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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Arqueiro Verde - muito além de um clone do Batman.

A primeira aparição: um Batman verde.
Agora que o seriado Arrow se aproxima de sua quarta temporada, e finalmente passa a utilizar o nome Arqueiro Verde, a velha alegação de que se trata apenas de “Batman sem o Batman” se torna cada vez mais comum. E como tal, sinto-me na obrigação de expor um pouco da história deste tão ignorado atirador da DC Comics - que sim, surgiu como uma imitação barata do Batman.


Criado por Morton Weisinger e George Papp em 1941, o herói foi um dos primeiros integrantes da onda de copycats da era de ouro dos quadrinhos de super heróis.  A dupla foi inspirada no serial “The Green Archer”, de James W. Horne, lançado no ano anterior, e que trazia outro arqueiro combatente do crime. Enquanto Batman tinha o Batmóvel, ele tinha o Flecha Carro. O morcego tinha o Batjato, ele tinha o Flecha Jato. O cruzado encapuzado tinha Robin, o menino prodígio, o Arqueiro Verde tinha Ricardito. E no caso mais inexplicável, o arqueiro verde tinha sua base secreta na... Flecha Caverna.

Sim: a flecha caverna.


As únicas grandes diferenças entre ele e o cavaleiro das trevas estavam no figurino (inspirado em Robin Hood), no estilo de combate e na história de origem. Na era de ouro dos quadrinhos, Oliver Queen era um arqueólogo especializado em cultura nativo-americana, enquanto seu protegido Roy Harper era um menino que perdeu os pais em um acidente de avião em Lost Mesa. Após um assalto a um museu destruir a carreira de Queen, um encontro fortuito leva a dupla a se juntar para enfrentar um grupo de criminosos na área de preservação. E munidos do tesouro perdido de Lost Mesa, os dois se tornam Arqueiro Verde e Ricardito.


A origem do herói foi reescrita pelo mestre dos quadrinhos Jack Kirby, em 1959. Na nova origem, Oliver Queen era um playboy milionário que acidentalmente caiu no mar (por ter “bebido um pouco demais”. Preso na Ilha Estrela do Mar, Queen sobrevive com técnicas improvisadas de arco e flecha. Após salvar a tripulação de um cargueiro tomado por um grupo de piratas, o playboy assume o nome de Arqueiro Verde. A nova versão fazia de Queen um “Robson Crusoé moderno”, e serviu de base para todas as leituras posteriores do herói.

Crescendo a Barba


Mas foi no final dos anos 60 que o personagem realmente se desprenderia da sina de “imitação do Batman”. Sob roteiro de Dennis O’Neill e arte de Neal Adams, que assumiram o personagem em 1969, Queen passaria por grandes mudanças. A primeira foi visual: Adams repaginou a roupa e deu a Queen o seu distinto cavanhaque. Mas as mudanças maiores seriam políticas. Em Justice League of America #75 (1969), Queen perde toda a sua fortuna, e se vê obrigado a morar nas ruas.

"O agitador e o policial"
A perda da fortuna e o contato direto com a população carente de Star City levam o herói a se tornar um defensor da mudança social e um membro ativo da esquerda política americana. De um milionário sem envolvimento direto com a política, como Bruce Wayne, Queen passa a ser um militante marxista, clamando por uma mudança radical no sistema. Pareando o “Robin Hood americano” com o Lanterna Verde, a dupla O’Neil e Adams abordou múltiplas questões sociopolíticas, aproveitando da disparidade de ideias entre os dois. Enquanto Jordan era o “policial”, que acreditava ser possível mudar o mundo “pelas regras”, Queen era o “agitador”, que via necessária uma mudança radical em tudo.  Da desigualdade social ao racismo institucionalizado, passando por senhorios abusivos, agiotagem e na história mais famosa dessa época do herói, o vício em drogas.


Dando lição de moral em Hal Jordan por sua adesão cega
às regras e à autoridade.
Em Snowbirds don’t Fly, publicada nas revistas  Green Lantern/Green Arrow #85 e 86, Queen lidava com um problema “em casa”: a revelação que seu protegido, Roy Harper, estava viciado em heroína. A trama foi uma das primeiras a abordar com seriedade o vício em drogas, até então ignorado pelas revistas de super heróis. O’Neill usou do seu background como ativista social e jornalista para abordar o tema com a profundidade devida.


A primeira história da DC a lidar
com o vício; Snowbirds don't fly.
Nas duas edições, Oliver descobre que um grupo de viciados se apropriou de algumas de suas flechas. Suspeitando que elas tenham sido roubadas de casa, Queen e Hal Jordan fazem uma batida em uma boca de fumo, onde encontram Harper (com quem Queen não fala direito “a cerca de um mês”, por não ter tempo para lidar com o quase-filho) “fazendo uma investigação secreta”- o que se segue após a é uma longa exposição das questões sociais por trás do tráfico de drogas, a maneira como a pobreza, o isolamento social e o abandono familiar contribuem para o vício. Nem Hal nem Oliver percebem a indireta do rapaz, até que o vigilante volta para casa e flagra o adolescente se drogando. Ao tom de surpresa do mentor, Harper tem uma única resposta:


“De quem você achou que eu estava falando”?


Tomado pela ira, Oliver surra o rapaz, e o expulsa de casa. Antes de ir embora, Harper joga na cara do mentor toda a sua hipocrisia, de como Oliver se sente “melhor que os outros” e “se chapa em sua própria retidão”. Enquanto o Arqueiro se culpa por “ter falhado” com o rapaz, o Lanterna trata de ir levar Harper - novamente drogado - aos cuidados de Dinah Lance (a Canário Negro), então namorada de Queen. No caminho, Roy expõe o que o levou a tentar drogas: não bastando o abandono de Queen, haviam todas “as mentiras que sua geração contou”. Frente a isso, na mente do rapaz, porque confiar no que adultos lhe contavam sobre drogas?



A trama se encerra com o funeral de um dos amigos viciados de Harper, vítima de uma overdose. Enquanto Queen lamenta sua incapacidade de deter todos os traficantes, Harper renega seu mentor por ter lhe virado as costas quando mais precisava. Ali se encerrava a série politizada dos dois heróis verdes, com Queen se sentindo orgulhoso do protegido por largar o vício e “sair do ninho”, apesar de perder ali o vínculo com o rapaz.. O discurso político de O’Neil era claro ao alertar para o sofrimento de viciados e o sentimento de abandono enfrentado por eles. Mais do que uma história de heróis, Snowbirds don’t Fly era um manifesto a respeito das falhas da “guerra as drogas” e do tratamento dado a viciados.

Mudando o tom


Longbow Hunters: uma virada para
o realismo. 
O próximo grande passo para a caracterização do arqueiro viria em 1987, sob arte e roteiro de Mike Grell. A minissérie “The Longbow Hunters”, que deu uma roupagem mais “sombria” ao personagem, incluindo o uso de força letal contra traficantes de drogas que torturaram Dinah. Espelhando questões políticas novamente, o grupo de traficantes enfrentado pelo herói e pela misteriosa arqueira japonesa Shado eram parte de uma operação da CIA para vender armas para o Irã de forma a financiar guerrilheiros na Nicarágua. Grell deu outra leitura para a origem, reescalando Queen como um hedonista que após naufragar na ilha, toma o combate ao crime como uma forma de evitar suas responsabilidades.


O tom “soturno” e “violento”, muito parecido de fato com o da série de TV (e que evitava o nome “Arqueiro Verde”) se manteve até 1993, com a saída de Grell. Essa temporada “madura” focada em crimes “convencionais”, envolvia pouca interação com super heróis, e contava com um elenco próprio de policiais, agentes do governo e outras figuras “mundanas”. A fase de Grell viu também o nascimento de um dos filhos de Queen, Robert, nascido de quando o herói foi estuprado por Shado. Kelley Puckett escreveu outro outro filho, Connor Hawke, o segundo arqueiro verde, em 1994.


Pós Zero Hora Oliver Queen foi atomizado, trazido de volta a vida, teve amnésia e outras tramas típicas de super heróis antes de sua última grande reinvenção, sob as mãos de Judd Winnick. De ativista, Oliver passa para político, sendo eleito prefeito de Star City. Porém um escândalo força o herói a renunciar à prefeitura. Em 2007, Andy Diggle e Jock apresentam outra versão da história de origem, em que Queen é um ativista milionário lançado ao mar por um grupo de contrabandistas. A série de Winnick se encerra com Queen pedindo Lance em casamento - o que levou a múltiplas minisséries sobre o casal.

Como dá pra ver, ao longo dos anos o Arqueiro Verde se distanciou (e muito) de sua origem como "Batman Paraguaio". Ironicamente, o herói socialmente consciente e ligado intimamente aos movimentos sociais carece da proibição de matar que marcou o Batman ao longo de toda sua publicação. Talvez por não ter um código moral tão "absoluto" quanto o de Wayne. Talvez por não temer tanto que vá se perder caso essa linha seja cruzada. Ou mais provavelmente, por ser caracterizado como muito mais humano e falho do que o hiper focado cavaleiro das trevas.

Após isso, Queen passou por toda a gama de esquisitices da DC: foi morto, seu cadáver foi revelado como um sósia, transformado em um Lanterna Negro, fez parte da abismal série Cry for Justice (que viu o herói cometer assassinato como “vingança” por um atentado, e abandonar a Liga da Justiça), e ao fim de tudo, foi completamente repaginado como parte do Novo 52, em 2011. Esta versão do herói ignora absolutamente tudo que eu escrevi aqui, e algum outro dia eu falo dela. Até por que, honestamente, eu li quase nada do Arqueiro pós Flashpoint. Da mesma maneira, outra hora eu falo melhor sobre sua versão televisiva.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Três "Badasses" que causam mais estrago do que bem

Se tem uma coisa que faz muito sucesso em quadrinhos, e felizmente não tem um respaldo tão grande na vida real, são vigilantes durões e "sem piedade". Enquanto no mundo das HQs a ação deles acaba com o crime, no mundo real vigilantismo tem consequências trágicas... Mas será que mesmo no mundo dos heróis de colante esses vigilantes fazem tanto bem assim? Para seu bel prazer, três caras "durões" que talvez devessem repensar como lidam com o crime.

Antes que eu seja alvo de críticas dizendo os métodos deles são "a única solução" e a situação dentro das HQs assim o exige, permita me uma réplica prévia: esse artigo não trata de como os roteiristas tratam a situação, mas sim de como ela transcorreria se as consequências desses métodos fossem levadas a sério. E antes que venha a brigada do "bandido bom é bandido morto" e "a polícia tem que ser mais dura com o crime", ressalto que nossa polícia já é uma das mais duras do mundo. Obrigado.

Rorschach (Watchmen)

Comecemos pelo último vigilante ativo em Watchmen, o caso mais claro do problema mental desses caras, ok? Rorschach pode parecer bem intencionado em sua política de "piedade zero" com o crime, bem definida em uma fala brutal e simples: "Homens vão para a cadeia, cães vão pro abate". Só que... dá pra confiar em alguém como o "bom" e velho Walter Kovacs?

Rorschach dispensa violência como o quarto Doutor dispensava jujubas - isso pode servir para punir os criminosos, mas não é exatamente uma política inteligente quando executada por um homem que é incapaz de diferenciar um criminoso perigoso de um lunático inofensivo. Fato demonstrado por ele ter matado o Capitão Carnificina - um masoquista inofensivo que importunava "vigilantes" por gostar de apanhar. E ao mesmo tempo, ele defende fervorosamente um psicopata, estuprador e assassino, o Comediante. Hipocrisia, será?

Não apenas isso, mas Kovacs não é capaz de se encarar no espelho e notar sua própria hipocrisia. "Porque sobram tão poucos de nós ativos, saudáveis e sem problemas de personalidade", ele diz - e ignora que ele é a ultima pessoa em Watchmen que poderia ser definida como saudável ou sem problemas de personalidade. Ao menos Rorschach tem a decência de reservar a pena capital para aqueles criminosos que matam - mas julgando pelo incidente acima, dá pra confiar nas investigações dele?


Método de investigação: torturar qualquer um que possa
ter o minimo de ideia do que está rolando. super eficiente
 E vale lembrar que a forma peculiar da criminalidade pré proibição do vigilantismo em Watchmen se dava como resultado desses "heróis mascarados" como Rorschach. O último resquício de uma era que se acabou, Kovacs ainda age como se investir tempo e dinheiro - que ele obviamente precisa para outras coisas, vendo que ele é um mendigo - para prender ladrões de bolsa, gangbangers e pequenos traficantes é um bom plano.

Como resultado disso, temos um punhado de criminosos aleijados, um punhado de inocentes igualmente aleijados, confundidos pelo nosso "herói" com criminosos - e vale lembrar que a visão absolutista dele vê praticamente todo mundo como digno de punição - para que alguns desses criminosos pudesse ser levado a justiça; o que é meio difícil quando as ações dele estragam todo o processo da polícia.

No final das contas, a única ação realmente construtiva do Rorschach foi desvendar o plano do Ozymandias - fora isso, os resultados maiores das ações dele são policiais feridos, suspeitos aleijados e contas imensas para a saúde pública. Kovacs pode não ter sido responsável pelo crime que o jogou na prisão - mas certamente merecia estar lá. O cara ateou fogo em um policial, só para começar. O que tens a dizer em sua defesa, Rorschach?
Isso... Isso não é nem uma palavra...

Frank Castle/Justiceiro (Marvel)

Mas Kovacs é fichinha perto do estrago causado por Frank Castle, o justiceiro - ou melhor, o punidor, já que o nome dele em português definitivamente não se aplica. Já demonstrando um pensamento super racional, Frank Castle é o incrível homem que após perder a família no fogo cruzado entre dois grupos de mafiosos, decide matar todo o crime. Antes de eu entrar em detalhes de como esse plano já deu muita merda e como ele não pode dar certo, quero levantar um pequeno ponto aqui: muitos dos criminosos que Castle executa a torto e a direito tem eles também família e filhos - que ou vão ficar desamparados, ou vão correr atrás de vingança.

Não só isso, mas Castle reserva uma única pena para os criminosos: a morte. Seu absolutismo moral vai a ponto de cogitar suicídio por ter matado um inocente sem querer. Castle já matou policiais por "não fazerem o seu dever" em sua visão - um incidente notável disso foi a morte do Stilt-man durante a Guerra Civil da Marvel. Reformado e fora do crime havia anos, o ex-super vilão estava trabalhando junto à polícia para proteger um pedófilo na mira da máfia. Dito molestador era testemunha em uma investigação de um círculo de prostituição infantil. O que Castle fez? Matou os dois, executando um homem que já havia pago por seus crimes e estava tentando se reformar, e eliminando uma testemunha importante de um crime maior. Belo trabalho, Frank... (isso está em Punisher War Journal #3, para quem quiser verificar a burrada).

Nada do que ele faz é por "justiça" - ou ao menos assim é nas mãos do escritor mais consistente do anti-herói (que pra mim é um vilão, fala sério), Garth Ennis. Alguns tentam fazer ele parecer um bom homem, mas... dá pra chamar de uma pessoa boa alguém que já matou 68 pessoas em uma noite? E que já usou de armas nucleares contra criminosos comuns? Ressalto que ele surgiu não como um herói, mas um vilão menor na revista do Homem-Aranha.

E antes ele se restringisse a essas cagadas "quando as coisas dão errado", mas não somente ele ativamente vai atrás de criminosos para matar, mas estes nem precisam estar cometendo algum crime para entrarem na hit-list do "Justiceiro" - após o assassinato do Stilt-man, não contente em matar o cara quando ele estava tentando agir dentro da lei, Castle invadiu o funeral dele, atacando todo mundo que lá estava - resultando em queimaduras de segundo grau e intoxicações devido as bombas de fumaça. Boa parte dos convidados haviam largado o crime, alguns estavam sob escolta policial, recebendo indulto para ir ao funeral do antigo amigo - E alguns eram heróis, como o Homem-Aranha, por exemplo.

O que resultou numa merecida surra.
Uma das ações dele até resultou em problemas posteriores para outro herói: o cadáver do Halloween, um vilão menor que estava trabalhando junto a S.H.I.E.L.D durante a Guerra Civil, serviu como um dos hospedeiros do diabo nos quadrinhos do Motoqueiro Fantasma. No mesmo evento, ele ainda atrapalhou a resistência (a qual ele quis se juntar) ao executar dois vilões menores que tentaram se unir ao grupo anti-registro em troca de leniência nas penas quando a guerra acabasse.

E isso tudo nem começa a cobrir as atrocidades e cagadas do caveirudo. Com um kill count total na casa dos milhares (ao menos quatro mil mortes), é de surpreender que a Marvel ainda trate Castle como um "anti-herói" quando o Flagelo do Submundo, outro matador de criminosos, é tratado como um monstro e não chega a ter 50 mortes confirmadas... Sim, Castle pode ter destruído círculos de prostituição, como ocorreu no arco "The Slavers", da série Punisher MAX - mas a quantidade de mortes nas suas mãos, e o número de testemunhas para outros crimes que ele executou por "terem culpa" lhe dão um saldo negativo, no final das contas.

E isso ter acontecido não é pena o bastante.

Batman (DC)

Ah, Batman... um dos mais velhos vigilantes das HQs, o supremo protetor de Gotham, o cruzado encapuzado, o cavaleiro das trevas - e o maior desperdício de recursos dentro do universo DC. Não me levem a mal: eu adoro o Batman como personagem, mas quando se olha a cena maior em Gotham, ele é claramente um problema. 

Assim como Rorschach e o Justiceiro, o problema do Batman começa na metodologia e na visão de mundo: Bruce Wayne pensa que pode resolver o problema da criminalidade meramente socando o crime na cara, sem lidar com as causas. É claro que quando alguém como o Duas Caras dá a cara a tapa, ou o Coringa arma mais um plano maluco, o método do Batman resolve. Mas quando se trata do quadro de desigualdade e criminalidade intensa de Gotham... o Bat-método é uma desgraça.

Wayne gasta bilhões em bugingangas contra o crime, enquanto ignora a miríade de problemas sociais que cercam Gotham City. "Mas espera, e a fundação Thomas e Martha Wayne", você pergunta... Pois então... Obviamente que a Waynetech não pode gastar bilhões em "Batman" e "Liga da Justiça" - isso iria escancarar ao mundo que Bruce Wayne é o Batman, ou ao menos que Bruce Wayne financia o Batman, não? Afinal, não dá pra esconder o desenvolvimento de algo como o satélite da Liga da Justiça... 

E curiosamente, toda vez que essa fundação é abordada nas histórias, ela sofre de falta de recursos, embora seu orçamento seja multi milionário, porque será? Teria algo a ver com lavagem de dinheiro? Só especulando aqui, mas acho que os "programas sociais" de Bruce Wayne são apenas o disfarce pros gastos do Batman. Enquanto isso, as crianças que seriam beneficiadas pela fundação Thomas e Martha Wayne seguem largadas a própria sorte - Dark Knight Rises tratou da falta de fundos da ONG como resultado da quase falência da Waynetech, mas nos quadrinhos e séries animadas, mesmo com a empresa "no topo", a fundação sempre está sem dinheiro. Para custear a cruzada de um homem só contra o crime do Bruce, é claro.

Robo-batmen: um futuro possível
para Gotham
O resultado desse investimento milionário? Da mesma maneira que os criminosos de Metropolis (muito menos numerosos, por sinal - Metropolis tem mais super criminosos, mas menos mafiosos e traficantes, julgando pelo que nos é mostrado) se armam para lidar com o Super Homem, o crime em Gotham se equipa para lidar com a ameaça do Batman, muito maior que o orçamento e treinamento da polícia permite lidar. No caso do Super-homem, não há como o homem de aço igualar as coisas - Wayne não oferece os seus recursos consideráveis, embora possa fazê-lo, porque? Uma hora o Batman vai morrer - seja pela idade, seja um erro cometido pelo morcegão, seja um vilão de sorte - e o Gotham vai pagar o preço dessa corrida armamentista entre Wayne e o "crime".

Irmão Olho: a ditadura da máquina,
engendrada pelo Batman.
Não que ele não tenha "soluções a longo prazo" - mas nenhuma delas é benéfica para a sociedade, até porque a meta dele não é bem fazer o bem, sabe... Temos o cenário apresentado no Reino do Amanhã, onde a segurança de Gotham é preservada por um pelotão de robôs Batman, que punem rigorosamente todo e qualquer crime; O estado policial grotesco e ineficiente de Dark Knight Returns, que só é "resolvido" através do retorno do Batman e seu método de "socar o crime na cara"; o também autoritário estado de Dark Knight Rises, onde crimes são punidos sem julgamento e sem direito a defesa, sob uma lei baseada em uma farsa; e o cenário pior, onde a "justiça" mundial é preservada pelos O.M.A.C.s sob comando do satélite Irmão Olho - talvez a coisa que mais deponha contra as boas intenções do Batman.

Fascismo para combater fascismo: The Dark
Knight Returns resumido por David Willis
"Ah, mas e a Bat-Família? Os Robins, a Batgirl, etc? Eles não fazem diferença?" Fazem, até que fazem sim - mas ainda assim o morcego não é uma boa influência, e todos os resultados positivos destes vieram de sair de perto do Batman: Dick Grayson esteve perto de resolver os problemas sociais de Blüdhaven ao atacar as causas e ajudar os jovens a sair de uma vida de risco, como Asa Noturna. Barbara Gordon teve um impacto imenso no crime em Gotham como Oráculo ao monitorar os problemas na raiz, e tanto Jason Todd quando Tim Drake parece ter mais resultado solo do que tinham ao lado do Batman.

Ao menos ele não mata, mas aí temos um outro problema que é ele não deixar que matem ou morram na frente dele... dá pra entender ele achar que um Victor Fries ou um Basil Karlo tem chance de recuperação, ou ele querer salvar Harvey Dent (um amigo pessoal, e pelo qual Wayne gastou fortunas... curioso como ele não move um centavo pra ajudar Fries, que é muito menos perigoso que Dent). O que pode ser questionado é ele impedir que a justiça execute um criminoso irrecuperável como Victor Zsasz, ou o Coringa - ou pior, ativamente salvar a vida do Coringa quando este iria cair para sua morte(ao final de "Death of the Family", ação que lhe custou a confiança da "bat-família"). E tem um grande debate sobre a eticidade de matar o Coringa.

Mas sua fúria não é homicida, e se virou
contra o crime. Fora isso, são bem parecidos.
O problema maior do Batman é que ele parece carecer de empatia - mesmo suas relações com a "Bat-família" são meramente funcionais, sem dar qualquer importância até que um deles morra ou seja aleijado para gerar drama. Wayne nunca demonstrou se importar por Jason Todd até que ele morreu - e tão pouco se importava com os problemas de Barbara Gordon até ela ser aleijada pelo Coringa. (E depois disso se importou tão pouco que não ajudou ela a voltar a andar depois de arranjar como regenerar sua espinha quando Bane a quebrou...). Não a toa Christian Bale foi escolhido para o papel do Bruce Wayne: ele praticamente é o Patrick Bateman, pombas morcegos!

Não que ele seja o único assim: Oliver Quinn, o Arqueiro Verde, era outro que achava que o problema do crime se resolvia com "esse que é irmão desse", e só passou a olhar para as causas quando perdeu sua fortuna. Depois de minguar na pobreza, Quinn se dedicou a resolver o dilema da desigualdade social - e basta olhar para a diferença entre Star City e Gotham pré novo 52 para ver qual das duas estratégias dá mais resultado. Tendo dito tudo isso... eu ainda gosto do Batman - mas no contexto geral, ele é um dos maiores problemas de Gotham. Seus métodos podem resolver o problema pontual, mas no longo prazo não apenas nada fazem para lidar com as causas, como também agravam a ameaça apresentada pelo crime.

Encerro com a equipe do After Hours comentando porque o Batman é terrível para Gotham.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

E mais um Robin vai morrer...

R.I.P, de novo? Antes Batman R.I.P., agora
Robin R.I.P?
E parece que a DC decidiu matar mais um Robin... ou ao menos é o que informa o New York Post - segundo o jornal, o atual "garoto prodígio", Damian Wayne, deve bater as botas em luta contra um clone maligno na edição de nº8 de Batman Incorporated, que chega as bancas amanhã.

"Ele salva o mundo. Ele faz seu trabalho como Robin e morre como um herói absoluto", comentou Grant Morrison sobre a história, em que o filho de dez anos do Batman irá lutar contra um "forte assassino" clonado dele - e o morcegão chega tarde demais para salva-lo. "É sobre a família indo para o inferno. Os dois adultos da história são culpados. O garoto é o bonzinho", define Morrison.

Ok, eu não tenho problemas com matarem mais um Robin - afinal, ao que parece a "Bat-família" existe apenas para se ferrar e servir de fonte de mais angst para o cruzado encapuzado. O que me incomoda é o seguinte: Este mês tivemos a conclusão do arco de história "Death in the Family", em Batman nº 17 - e velhos leitores devem lembrar que o Morte na Família original foi a história que terminou com a morte de Jason Todd (agora que eu paro pra pensar no nome... esse rapaz estava condenado desde o início). O novo Morte na Família terminou sem morte alguma... e no final do mesmo mês, vocês matam outro Robin em uma trama não relacionada? MAS QUE DIABOS DC?!

Esperar amanhã pra ver como vai terminar isso - e quanto tempo leva pra trazerem o moleque de volta.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Dark Knight Rises receberá PlayArts Kai? OH BOY!

Enquanto a linha "principal" de brinquedos do Dark Knight Rises parece ser uma das piores já lançadas - repetindo e ampliando todos os erros da linha do Lanterna Verde, com acessórios desconexos, articulação quase inexistente e mais de nove mil Batmans -, os fãs do morcego tem uma boa notícia no stand da Square Enix da San Diego Comic Con: os protótipos para os lançamentos da linha PlayArts Kai do Batman e do Bane, junto com o "lembrete" de que a Mulher Gato está em desenvolvimento.

Por ora são apenas protótipos, e a empresa fez questão de frisar que ainda aguarda a confirmação da Warner para o lançamento. Mas já é confortante ver que o filme vai ter algum colecionável digo de apreciação, ao invés dos fiascos lançados pela Mattel. Por ora, o boneco do Batman deve vir acompanhado de alguns apetrechos, como batrangues e a arma de gancho, enquanto o Bane não foi demonstrado com nenhum acessório.

Resta ainda ver como os bonecos vão ficar prontos, pois os modelos exibidos na Comic Con ainda estão sem cores, e certamente estão sujeitos a mudanças antes do lançamento, mas os sculpts estão fantásticos, e a menos que sejam feitos cortes extremos - coisa rara na linha PlayArts Kai - o resultado não deve decepcionar. Estou no aguardo!



segunda-feira, 14 de maio de 2012

A vingança da Harley está a caminho...

Todos prontos? Dia 29 deste mês finalmente sai a expansão de Batman: Arkham City, "Harley Quinn's Revenge". Para quem não tem o jogo, ela será inclusa na Game of the Year Edition, que sai no final do mês. E para quem já tem, Deve custar 800 microsoft points, ou US$ 9,99 na PSN. Ou seja, o preço padrão dessas coisas.

Continuando a história a partir da dramática conclusão de Arkham City, o DLC alterna entre o Batman e o Robin enquanto eles lidam com a nova investida de Harley contra o complexo penitenciário de Arkham City. E para a (pequena) decepção dos fãs, o Robin não vai ter partes de exploração livre de Arkham, o que é uma pena. Como eu ainda não terminei direito o Arkham City, vou esperar um pouco antes de investir em Harley Quinn's Revenge. Abaixo seguem imagens melhores.







terça-feira, 8 de maio de 2012

Bat Batata, Super Batata e Batata Maravilha a caminho.

Bem, a onda de produtos estranhos nunca para, e o senhor Cabeça de Batata é definitivamente o rei das esquisitices... Depois de dar as caras como o Homem de Ferro, Darth Vader, Stormtroopers, Indiana Jones, Optimus Prime, Bumblebee, e por aí vai, em agosto o tubérculo de muitas caras vai ganhar mais três versões: Batman, Super Homem e Mulher Maravilha (Tá, essa é a SENHORA Cabeça de Batata, mas deu pra entender).

Enquanto os dois tijolos voadores estão nas suas roupas clássicas (ao invés das do novo 52), o morcegão está com a versão dos filmes do Nolan da bat-roupa. Mas ainda assim, são um trio interessante, no mínimo. O que me intriga é que eu sempre pensei que a Mattel e suas empresas licenciadas tivessem exclusividade sobre os heróis da DC... E de repente temos um dos ícones da Hasbro travestido como os heróis da mais antiga casa dos super-heróis? Dafuq.


terça-feira, 1 de maio de 2012

Mais um trailer de Dark Knight Rises

Só mais um mês para a estreia do terceiro filme do Batman, e mais um novo trailer de Dark Knight Rises deu as caras na web. Mais algumas cenas do Bane, algumas cenas de ação da mulher gato, e... Batmóvel voador!? Bem, verifiquem vocês mesmos o trailer abaixo, e deem o seu parecer! O filme estréia no dia 20 de julho. O que já me agradou? As vozes do Bane e do Batman estão um pouco menos guturais e mais fáceis de entender. Talvez não vá precisar prestar atenção na legenda, no fim das contas.


terça-feira, 24 de abril de 2012

Arkham City ganha edição especial










Bem, está confirmado: segundo a página oficial do jogo no facebook, no final de maio sai uma edição "Game of the Year" de Batman: Arkham City, e antes do GotY, sai no dia 30 deste mês a expansão "Harley Quinn's Revenge", continuando a história a partir dos planos de vingança da apaixonada capanga do coringa. O capítulo novo da trama inclui finalmente a chance de explorar o distrito de Arkham City com o "garoto prodígio", alternando entre Batman e Robin conforme eles desvendam o plano de vingança da Harley e fecham os portões de Arkham City de uma vez por todas. A edição especial de Arkham City inclui todos os DLCs já lançados para o título, incluindo HQR,e o filme "Batman: Ano Um".

E aparentemente, perder o Senhor J fez a Harley passar de uma Juggallo para uma gótica. porque é isso que eu vejo no design novo dela.Vejamos se HQR vai explorar aquilo que Arkham City deixou praticamente explicito: estaria Harley grávida do Coringa?







quinta-feira, 19 de abril de 2012

Beware the Batman tem teaser.

Sabe, eu me surpreendo com a capacidade de certas pessoas de extrapolarem "fatos" sem informação nenhuma... Esta semana saiu o primeiro teaser de "Beware the Batman", um vídeo de apenas 23 segundos que se resume a uma tomada do Batmóvel em um túnel, e um close na cara do Batman, com a seguinte narração: "A todos aqueles que feririam os inocentes, eu lhes dou um único aviso: Temam minha ira." Não diz muito, só para chamar a atenção para o desenho, que deve estrear ano que vem no Cartoon Network.

Mas de alguma maneira a partir dessa narração e do pouco de cena, de alguma maneira certos "fãs" conseguiram "deduzir" que o desenho será: infantilizado, sem ação, com um Batman "amigável", cheio de "Biff" "Soc" e "Pow", entupido de piadinhas, e um remake do seriado do Adam West. Como que chegaram a essa conclusão, eu nunca vou entender. Certo que o casting de vilões está bizarríssimo, com mais inimigos do Dick Grayson do que do Bruce Wayne, mas a equipe por traz de Beware é competente - eu pessoalmente confio na capacidade do Glen Murakami (Teen Titans, Batman Beyond) e Mitch Watson (Scooby-Doo: Mystery Incorporated) em fazer algo bom, especialmente depois do Watson ter feito uma série legitimamente boa de Scooby-Doo. But Haters gonna hate anyway...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mais Robin em Arkham City?

Bem, os fãs de Arkham City (que eu estou adorando, e devendo um review) e do Robin podem ter algo muito bom para comemorar em breve: embora ainda não tenha nenhuma confirmação da Warner Bros Interactive ou da Rocksteady, a lista de troféus divulgada pelo site PS3 trophies para o próximo DLC do jogo indica que em "Harley's Revenge" finalmente teremos a chance de explorar Gotham com o Robin.

Isso porque a lista de troféus indica explicitamente o uso de armas do menino prodígio - porém é possível que o conteúdo dele se resuma a novos modos de desafio, e que a história principal e aberta da expansão seja ainda como o Homem Morcego.

eis a lista dos troféus dada pelo site:
Lost PropertyNo crimefighter should be without thisBreaking and EnteringFind a way into the secret baseHow's It Hanging?Clean up the Dry DocksThe Last LaughThe joke's on who?Frequent FlyerZip Kick 3 different thugsBattering RamShield Bash 5 different thugsSnap To ItSnap Flash an unarmed thug, an armed thug, an environmental object and a TitanBomb SquadDefuse all bombs in 3 minutes or lessA Few New TricksUse 5 different Quickfire gadgets in one fight as Robin in Harley Quinn's RevengeParty's OverDestroy all Harley Balloons



Por favor Rocksteady... só esse favor...
Espero que realmente haja ao menos partes abertas com o Robin - um pouco de variedade e uma ótica diferente não pode fazer mal. Mas por mim, eu acho que já está na hora de um DLC do outro Batman, Terry McGinniss... A roupa já está lá, podemos ter uma história com ele? Sabe, um DLC no futuuuuuurooooooo...