segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Cyanide and Happiness

Mais uma recomendação de webcomic minha, Cyanide and Happiness, do site Explosm.net, é um daqueles quadrinhos que pode desagradar muita gente: é puro humor negro, sem medo de criticar, ridicularizar, avacalhar ou até humilhar o que quer que seja - e é completamente hilário justamente por isso. Para quem não entende inglês, o blog Cyanide&Happiness Traduzidos oferece as tiras com alguns dias de atraso.

A arte de C&H é bem simples - não ao nível de XKCD, mas ainda assim muito simplificada - mas isso é porque o humor todo está na combinação do texto (que muitas vezes não sobrevive a tradução) com as situações insólitas retratadas pelo cartunista conhecido apenas como Dave. É uma daquelas tiras em que todo mundo se dá mal, e que nada faz  muito sentido... e por isso é engraçado.

Marvel queria publicar personagens da DC?

Segundo o site Universo HQ, nos anos 80, antes da febre dos crossovers entre a Marvel e a DC Comics, a "Casa das Ideias" entrou em negociação com a concorrente para publicar uma série de revistas com os personagens da DC, como Superman, Batman, Mulher-Maravilha, e a Liga da Justiça.

Quem revelou essa história de bastidores foi o quadrinhista Jim Shooter, que postou em seu blog imagens de um memorando interno da Marvel, datado de 21 de fevereiro de 1984, e uma página original do plot de uma aventura do Superman, escrita por John Byrne.

O primeiro gibi da série deveria ser Superman - 1st Marvel Issue, cujo argumento Shooter descreveu e comentou. Shooter afirma que a ideia não vingou devido a uma ação judicial de uma terceira editora - mas não disse qual. Na década de 90 as editoras cogitaram "emprestar" seus personagens uma para a outra, durante um período previamente combinado. Eles transitariam pelos dois universos e frequentariam as revistas uns dos outros, interferindo na cronologia alheia e fazendo parte dela. Mas essa ideia também não saiu do papel.

Francamente? Ainda bem que as duas idéias não saíram do papel - o estilo Marvel e o estilo DC são diferentes demais para que tal plano desse certo (não que eu esteja dizendo que uma seja melhor do que a outra), e já dá trabalho o suficiente acompanhar as revistas por uma editora, sem ter que comprar as da concorrente ao mesmo tempo. 

Além do que, a ultima vez em que elas atuaram juntas sem ser um "Marvel versus DC" da vida foi Amalgama, e todo mundo lembra como aquilo foi bom. Sem mencionar que, ao contrário de muita gente, eu realmente não gosto do trabalho de Shooter ou de Byrne como escritores - e no caso de Byrne, não gosto dele como pessoa também, pois me lembro bem da atitude hostil que o "super astro" tem com os leitores, e da trollagem constante que fazia nos foruns de quadrinhos no exterior. Mesmo que tal ideia saísse do papel... não leria ela pela mão desses dois.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Alguém tinha muito tempo em mãos...


Essa abominação é uma criação fanmade chamada King GaoGaiGar, juntando TODOS os bonecos da série Yuusha-Oh Gao Gai Gar... alguém teve tempo demais para deixar isso em pé... ou a Takara planejou isso?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O árduo caminho para a redenção


Redenção: eis um tema narrativo forte, e que poderia ser mais explorado tanto na animação quanto nas histórias em quadrinhos. A jornada do "malfeitor" rumo a virtude é sem sombra de dúvidas uma das formas narrativas clássicas, e é difícil pensar em obra que tenha abordado melhor esse tema do que "Les Miserables", de Victor Hugo - afinal, não há melhor história de redenção do que a tragédia de Jean Valjean, condenado a 17 anos na prisão por ter quebrado uma janela e roubado um pão - e que fora da prisão, se torna um exímio membro da sociedade, e um grande filantropo, ao mesmo tempo que foge da justiça.

Mas onde está o "Les mis" dos quadrinhos? Ou da animação? Aquela obra "perfeita" que defina de maneira magistral o tema? Ainda não temos nenhuma HQ ou nenhum desenho que possamos dizer "Isso é o que redenção significa", mas temos algumas histórias que abordaram muito bem a questão - O caso mais forte dentro do mainstream dos comics é, em minha opinião, Thunderbolts. O que começa como um plano engenhoso do Barão Zemo para conquistar a confiança da população tem uma completa reviravolta quando vários membros da equipe chegam a conclusão de que, sabe, eles gostam de serem heróis.


E se há um traço em comum na maioria das histórias de redenção é isto: a maioria das vezes, o caminho para a redenção começa com as piores intenções. Não é na intenção de serem heróis que os Thunderbolts alcançam a "virtude", mas na intenção de fazer com que as pessoas pensem que eles o são. Os fãs de animação japonesa certamente estão familiarizados ao extremo com Picollo e Vegeta em Dragon Ball Z, ambos vilões impiedosos que se redimem sem nenhuma intenção de serem heróis. E por mais piegas que isso seja - e é - é através do amor que ocorre a redenção de ambos: Picollo se torna bom através da relação com Gohan (e por mais que Goku seja o pai biológico do moleque, não há como não ver no Picollo a verdadeira figura paterna do Gohan), enquanto Vegeta se redime ao se ver.. acomodado como um pai de família comum - embora reaja violentamente a essa constatação.

Thunderbolts é repleto de histórias de redenção - e de falsos discursos de redenção. Enquanto a trama mais impressionante é do lider da equipe, o NAZISTA Barão Zemo, que ao longo dos anos de publicação do Thunderbolts foi lentamente vendo os erros do passado - a ponto de tentar corrigir a linhagem de ódio da família quando enviado de volta no tempo - mas ainda assim não conseguia abandonar a megalomania dos velhos tempos. Porém, em meu ver, a melhor trama de redenção do título é a de Melissa Gold, vulgo Soprano. Embora alguns roteiristas lamentavelmente ainda a tratem como uma vilã (mostrando que nunca se deram o trabalho de ler Thunderbolts), Melissa foi durante todos os 14 anos dos Thunderbolts a personagem que mais claramente buscou a tão ilusiva redenção.

Isso inclui a permanência dela na equipe durante o arco "Fé em Monstros", de Warren Ellis - no qual os antigos membros - aqueles que se tornaram heróis de verdade, embora ainda tivessem "problemas de comportamento" - foram mandados embora, para dar lugar a psicopatas como a Rocha Lunar e o Mercenário. Melissa poderia ter saído da equipe - mas estaria fora do personagem ela deixar aquele bando de pessoas sem uma bussola moral - e essa decisão dentro de universo foi recompensada quando ela finalmente abandonou os Thunderbolts e foi salva pelo Espadachim - um dos poucos membros da formação original que ficaram na equipe liderada por Norman Osborn.
Ok, parte do motivo de eu gostar da Soprano é porque ela é adorável.

Também é graças a Melissa que o Homem Radioativo se manteve na equipe - o subtexto romântico é bem forte, e creio que boa parte da humanidade é capaz de compreender a falta de despedida do herói/vilão chinês, cansado de não ser correspondido. Cheng retorna a China com para liderar um supergrupo nacional, e não se dá o 'luxo' de uma despedida, simplesmente oficializando sua demissão dos Thunderbolts, e partindo de volta para casa - para não tornar mais difícil do que precisa ser.

Zemo teve uma recaída recentemente quando sequestrou e prendeu Bucky, o parceiro do Capitão América, em uma armadilha "inescapável" (contrariando o que eu tinha escrito antes, quem matou o Bucky foi a filha do Caveira Vermelha, a Irmã Pecado)- cansado de ser tratado como um vilão apesar de 14 anos como um herói, enquanto Bucky era respeitado apesar de ter passado boa parte dos últimos 20 anos como o soldado invernal. E enquanto Zemo salvou a terra repetidas vezes, Bucky foi completamente perdoado por numerosos assassinatos e por ter explodido uma parte considerável de Nova York - apesar disso, Zemo tinha apenas o desdém da maioria dos heróis.  embora a motivação de Zemo fosse compreensível (mas certamente não boas), os atos lhe jogaram definitivamente fora do caminho para a redenção.


Zemo: um dos poucos arqui inimigos do Capitão América que ainda podia ser redimido, recaiu devido a inveja.
Enquanto isso, o mais próximo que a DC tem dos Thunderbolts é o Esquadrão Suicida. Mas enquanto a Marvel sempre trabalhou com os tons de cinza - e com uma chance real de alguns dos seus vilões se redimirem - a DC manteve o maniqueísmo pelo qual a editora é conhecida. Não interessa aos membros do Esquadrão fazer a coisa certa; o que lhes interessa é tão somente a prometida redução na pena, nada mais.

Eu sei que essa formação é mais velha do que as pedras, mas não tive paciência de procurar uma atual.

Já na animação, meu conto de redenção preferido é (momento fanboy aqui) todo o arco de história do Dinobot, em Beast Wars. Dinobot abandona os Predacons logo no primeiro episódio, mas sua motivação para se juntar aos Maximals nada tem de virtuosa: sua meta única é assumir a liderança dos Maximals e esmagar de uma vez por todas os Predacons. Ao longo das duas primeiras temporadas de Beast Wars Dinobot busca "seu destino". Em um momento de tragédia, é ao perceber que o destino cabe apenas a si mesmo que ele conclui estar sem escolha - e em sua batalha final, salva toda a proto-humanidade.

As palavras finais de Dinobot são uma das ultimas coisas que esperava ouvir em Transformers: "Conte meus feitos a quem perguntar, conte a verdade, as coisas boas e as ruins igualmente, e deixe que me julguem de acordo. O resto... é silêncio". Duas citações de Shakespeare, em um desenho que é um comercial de brinquedos de 22 minutos... O momento ganha força graças a atuação excelente de Scott McNeil, tanto no papel do Dinobot, como de Rattrap. A constante troca de insultos entre os dois era um ponto forte de Beast Wars, e a despedida tocante dos dois é certamente, para quem acompanhou toda a série, um tearjerker.

Mas a sua morte trágica levanta outro tema em comum sobre a redenção: como colocado pelo site Tvtropes, redenção é igual a morte: são poucos os personagens que alcançam essa meta ilusiva sem morrer no processo - quer melhor exemplo do que Darth Vader? Isso é por um detalhe simples: a imagem do personagem como vilão é construída de tal maneira, que reescreve-lo após a redenção seria em essência outro personagem. Infelizmente.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

1001 Quadrinhos para ler antes de morrer

Depois de 1001 filmes que você precisa ver antes de morrer, 1001 discos que você precisa ouvir antes de morrer e 1001 lugares que você precisa visitar antes de morrer, os livros de 1001 coisas que você precisa fazer antes de morrer agora estende suas garras para as histórias em quadrinhos, com o "1001 Comics You Must Read Before You Die: The Ultimate Guide to Comic Books, Graphic Novels and Manga" 
 
A obra de 960 páginas e Ricamente ilustrada traz trabalhos de países como Holanda, México, Dinamarca, Bélgica, Noruega, África do Sul, Malásia e Argentina, além, claro de obras dos Estados Unidos, Japão, França, Reino Unido e Itália, e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil. E os títulos recomendados pelo tomo vão além dos comics, incluindo também tiras de jornal, Graphic Novels e mangás. Alguns títulos brasileiros deram as caras também, como "O dobro de cinco", de Lourenço Mutarelli, Piratas do Tietê, de Laerte, e a é claro, o mais famoso quadrinho brasileiro, a versão clássica da Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa. 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Muppets+Doctor Who: Awesome

A desenhista Amy Mebberson fez em julho essa imagem excelente, escalando os muppets como personagens de Doctor Who. E é isso por ora.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Caras machões fazendo coisas machonas


Esse é só um pequeno exemplo do EXCELENTE "Manly Guys Doing Manly Things", um webcomic tirando um merecido sarro com todos os heróis "ultra mega másculos" de jogos de videogame - e ao mesmo tempo mostrando que ser "machão" não significa ser um brucutu, como mostra o protagonista, o apropriadamente nomeado "Commander Badass". Curiosamente, esse quadrinho sofrendo de envenenamento por testosterona é escrito e desenhado por uma mulher, Kelly Turnbull, vulgo Coelasquid.

Recomendo sem sombra de dúvidas - para quem gosta de humor, sempre é engraçado, e mesmo sendo desavergonhadamente "Macho", MGDMT consegue ter vários momentos tocantes - um dos destaques é a estranha dupla Jared (o treinador pokémon mais "fail" ever) e Mr. Fish - um gyarados imenso e tão tapado quanto é grande, e para a relação do comandante com os filhos - como o muffin de, bem, tudo abaixo..


Uma breve entrevista com Jorge Luiz Calife

Jorge Luiz Calife, jornalista e escritor de Ficção Científica, marco da FC Brasileira. Trabalhou de 1985 até 1993 no Jornal do Brasil, onde foi um dos poucos jornalistas que teve a oportunidade de entrevistar tanto os Astronautas dos ônibus espaciais da NASA, e os Cosmonautas da estação espacial Salyut 7, entre varias outras experiências como jornalista científico. Escreveu a trilogia padrões de contato, cujo ultimo livro, linha terminal, recebeu o prêmio Nova.


Calife é bastante conhecido como "o brasileiro que inspirou Arthur C. Clarke a escrever 2010", alcunha que, embora muito honrosa, não faz juz ao total de sua obra.

A seguinte e curta entrevista foi realizada por e-mail em outubro do ano passado. Qualquer problema de qualidade da mesma é culpa minha, e não de Calife.


1 O que você tem a dizer para aspirantes à jornalistas ou à escritores de Ficção Científica?

Eu sempre gostei de escrever, de contar histórias, tanto histórias reais, como de fantasia, daí que o jornalismo é a profissão ideal para mim. E tive a felicidade de crescer num dos períodos mais estimulantes da história da humanidade, quando a ficção virou realidade. Acho que o segredo é fazer aquilo que se gosta e procurar ter uma boa cultura geral. A maioria dos estudantes de jornalismo acha que a faculdade vai lhes dar tudo. Não, a faculdade só dá uma formação básica. Você tem que se especializar em algum assunto que goste, conhecer pelo menos uma língua estrangeira. E se quiser escrever ficção aprenda tudo o que puder sobre o tema de sua história. Se quiser escrever sobre a mudança climática global leia todos os livros que encontrar sobre o assunto. E aproveite o momento em que estamos vivendo, onde é mais fácil de publicar do que jamais foi.


2. O senhor é um dos maiores nomes da ficção científica brasileira, se não o maior. Como você avalia o cenário da FC brasileira? Você disse que não tem lido muita FC atualmente, isso é por falta de tempo, interesse, ou por não ver mais tanta relevância no genero?

A FC brasileira vive o melhor momento da sua história. Há várias editoras publicando novos autores e novas antologias de contos são lançadas todo o ano. E tem a internet onde os novos autores também podem mostrar seu trabalho. Na época em que eu comecei não tinha essa facilidade toda e a gente batia de porta em porta durante anos até ter uma ooportunidade. Atualmente eu me dedico mais ao jornalismo, a realidade ficou tão interessante quanto a ficção e a vantagem da realidade é que fazemos parte dela.


3.Alguns dos  autores mais antigos da FC, como Asimov, Clark e Stapledon tem uma visão um tanto positiva do desenvolvimento da humanidade, mesmo que seja, no longo prazo, fadada ao desaparecimento. Como você vê o futuro?

Eu cresci numa época em que o futuro parecia negro. Estados Unidos e União Soviética acumulavam arsenais nucleares cada vez mais potentes e muitos achavam que o mundo ia explodir a qualquer momento. Mas contrariando as espectativas a guerra final não aconteceu. Hoje EUA e Rússia, os antigos rivais da guerra fria construiram juntos a Estação Espacial Internacional, a maior obra de engenharia de todos o s tempos. E a China também vai participar dessa cooperação no espaço. Há muitos problemas, mas a história nos convida a sermos otimistas, como os grande mestres do passado.


4. No mesmo teor da anterior, muitos da geração X de autores (em especial Gibson e Card) , nos anos oitenta, assim como alguns dos velhos nomes (Dick e Heinlein,  pra citar os que me vem em mente) tem uma visão mais cínica do futuro. Esse cinismo acabou tendo muito respaldo nos anos 90, dando uma enfase nas falhas da humanidade e nos problemas da tecnologia, em especial no movimento cyberpunk. Como, em sua opinião, se explica essa visão de que a ciência serve mais como instrumento dos poderosos, em léu do bem maior?

Essa visão da ciência a serviço do poder vem da desilusão provocada pela Segunda Guerra Mundial e a guerra do Vietnã. Mas a tecnologia está a serviço de todos, não só dos poderosos. Sites como o wikeleaks revelam os segredos que os governos querem esconder, graças a internet e aos micro-computadores e é essa democratização da tecnologia, que é só uma ferramenta, que serve ao bem como pode servir para o mal que contem a chave para um futuro melhor. Algo que os pessimistas, que só enxergam nuvens negras no horizonte não conseguem ver.

5. A FC atualmente tem um foco muito maior no transhumanismo, e na idéia de que a internet nos trouxe uma sociedade pós escassez no meio digital.  Essa ideologia, de que a ciência pode melhorar o homem, e de que a internet pode antender nossas necessidades intelectuais, tem respaldo científico, a seu ver?

A resposta anterior já abrange essa pergunta.


6. Como você avalia as relações entre cientistas e leigos atualmente? Existem falhas na comunicação por parte de cientistas, ou na recepção pelos leigos?

O cientista é financiado pelo governo, em sua maioria, daí que sua relação com o público geralmente depende dos canais oficiais. Mas muitos tentam se aproximar do público , explicar o que estão fazendo, e nunca houve tantos cientistas envolvidos em projetos de divulgação da ciência como hoje. Afinal, sem verba não tem ciência, e se o povo não eleger políticos que apoiem a pesquisa a ciencia acaba.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O colonialismo na construção do herói




Não creio que seja muita novidade para quem gosta de HQs que a base dos quadrinhos de super-heróis é a não tão boa, mas velha, literatura pulp, livrinhos baratos vendidos em bancas e livrarias de pequeno porte no inicio do século passado. Mas tenho minhas dúvidas se a maioria dos leitores compreende o subtexto colonialista da grande maioria dos heróis pulp - e como isso afetou a industria de quadrinhos até hoje.

Levem em consideração - a literatura pulp teve seu auge nas décadas de 1910, 20 e 30 - os anos finais do colonialismo europeu.  Como colocado pelo site tvtropes, o que imperava na literatura de ação, fantasia e ficção científica do inicio do século XX (assim como por todo o século XIX) é o "Mighty Whitey" - o poderoso branquelo -o homem branco anglo-saxão protestante, transplantado para um ambiente selvagem onde representa a "luz da civilização", e são mais bem dotados, talentosos e bem, tudo, do que os nativos.

Talvez os melhores exemplos deste tipo de personagem na literatura pulp sejam os dois grandes heróis de Edgar Rice Burroughs - John Carter de Marte, e Tarzan, o rei dos macacos. Transportado para Barsoom, o veterano da guerra civil John Carter é mais forte e ágil que os marcianos nativos, sua mentalidade "de um cavalheiro da Virginia" lhe dá vantagem sobre o senso de honra cego dos Barsoomianos, ao mesmo tempo que lhe torna MAIS honrado. Essa mentalidade superior lhe permite conquistar "a mulher mais bela de marte, Dejah Toris de Helium", e lhe concede o título de Dejak dos Dejak, senhor da guerra de Marte - e a liderança de todo o planeta. Da mesma maneira, perdido na selva quando bebe, o nobre inglês John Clayton III, Lorde de Greystoke, é criado pelos grandes macacos Magnani - e adulto, se torna o lider da tribo de gorilas, superando todo o bando em praticamente todos os aspectos.

Embora sejam um caso de "superioridade do homem civilizado", tanto Carter quanto Tarzan rejeitam a hipocrisia da Terra ou do homem branco. Esse padrão pode não ser tão óbvio atualmente, mas não é preciso olhar muito para encontrar um caso dele nas HQs: o Super Homem. Afinal, Kal-El vem de um mundo mais civilizado, e em todos os aspectos o herói é melhor do que os humanos - e assume, como Carter e Tarzan, um cargo de protetor, e de certa maneira lider da humanidade. Embora sua superioridade venha de sua origem Kryptoniana, o Super Homem rejeita a hipocrisia de Krypton, assim como Tarzan rejeita a hipócrita sociedade européia - mas não deixa de ser um exemplo de como "o civilizado" é superior.

Outro caso disso é o Punho de Ferro - o jovem americano adotado por monges asiáticos de K'un L'un e supera todos os outros estudantes, recebendo poderes místicos no processo e virando o maior guerreiro da ordem. Ainda mais descarado é o caso do Wolverine, que conseguia ser um japonês melhor que todos os personagens japoneses da Marvel, assim como um índio melhor que todos os outros - e que supera praticamente todas as pessoas com quem lida.

E temos o exemplo reverso no Pantera Negra, vindo da nação oculta de Wakanda, o herói incorpora esse conceito em reverso: o Pantera é mais moral, mais correto e mais tudo por NÃO ser o ocidental branco. Mas essa reversão é tão nociva culturalmente quando o caso padrão, e tem implicações horrendas conforme o roteirista Reginald Hudlin foi detalhando mais a utopia que era Wakanda - em velhos tempos um país avançado, mas com problemas reais, nas mãos de Hudlin Wakanda não tinha problemas sociais, e detinha entre outras coisas a cura para o cancer - que não compartilhava com o mundo "pois os segredos de Wakanda não são para o homem branco". Quem se lembra da forte amizade entre T'Challa e Mar-Vell vai ver o problema: T'Challa deixou seu amigo morrer de câncer porque ele era branco (quando na verdade era azul). E Hudlin esperava que isso fosse visto como algo bom.



Essa forma de narrativa, em que o "poderoso branquelo" rejeita sua origem, mas ao mesmo tempo reafirma sua superioridade frente ao "selvagem" é bastante comum no cinema - um caso recente é o épico Avatar, de James Cameron - no qual o humano Jake Sully consegue em pouco tempo unificar todas as tribos dos Na'vi, domando o terrível Toruk - algo que só havia sido feito quatro vezes em toda a história dos Na'vi. Essa narrativa toda já havia acontecido em Duna, de Frank Herbert - onde o nobre Paul Atreides se adapta melhor ao hostil planeta Arrakis do que o Fremen que habitam o mundo desértico a gerações, e se torna seu líder e messias.

Por mais que essa seja uma forma narrativa clássica e muito popular, há um problema muito grave com ela: é nacionalista, ufanista e preconceituosa. E muitas vezes, uma leitura superficial pode fazer com que elas se passem por crítica a sociedade moderna, ignorando o detalhe de que a unica coisa que leva o "poderoso branquelo" a chegar a seu estado moralmente superior ao "homem civilizado" é a sua capacidade superior ao selvagem, e ver além das limitações do "primitivo". Uma mentalidade um bocado preconceituosa - contra os dois lados da questão, por achar que os "selvagens" são inferiores, e que o "civilizado" é moralmente corrupto.  Não digo que essa narrativa seja inerentemente ruim - só que tem que ser lida com cuidado.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Mark Hamill se aposenta do coringa


Depois de quase 20 anos dublando o palhaço do crime, o ator Mark Hamill - mais conhecido como o interprete de Luke Skywalker na trilogia original de Star Wars - se despediu do personagem via Twitter na tarde de ontem. Ano passado Hamill havia anunciado que o jogo Arkham City seria a ultima vez que dublaria o Coringa, e com o lançamento do game na semana passada, a longa carreira de Hamill como o arquiinimigo do Batman chegou lamentavelmente ao seu fim.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Stan Lee: Faltam quadrinhos para crianças.

Stan Lee, o "patriarca" de vários dos grandes nomes dos quadrinhos, como o Quarteto Fantástico e os Vingadores, planeja lançar uma série especial de quadrinhos para crianças.

Ao falar na New York Comic Con, encerrada no último domingo, Stan Lee contou que acha que os quadrinhos atuais não atraem mais as crianças: "Sinto que não há quadrinhos infantis, ou mesmo livros infantis, que façam bem o seu trabalho, que unam humor e diversão e sejam cheios de surpresas. Planejamos grupos inteiros de personagens que possam apelar ao público infantil. Queremos que esses sejam os personagens deles, assim como o Homem-Aranha foi dos adolescentes tantos anos atrás", disse o roteirista de 88 anos.

A série, intitulada Stan Lee’s Kids Universe, faz parte de uma parceria entre Lee e a editora 1821 Comics. Será composta de cinco volumes, com títulos como Monstros versus Gatinhos e Reggie, o Crocodilo Vegetariano.

Preciso concordar com o sorridente Stanley aqui: de fato as HQs parecem estar ignorando o público infantil, para atrair um público adolescente e jovens adultos "maduros" que tem mais interesse por violência e peitos do que qualquer outra coisa. Onde estão as historinhas inocentes dos velhos tempos? Esse apelo para o público infantil felizmente ainda existe na animação, que tem feito isso muito bem - e sem tratar o público como idiota - com desenhos como Phineas&Ferb, MLP: Friendship is Magic, o novo desenho do Scooby-Doo e o tragicamente cancelado Chowder. Em todos estes casos, há também um forte atrativo para o público mais velho, mas sem ser apelativo. Mas em termos de quadrinhos? O que está disponível para as crianças? Tiny Titans e o que mais?


com informações da agência O Globo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tempestade vai para os Vingadores



Mantendo minha tradição de notícias atrasadas da Comic-con, começando em janeiro, a Tempestade não mais integrará o rol dos X-men - apesar de ter ficado do lado do Ciclope durante o evento Schism - mas sim dos Vingadores, o que é bastante... estranho. Fica a pergunta: por mais que eu tenha achado idiota o casamento da Tempestade com o Pantera Negra, quando é que os dois vão estar no mesmo título outra vez?

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Dentes de Sabre volta em 2012


Depois de ficar oito anos morto com a conclusão da minissérie Wolverine: Evolution, o arqui-inimigo do Wolverine, Dentes de Sabre, deve voltar a vida no ano que vem. Ao menos foi o que afirmaram os roteiristas Jeph Loeb e Simone Bianchi na New York Comic Con - os dois foram os responsáveis pela morte ignobil do personagem, mutilado por uma... Katana mágica?! Levando em conta que Dentes de Sabre tem o mesmo fator de cura ridículo do nanico canadense, não deve ser difícil trazer ele de volta - e já passou da hora de fazer isso. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Teaser de Fall of Cybertron revela mais do Grimlock


Aí está, o primeiro teaser de Fall of Cybertron, continuação do que é possivelmente o único jogo bom de Transformers. Eu não tenho nada a dizer além disso: Grimlock parecendo mega assustador, e espero que ele receba um boneco, e se não for pedir demais... HighMoon e Hasbro, podemos ter os outros Dinobots também?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Substitutos ruins: O Hulk Vermelho

Bem, este é um caso beeem recente... acho que todo mundo lembra de World War Hulk - e a francamente horrível trama de "Hulk bate em todo mundo", e que terminou sem mudar absolutamente nada (além de fazer todo mundo pagar um mico e deixar o Hulk mais apelão do que já era).

Porém o aftermath de World War Hulk nos trouxe uma coisa ainda pior do que um mega-evento parado e sem sentido: um dos personagens mais sem nexo da história da Marvel, o Hulk Vermelho, ou o Rulk.


Se o Hulk normal já era "forte demais", o Rulk cruzava todas as linhas do rídiculo. Em sua aparição em Defenders, o vilão derrotou sozinho o Surfista Prateado, Terrax, Barão Mordo, o Hulk Verde, Doutor Estranho, Namor e Tubarão Tigre (tá, este último não conta), o que resultou na cena mais 'mas que palhaçada é essa' dos últimos anos na Marvel:
O Rulk roubou a prancha do surfista prateado e o machado do Terrax... Onde está seu deus agora?!
Isso foi só um dos absurdos que cercavam o personagem, que tinha o poder absurdo de "roubar energia dos outros", ficar mais forte conforme absorvia energia do ambiente, e emitir radiação quando ferido ou nervoso - fazendo dele uma máquina de moto perpetuo. Ao final de sua primeira "saga" horrenda, veio a revelação "bombástica" e que todos já tinham adivinhado: o Rulk era ninguém menos do que Thaddeus "Thunderbolt" Ross, o maior inimigo do Hulk.

Outros absurdos: Rulk rouba o Mjollnir, soca o Vigia, atira no Hulk e.. está no espaço? 

Atualmente o Rulk está nos vingadores... e eu me pergunto: Porque? E em um ponto de questionamento meu: onde está a parte final da besteirada, o Hulk Azul (Bulk?)? Precisamos de mais um Hulk, mas não.. a Marvel nos deu.. a mulher Hulk Vermelha (Bettsy Ross, a quem interessa). E aí está, o Rulk é mais um daqueles casos de "vamos melhorar um vilão para ele ficar a altura... e agora eu vou colocar o meu novo vilão para bater em todo mundo e mostrar como ele é fodão".

Ainda assim ele precisa de uma arminha.


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Novos bonecos de Tranformers United

A Big Bad Toy Store já liberou as pré encomendas das duas primeiras ondas de Transformers United de 2012, e divulgou imagens preliminares dos "novos" bonecos. A listagem usa dois dos moldes de Generations - Warpath e Thunderwing, ambos muito bons - um dos scouts de Reveal the Shield, o Windcharger - e o restante são moldes mais do que velhos: o já surrado Classics Rodimus, o Classics Megatron (g2) que foi vendido originalmente com o "helicoptimus prime", Cybertron Unicron, as versões de Transformers Cybertron do Optimus Primal e do Megatron de Beast Wars, e Energon Sharkticon.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Trailer dos Vingadores WOOOHOOOOO



Finalmente saiu o trailer do filme dos Vingadores... e agora eu tenho mais um filme na minha lista de "must see", thanks a lot Marvel. O trailer já havia "vazado" anteriormente, mas agora é oficial, legal e sem ser um cara filmando a tela...

Cowboys da Marvel recebem releitura

A Marvel decidiu atualizar alguns de seus personagens mais "anacrônico" - a imensa quantidade de cowboys que a editora costumava publicar antes do foco se tornar quase que unicamente os super heróis. Com roteiro de Andy Diggle e arte de Davide Gianfelice, Six Guns traz os personagens Tarantula, Tex Dawson, Black Rider, Matt Slade e Two Gun Kid para os tempos modernos, no fictício país de San Diablo. Na trama, Maria Vasquez, a Tarantula, está sendo procurada por assassinato, e junto com Tex Dawson enfrenta a gangue de motoqueiro Black Riders (antes um bando de pistoleiros errantes).

Antes que alguém reclame de motoqueiros: no meu ver é perfeitamente lógico que histórias que antes eram de pistoleiros errantes no velho oeste sejam relidas como histórias de motoqueiros - não há duas figuras do imaginário popular americano que sejam mais parecidas do que o caubói andarilho e o motoqueiro sem destino, e sejamos francos: com a tendência cada vez maior de unir todos os títulos da editora em uma única linha, não faz mais sentido um bando de personagens cujas histórias se passam mais de um século antes de todas as outras. Outros dois cowboys da editora mais famosos no Brasil, Rawhide Kid e Kid Colt, ficaram de fora da trama.



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Doutor quem?

Pois então, este fim de semana eu finalmente comecei a assistir a série inglesa Doctor Who - com muito tempo de atraso, pois tem oito anos que eu quero assistir isso, e se eu for ver a série toda, tenho 48 anos para acompanhar. Por mais "trash" que Doctor Who possa parecer, como toda boa série da Inglaterra, os baixos valores de produção são compensados pelo roteiro e a atuação - e pelo que é provavelmente o único caso, ter uma justificativa perfeita para as trocas de ator do protagonista, o misterioso "Doutor", um senhor do tempo do planeta Gallifrey, que como todos de sua espécie, ao chegar perto da morte regenera com uma nova aparência e caráter. Abaixo tem um pequeno infográfico sobre as até agora 11 regenerações do bom doutor. Recomendo muito a série, embora tenha começado pelas histórias do 10º Doutor - algum dia eu acompanho os anteriores.

Novo desenho do Batman?

Semana passada a Warner Bros. Television anunciou o novo desenho animado do Batman, que estréia em 2013. Com direção de Glen Murakami - de Teen Titans e Ben 10 Alien Force - Beware the Batman mostrará o Homem-Morcego atuando ao lado de seu mordomo Alfred Pennyworth e a ninja Katana. A série contará com vilões pouco conhecidos da mitologia do personagem, como o Professor Porko, que aparecerão ao lado de inimigos clássicos como o Coringa e o Pinguim. Resta esperar para ver se será um novo Batman the Animated Series - ou se vai repetir o fiasco de The Batman, o que não pode ser determinado através de uma única imagem estática - ao contrário do que certos "fãs" tem feito.

Entrevista: Marcelo Matere

Bem, hoje temos uma postagem muito especial: uma entrevista com o desenhista paulista Marcelo Matere, um dos responsáveis pelo artwork da linha Transformers, e que também fez trabalhos para outra linha de brinquedos da Hasbro - G.I. Joe, os antigos Comandos em Ação. Matere também trabalhou com quadrinhos de Transformers, incluindo "A Stunticon Job", HQ exclusiva da Botcon (convenção oficial de Transformers) deste ano. O trabalho de Matere pode ser conferido no site http://marcelomatere.artworkfolio.com/

domingo, 9 de outubro de 2011

DC sobe nas vendas, mas é pra valer?

A distribuidora Diamond Comics anunciou seu Top 20 de HQs mais pedidas pelas comic shops nos EUA em setembro. E é óbvio que deu DC Comics: as sete primeiras posições e um total de 17 títulos na lista divulgada foram o resultado do reboot que relançou 52 novas séries a partir da edição 1 ao longo do mês.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Allan Kardec em quadrinhos.



Allan Kardec é conhecido como o codificador do Espiritismo. Seu Livro dos Espíritos, de 1857, é leitura obrigatória para quem segue a doutrina. Como Hippolyte Léon Denizard Rivail se tornou Allan Kardec é o tema da graphic novel Kardec, que será lançado pela parceria Leya /Barba Negra na Rio Comicon deste ano. 
A obra de Carlos Ferreira com arte de Rodrigo Rosa (ganhadores do HQ Mix 2011 por Os sertões - A luta)é uma ficção histórica em quadrinhos que transporta o leitor para a França do século 19 e acompanha Allan Kardec durante a sua busca por respostas sobre a existência humana em uma França que se preocupava em entender fenômenos sobrenaturais, vividos nas reuniões de "mesas girantes", em que objetos se moviam inexplicavelmente.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Conhecendo um fã de transformers


Cometi uma grande injustiça: não mencionei o Thew/Barutazaru, o cara que me fez acompanhar videos de brinquedos de transformers e me levou a gravar meus próprios =_=

Depois da DC, Image investe no digital

Depois da DC, agora foi a vez da Image anunciar que os quadrinhos da editora estarão disponíveis em formato digital no mesmo dia em que chegam as bancas. Essa é a segunda editora a tomar a decisão, dessa vez através do serviço Graphicly - a DC preferiu usar do site ComiXology, enquanto a Marvel, que não faz lançamento simultâneo, tem como serviço principal o site Marvel Digital.

A plataforma também está disponível para usuários do Facebook e, para total integração, a editora transformará sua página nesta mídia social em um site navegável de comércio eletrônico. Assim, os usuários poderão comprar suas HQs sem precisar sair do site. A plataforma ComiXology também passará a disponibilizar a maioria dos lançamentos da Image. Entretanto, ainda não será toda a linha de quadrinhos da editora.

"Durante anos, os quadrinhos impressos ficaram dependentes de uma única rede de distribuição. Então, é interessante estar numa posição de utilizar uma variedade de diferentes plataformas digitais", explica o editor Eric Stephenson, em nota oficial. "À medida que os quadrinhos digitais continuam a crescer, é importante abranger as diferentes opções disponíveis."


Segundo o site Universo HQ, As primeiras publicações começam a ficar disponíveis já nesta semana. Dentre elas Chew, The Infinite, Severed, The Last of the Greats, Marksmen, Moriarty, Pilot Season, Red Spike, Red Gunther,SkullKickers, The Strange Talent of Luther Strode e Vescell.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cabos...

Quem lida com cabos USB sabe que isso é verdade... cortesia de Zach Weiner, de Saturday Morning Breakfast Comics - deem uma olhada agora, e cliquem para ver o original. Link está na imagem.

Vlog: bloqueio criativo...


Esse não ficou tão bom, mas eis mais um Vlog, com alguns dias de atraso :P

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Substitutos Ruins : Azrael

"Batman"
No ínicio da década de 90, a DC Comics teve a "brilhante" idéia de repaginar o Batman, deixando ele mais em sintonia com os quadrinhos da concorrência, ou seja, tornando o já antisocial e rabugento Batman em um anti-herói sem escrúpulos, capaz das mais variadas formas de violência. Sabendo que ninguém ia engolir Bruce Wayne agindo como um rejeito da Image, nos deram o evento "KnightFall", onde o vilão Bane quebra a espinha do Batman, fazendo com que seja necessário um substituto.


Até aí, beleza. Quem seria esse substituto do Batman? Asa Noturna? Tim Drake? Alguém que já fizesse parte da "família"  Batman? Mas não, o "novo" Batman era um tal de "Jean-Paul Valley", um assassino treinado pela "Ordem de São Dumas", um personagem que havia sido anteriormente introduzido como uma estranha mistura de vítima e vilão da semana. De alguma maneira, a DC esperava que engolíssemos um maníaco que sofreu lavagem cerebral por uma ordem religiosa como a pessoa que Bruce Wayne escolheria para substítui-lo.

Você nem parece com o Batman!


Não que eu tenha problemas com Azrael em si, mas sim com a idéia de que ele seja um Batman. Já de início, Valley surgiu usando uma armadura mecanizada (?!), armado com adagas flamejantes e uma espada (?!). Após assumir a posição de "agente do morcego", trocou pra armadura vista acima, e depois pra uma armadura ENORME, com a qual tomou uma surra merecida do original.

A longo das mais de 100 edições que apareceu, Valley teve uma notável queda em direção a insanidade. Em sua minissérie de origem, já era instável, e um tanto psicótico, mas após ser exposto ao Gás do medo do Espantalho, Azrael foi ficando cada vez mais obsecado em "corrigir" as falhas do seu equipamento, e em "purificar" Gotham. Essa trama toda acabou com Azrael ganhando uma revista própria, sem a chamada para Batman. Onde voltou a usar sua armadura original, presenciou "milagres", e morreu baleado pelos seus "arquinimigos", Carlton LeHah (que matou seu pai, o Azrael anterior, que nunca vimos antes desse desastre) e Nicholas Scratch, o "patrono" de LeHah.

Azrael tinha potencial para ser um personagem interessante, se não tivesse sido empurrado como o novo Batman, e tivesse tido a chance de se desenvolver como, bem, AZRAEL, e não Az-bat. Isso, e Batman como um fanático religioso simplesmente não parece certo. Embora fosse um assassino profissional, em toda a sua história, Azrael matou um "impressionante" total de DUAS pessoas, o que não faz muito sentido. E pra fechar a esquisitice, A Ordem de São Dumas não parece se encaixar dentro de nenhuma denominação religiosa, tendo práticas que parece saídas das idéias de Jack Chick sobre católicos.

A última aparição de Valley foi em "Blackest Night", como um Lanterna Negra.

Azrael II
Porém, essa não foi a última aparição de Azrael : um personagem novo com o nome surgiu durante o evento "Battle for The Cowl", como um dos vigilantes querendo assumir a posição do Batman após a "morte" de Bruce Wayne. Esse novo Azrael é Michael Washington Lane, um ex-policial afro-americano recrutado pela "Ordem da Pureza" para recuperar a armadura de Azrael, pois o agente da "Ordem de são Dumas" que a trajava tinha matado um policial.

Esse novo Azrael continua ativo em Gotham, fazendo uma justiça ao estilo "olho-por-olho, dente-por-dente", e teve uma minissérie própria entitulada Azrael: Death's Dark Knight. Para a felicidade dos fãs do morcego, Ao final de Battle for The Cowl quem assumiu o manto do Batman foi Dick Grayson, como deveria ter sido da primeira vez.

Se perguntarem sobre isso, a DC jura que toda a trama do Azrael original foi para mostrar como o Batman não deveria ser. O fato dele ter tido 100 edições solo, fora o número imenso de aparições em outras revistas não corrobora essa alegação.
A armadura original.

Action Figure da última armadura.
 A terceira e penúltima armadura de Azrael Como Batman. Notem os bolsos ao estilo Liefeld






Transformers Prime estréia no Brasil em novembro...

Só um pouquinho atrasado: o site TFW2005 noticiou no último dia 27 que a série Transformers Prime será exibida pelo Cartoon Network brasileiro a partir do dia 7 de novembro. A única coisa que eu tenho a comentar? Espero que com isso a Hasbro decida trazer pra cá os bonecos do Prime, embora a grande maioria eu deva encomendar dos EUA, devido ao preço abusivo praticado por aqui...

Vida de Professora



Uma pequena homenagem às tão negligenciadas professoras, cortesia da equipe do Menino Caranguejo... Recomendo o trabalho do Chicolam, e muito...

Novo jogo da Marvel: controle via desenho, e garota esquilo?


Pois então, ao invés de fazer como outros jogos da Marvel, nos quais o jogo envolve controlar os heróis através de um apertar de botões frenético, o próximo título da editora, lançado pela THQ, coloca os jogadores no papel do... desenhista. Super Hero Squad: Comic Combat usa de um tablet uDraw para guiar a ação e preencher os espaços faltantes no cenário... Mas não é por isso que ele me interessa... não, ele me interessa por fazer o improvável e incluir A GAROTA ESQUILO! Esse jogo acaba de ficar awesome... e desequilibrado, lembrem-se, ela derrotou o Thanos, e não era um clone e nem um robô! Infelizmente, até onde eu sei, não é via rabiscar um tablet freneticamente para derrotar bandidos que se desenha quadrinhos *sad*...

Preferia que tivessem usado estes designs.



Como muita gente, o desenhista Aaron Diaz, do webcomic Dresden Codak (vão ler, agora!), não está muito satisfeito com as novas roupas dos heróis da DC. E como resposta, ele postou recentemente em seu Blog uma série de ilustrações com os SEUS designs para o Super-Homem, a Mulher Maravilha e a Estelar (que passou de pouca pra quase nenhuma roupa no design "oficial"), assim como para a Miss Marvel e o Doutor Estranho, da Marvel... E o resultado? Eu acho que esses designs é que deveriam ser utilizados ¬¬. Abaixo você confere os designs e o meu comentário sobre eles - a explicação de Diaz pode ser vista no blog dele.

domingo, 2 de outubro de 2011

Memórias

O quadrinista Gus Morais só atualiza o seu blog uma vez por mês, mas essa autualização do mês de setembro mostra que a espera vale apena... Quem, como eu, vivenciou mesmo que um pouquinho os primórdios da internet vai se identificar...