terça-feira, 15 de maio de 2012

Crítica: Man of Many Minds.

Mais uma crítica de Ficção Científica aqui, e dessa vez o completo oposto da minha última recomendação, "Blindsight". Enquanto o livro do Peter Watts é um exemplo perfeito de ficção científica "Hard", Man of Many Minds, de E. Everett Evans, está entre as obras mais "soft" que tive acesso.

Conspirações extraterrestres, naves espaciais nunca explicadas, total descaso com escala, poderes da mente vagos e uma trama simplória marcam "Many Minds". Não que o livro seja ruim em si, entendam: a questão é que ele não levanta nenhum questionamento profundo sobre a sociedade, sobre ciência, ou sobre, bem, qualquer coisa.

Dotado da incrível habilidade de ler pensamentos, o jovem cadete da Corporação Inter-Estelar George Hanlon é "gentilmente" convidado a entrar para o serviço secreto da corporação. Para este fim, publicamente ele tem que ser expulso em desonra do órgão de segurança da federação - porque, eu não entendi. Não é como se agentes de inteligência tivessem que ser publicamente humilhados para assumir o cargo.

Como primeira (e única no livro) missão, Hanlon é enviado para o planeta Simonides, para coibir uma conspiração que visa derrubar o controle da federação sobre o sistema. A trama em si é só isso. No caminho, Hanlon expande seus poderes psíquicos para controlar animais (e separar sua mente para controlar vários de uma vez), de alguma maneira desenvolve maquinário para se comunicar com os homens planta do planeta Guddu, e expõe o primeiro ministro de Simonides como um alienígena dotado de poderes psíquicos parecidos com o seu - isso após matar ele com um enxame de vespas. Sim, eu dei spoilers do livro inteiro.

Man of Many Minds é uma leitura agradável, mas vazia: é como um filme pipoca, não daqueles atrozes como "Ballistic: X versus Sever", ou "Revenge of the Fallen", mas como um "O Protetor" ou o eterno clássico do Schwarzenegger, "True Lies". Você não vai aprender nada de novo, vai terminar a leitura do mesmo jeito que começou, mas ao menos se diverte. O ritmo da trama é agradável, os personagens, embora superficiais, tem todos uma raison d'etre na trama - nada acaba parecendo padding para esticar o texto. O único problema mesmo é que é um livrinho bem idiota. E adoro como a capa original do livro faz parecer que o personagem título é o vilão, não o herói da história. Bonito...

O texto completo está disponível em inglês no site do projeto Gutenberg. Deem uma olhada, se lhes interessou.

Um comentário:

  1. Adoro estas capas!!!

    E, se você o comparou com "True Lies", quer dizer que o livro vale ao menos uma espiada.

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