Afinal, filmes biográficos não são novidade, mas "Sete dias..." se destaca ao capturar a essência daquela que certamente é a maior estrela de cinema de todos os tempos: Marilyn Monroe (encarnada com perfeição por Michelle Williams, comprovando o dom dos maquiadores: normalmente ela não parece em nada com a "deusa" das telonas). O retrato traçado no roteiro de Adrian Hodges não cai na velha armadilha dos filmes biográficos, e não "pinta com delicadeza" a figura instável e difícil de Marilyn.
Em termos "oficiais", "Sete dias..." é sobre o hoje documentarista Colin Clark (vivido aqui pelo desconhecido Eddie Redmayne), e seu suposto caso com Monroe durante a árdua produção de "O Príncipe e a Corista" - o que ou faz dele o homem mais sortudo e azarado da história do cinema britânico, ou o maior mentiroso do cinema. E por mais que o personagem de Clark seja interessante, e um filme sobre um jovem de família rica que quase entra em desgraça para se "juntar ao circo"(no caso a indústria cinematográfica) possa ser algo bom em si, Clark serve apenas como uma desculpa para retratar Marilyn fora da personagem Marilyn Monroe - a figura por trás da máscara, assim por dizer.
E de maneira apropriada, Clark é um dos personagens mais "apagados" do filme - pudera, cercado de "semideuses" como Laurence Olivier (Kenneth Brannagh), Vivian Leigh (Julia Ormond) e Sybil Thorndike (Judi Dench) é óbvio que o então terceiro assistente de produção parecia "fraco". Não pela atuação ruim de Redmayne, mas pela presença de todos os outros personagens, capturados com intensidade pelo elenco. Muito se deu destaque para a presença de Emma Watson no elenco, e embora a atuação dela não seja de maneira alguma ruim, não é algo que deveria ser o foco das atenções: ela tem um papel terciário no filme, com apenas quatro cenas, todas curtas.
Infelizmente, "Sete dias..." sofre do mesmo "problema" que todo filme histórico britânico: a clássica atenção inglesa aos detalhes, e a falta de "liberdades criativas" para apimentar a história - tão comuns no cinema americano - podem passar a impressão de um filme lento e tedioso. E de fato o é para quem não está acostumado com o ritmo mais sóbrio dos britânicos. E como todo filme arte no Brasil, ficou "tempo de menos" em cartaz. Mas ainda está disponível em algumas cidades, e certamente vale cada minuto. Se perdeu nos cinemas, pegue em DVD tão logo entre nas locadoras, a não ser que não se interesse por dramas históricos.
Hmmm, infelizmente só tive olhos para os Avengers nos cinemas nestes últimos tempos. Tá certo que essa fixação me salvou de "pérolas" como o BattleShip, mas me privou desse.
ResponderExcluirNo fim das contas, tá na minha lista.
Esse tipo de filme, a pegada dele, precisa que o espectador esteja no clima certo, ou sim, pode parecer tedioso, mas no seu "melhor momento"é uma ótima JOYRIDE, eu assisti, curto demais o mito Marilyn, parabéns pela resenha.
ResponderExcluirNão vi, nem sabia que tinha sido feito!
ResponderExcluir:D
De qualquer modo seria um filme que veria nos meus tempos de juventude... agora já não tenho paciência para biografias!
:\
Abraço
Também nem sabia... E acredito que partilho da opinião do Nuno. Não sei se teria paciência.
ResponderExcluirMuito bacana vc ter colocado o treiller no post. Gostei do texto tb. O que achei mais legal é que o texto funciona como comentário, mas diferente de muita crítica que vejo por aí não é recheado de referencias incompreensíveis. O seu texto foca no filme enquanto os críticos tradicionais focam em se mostrar eruditos. Muito bom trabalho! Fiquei bastante interessado em ver o filme. Vou pegar o DVD logo que chegue.
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