que seja boa - ou ao menos que seja menos... irritante do que a do Flash, que ENTUPIU Metropolis e Gotham com inimigos de nível 30 EM TODOS OS CANTOS! Ainda não há uma data certa para o lançamento de "Battle for Earth", mas já vou deixar espaço no "orçamento" para os U$ 9.99 que deve custar.



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Crítica: Capitão América - O primeiro Vingador

Este fim de semana eu reassisti Capitão América: O Primeiro Vingador - estava morrendo de vontade de rever esse filme desde que terminei minha monografia (sobre toda a trajetória do Capitão América, como uma crítica às políticas e a identidade americana), e na sexta-feira, decidi comprar o DVD... Afinal, esse é o tipo de filme para se TER, não para se alugar.

Embora tenha tido muita desconfiança do filme durante a produção, o resultado final é simplesmente perfeito: são raros os filmes de quadrinhos que conseguiram capturar tão bem a essência do personagem, mesmo com certas liberdades criativas. E em sua maioria, as mudanças do filme só melhoraram a história - caí a bizarrice de Bucky Barnes como o moleque inexplicavelmente no exército, o disfarce de Rogers como um soldado atrapalhado (como todo disfarce pré Homem-Aranha, aparentemente), e a incongruência do doutor Abraham Erskine ser secretamente um Nazista (sério Marvel, WTF!?).


O que se manteve foram os bons pontos do Cap: o carisma do personagem, o discurso que, ao contrário de leituras superficiais, não tem nada de imperialista, e é claro, a quase perfeição moral do Capitão, que aqui tem uma explicação meia boca - o soro do Super-soldado melhora e intensifica TUDO na pessoa, e como coloca o doutor Erskine, bom se torna ótimo, enquanto mau se torna monstruoso. E é no Soro do Super-Soldado que a versão cinematográfica do Caveira Vermelha tem sua origem, mantendo a caracterização atual do Caveira como o "anti Cap". O personagem inteiro de Rogers é estabelecido em uma fala bem simples: "Não quero matar ninguém, só não gosto de crueldade, seja lá de que lado". Da mesma maneira, o filme escapa da lógica barata de "olhem como esses alemães são maus" em uma fala também singela, e muito forte: "As pessoas esquecem que o primeiro país que os Nazistas invadiram foi o seu próprio".

E isso tem muito em comum com a temática moderna do Capitão América: a crítica ao nacionalismo e o patriotismo cego, e a rejeição do discurso "meu país, certo ou errado". O mesmo discurso que levou Hitler ao poder está presente nos EUA até hoje, mas ao contrário do que ocorre na Alemanha, não é um discurso monolítico (embora alguns paranoicos gostem de fingir que os EUA são tipo, o terceiro Reich com esteroides, mesmo sem ter um pingo de evidência). Só é uma pena que o filme não foque no Nazismo, mas sim na Hydra - embora isso seja necessário para que o filme seja distribuído no mundo todo sem problemas (legislação alemã, por exemplo, não permite a banalização do nazismo).

Contrariando minhas expectativas, Chris Evans está excelente como o Capitão - e com o físico certo para o herói, além de surpreender no começo do filme como um Rogers pré soro, mas ainda com a coragem e a retidão do Capitão: Rogers não é bom por causa do soro, o soro só lhe deu os meios de exercer a sua virtude sem tomar umas na cara. Tommy Lee Jones rouba a cena em boa parte do filme, e a única "perna bamba" de "O primeiro vingador" acaba sendo o vilão: embora Hugo Weaving convença como o Caveira Vermelha, ainda assim está um tanto... fraco. E bizarramente, é mais assustador como Johann Schmidt do que depois de revelar o porque do nome Caveira Vermelha. Lamentável. Stanley Tucci também rouba suas poucas cenas como Abraham Erskine, aqui uma figura legitimamente trágica e simpática - e com momentos de humor, como o brinde "duplo" antes do procedimento...

E de alguma maneira, o figurino convence! A primeira roupa é tosca, mas isso se deve a ser literalmente uma fantasia publicitária, provavelmente baseada em desenhos de Rogers (vale notar como a formação dele como desenhista transparece em pequenos detalhes do filme), mas ainda assim é "engolível", sem ser camp. Já a segunda roupa, após a formação do que obviamente são os comandos selvagens (com o Dum Dum Dugan, e vários outros, mas só o Dugan já foi ótimo), é bem mais "trabalhada", mas ainda é claramente a roupa do Capitão América. Como todo filme da Marvel, está recheado de pequenos "easter eggs" ao longo do filme, como o androide Tocha Humana original (exposto na feira de tecnologia onde Rogers consegue se alistar, finalmente), a primeira cena do cientista Arnim Zola (interpretado muito bem por Toby Jones, com seu rosto aparecendo em um monitor, referencia ao "rosto no peito de tv" do doutor atualmente), e é claro, os Comandos Selvagens.


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Smallville continua... nos quadrinhos

Para quem gostou do (incrivelmente lento) seriado recontando a juventude do mais antigo super-herói do mundo, uma boa notícia: após um fim um tanto abrupto -e logo após Clark assumir o uniforme! - Smallville está ganhando uma "11ª temporada" na forma de quadrinhos digitais. Essa não é a primeira série a ter "temporadas" no formato de HQs - o formato deu muito certo com "Buffy, a Caça Vampiros" e "Angel", da Dark Horse, e parece que agora a DC quer a sua fatia deste bolo...

Nunca fui muito fã de Smallville, mas de alguma maneira tenho que dizer que a jogada me agrada: os quadrinhos "da lista A" do novo 52 (fora Lanterna Verde, que parece ter mudado nada) não me caíram muito bem, e francamente, Smallville era menos... irritante do que as histórias atuais do Superman. Resta esperar para ver como ficou mesmo, e se o roteirista Bryan Q. Miller vai manter o ritmo "enrolado" da série - ou finalmente vai apertar o passo, como deveria a muito.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Esperanças para "Dredd" subindo, mas ainda baixas...

GAZE UPON THE HELMET OF DREDD!
O blog 2000AD divulgou algumas das primeiras imagens da nova tentativa de levar o distópico Judge Dredd para os cinemas, e tenho que admitir: o prognóstico está melhorando lentamente. Estrelando Karl Urban como o personagem título, e com a adorável (o que não bate muito com o cenário) Olivia Thirlby como a Juíza Anderson, as primeiras imagens mostram que, felizmente, o filme não parece ter "podado" a violência que marca as HQs. Ao contrário, para  a alegria dos fãs, as imagens mostram Dredd e Anderson com armas desproporcionais - e Anderson ESTOURANDO A CABEÇA de alguém (mas podia ser mais extremo, ainda está meio 'eh').

 Admito que o capacete parece meio grande demais, mas tem que se levar em conta que, ao contrário dos quadrinhos, tem que realmente caber a cabeça de alguém ali dentro. Ainda estou reticente quanto ao filme - o gosto ruim do Stallone custa a sair da boca, apesar do hilário "I AHM TEH LAERW!", possivelmente a única coisa não dolorosa daquela bomba -que cometeu o erro máximo se tratando de Dredd: mostrar o rosto do anti-herói do título, e tentou pintar Dredd como um herói, quando ele está no limiar que separa um anti-herói de um vilão de fato... Se é que dá para dizer que o braço armado de um estado totalitário não é um vilão.

 Estando em parte sob cuidado dos britânicos, e com menos "mudanças" para evitar uma restrição de idade, o filme tem alguma promessa... mas continuo me preparando para uma bomba. Espero estar errado. E espero que alguém um dia faça um filme de Warhammer 40k, outra série distópica como só os britânicos fazem... Mais duas imagens, e para rir (ou sofrer), Stallone após o link



Sério, ela é bonitinha demais pra esse filme.

BOOM! HEAD SHOT! Vejo pedaços de crânio voando....

Marvel, dá pra devolver a roupa do Aranha? Por Favor?

Sou só eu, ou isso tem mais jeito de roupa de vilão?
Mais um evento, mais uma roupa ridícula: parece que a Marvel definitivamente se cansou da roupa clássica do cabeça de teia, e decidiu dar mais uma armadura pro amigão da vizinhança. É, a partir do arco de história "Ends of the Earth", que começa no outono deste ano (primavera lá nos EUA), o Homem-Aranha passa a usar... essa abominação vermelha e preta, com ombreiras e manoplas blindadas... Tem algo de errado no reino do Aranha, e tem sido óbvio desde meados do ano passado, quando o herói andou mudando de roupa constantemente...

Teve essa roupa em branco e preto, do Quarteto Fantástico, que combina dois problemas em uma coisa estranha só: primeiro, quem foi o gênio que decidiu que o substituto mais adequado para o Tocha Humana era o Homem-Aranha? E segundo: porque o Quarteto não podia manter as cores clássicas, em azul, branco e preto? Nada contra os designs em si - na verdade eu achei eles excelentes - mas ainda assim me causaram muita estranheza, e não sei se isso é bom...




Aí teve esse traje "furtivo" com linhas de tron em vermelho, usado para enfrentar o Duende Macabro... Até agrada ver o Aranha vestindo preto outra vez, mas essa roupa sofreu de duas coisas muito incomodas: primeiro, as luzinhas neon num traje furtivo, dignas de Sam Fisher, o cara com um capacete que brilha no escuro em um jogo de Stealth. A segunda é: daonde Peter Parker arranja tantos upgrades tecnológicos? O traje do "Aranha-de-Ferro" tem a desculpa de ter sido feito pelo Tony Stark, enquanto essa coisa... Parker "se apropriou" de tecnologia do novo empregador. Sério, o Aranha tem acesso a um laboratório de alta tecnologia - e está dando uma de Bruce Wayne com a Wayne Corp, só que sem ser o dono da empresa... Ao menos ela saiu de uso depois que o Duende foi derrotado, então se enquadra na família "trajes específicos", como o Aranha-de-Ferro e aquelas roupas bizonhas da Guerra Secreta do Nick Fury, ou do Fear Itself.

Isso não tem lugar no Mythos
do Homem-Aranha, sério.
Quem me conhece sabe minha opinião sobre armaduras: a não ser que o herói seja baseado em usar um traje tecnológico ou blindado -e que sempre tenha parecido com o tal - armaduras não tem lugar nenhum em super heróis, especialmente no Homem-Aranha, sempre marcado pelo traje mais simples. E que de maneira apropriada, sempre pareceu uma roupa caseira. Essas super roupas cheias de grebbles, detalhes e apetrechos estão tirando a essência do Aranha. Um herói que sempre foi "de rua", e que nos últimos anos tem sido empurrado em direção aos pesos-pesados e o nível cósmico da Casa das Idéias... Acho que vou ler só Ultimate Spider-Man mesmo, por mais que esteja lendo pouco do Aranha ultimamente...

Antes que surja um "Aranha-terno", ou coisa parecida...
OH, F**** YOU MARVEL!

Aí tivemos isso, que não sei deonde, como, ou porque surgiu. Só que foi no ano passado, por mais que o traço sugira algo MUITO velho...

Notícia e Imagens do site Comics Alliance.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Assistam: As Aventuras de Tintin. É excelente

Bem pessoas, antes de qualquer coisa, para explicar a falta de postagens desde quinta-feira: Semana passada foi a defesa da minha Monografia.... e eu fui aprovado com nota 10! Então para minha felicidade, não sou mais um estudante de jornalismo, mas sim um jornalista formado (ou quase) - e passei o fim de semana aproveitando o momento, o que não envolveu escrever.

Mas para o que realmente interessa por hoje: Sexta-feira eu finalmente fui assistir "As aventuras de Tintin" - fazia um bom tempo que eu estava esperando pelo filme - e tenho que dizer: Spielberg pode ter "perdido o toque", mas este filme demonstra que parte do que lhe fez um grande diretor ainda está lá. Embora o clássico das HQs já tenha sido adaptado para as telas algumas vezes, está é apenas a segunda vez que o trabalho faz justiça a criação do belga Hergé - somente a série animada franco-canadense dos anos 90 conseguiu este feito. E em meu ver, tanto o filme de Spielberg quanto a série da Nelvana conseguem superar o material de origem.


Mas espera, como assim superar?! Pra ser sucinto: não que as HQs sejam ruins por si (embora as primeiras sofram muito por estarem marcadas pela falta de conhecimento de mundo de Hergé na época da autoria), mas tanto a série quanto o filme limpam o elenco, e aprimoram o timing dos quadrinhos. Indo direto ao filme e deixando o desenho (que eu adoro) de lado, além de aprimorar o que já era ótimo - apesar de tomar algumas liberdades criativas - a obra de Spielberg conseguiu o realmente improvável: superar o uncanny valley.


Produzido inteiramente em computação gráfica, em vários pontos "As aventuras de Tintin" acaba enganando: Não fossem as proporções exageradas de vários personagens (preservando as características físicas dos quadrinhos), dava para achar que é um filme de fato, e sem aquela sensação de "errado" que personagens computadorizados as vezes geram.

Saindo do aspecto técnico (e que está de parabéns), temos uma adaptação consideravelmente fiel e bem pensada de "O segredo do Licorne", com algumas mudanças - e mesclando alguns elementos de "O caranguejo das pinças de ouro" e "O tesouro de Rakham, o Terrível" (que diga-se passagem, deve ser o segundo filme do jornalista aventureiro). Embora algumas coisas tenham sido mudadas, e alguns personagens tenham sido retirados ou trocados, o tom se mantém fiel ao original - e não cai naquela falha comum de Hollywood, de tentar deixar épico o que não precisa ser (vide o novo Conan).

Tintin está apropriadamente heroico e persistente. Os inspetores Dupont e Dupond estão atrapalhados como deveriam ser -e  roubando a cena, com de se esperar. Mas o ponto forte do filme vai para o capitão Haddock: em sua história introdutória, e podendo explorar o Alcoolismo que havia sido parcialmente censurado no desenho da Nelvana, o velho lobo do mar está simplesmente hilário. E de certa forma, o filme é mais dele do que de Tintin. Afinal, é o legado da sua família que permeia o filme, e é nele que se tem o maior desenvolvimento de personagem, passando de um velho alcoólatra derrotado, para um um homem implacável. Pois um Haddock NUNCA desiste!

E para os fãs brasileiros, um ponto muito bom: Embora a dublagem original do filme use os nomes americanos (Snowy ao invés de Milu, Thomson e Thompson ao invés de Dupond e Dupont, etc), em português foram mantidos não apenas os nomes originais, mas também a maior parte das vozes que marcaram o desenho dos anos 90. Um verdadeiro agrado da equipe de localização.

Quem tiver tempo, realmente recomendo que assista antes que saia de cartaz. É um filme excelente, divertido e que não estraga aquilo que é bom: ao contrário, potencializa os pontos fortes e descarta aquilo que não vale a pena. Genial. E só para fechar, o tema de abertura do desenho que marcou a minha infância (e a de muita gente) - e única coisa que faltou no filme.