Para quem está afim de algo bem diferente, as ONGs JeffCorwinConnect (do ambientalista e documentarista de mesmo nome), American Trees e Global ReLeaf lançaram a genial graphic novel "I'm not a Plastic Bag". Lançada pela Archaia, a história escrita e ilustrada por Rachel Hope Allison se centra na grande mancha de lixo do pacífico, uma massaroca nojenta de entulhos e resíduos que continua a crescer, e que hoje chega em certas partes do ano a ocupar uma área do oceano duas vezes maior do que o Havaí.
Quase sem texto, a HQ conta a história do lixo que se acumula na mancha conforme ela se torna a atual "ilha de lixo". Antropomorfizada em uma figura trágica, sem controle de suas ações ou do seu crescimento, a criatura lentamente se dá conta de que apesar de suas intenções, ela é uma mácula ao ambiente. Além da história, a HQ também traz informações factuais sobre o fenômeno, iniciado quando o lixo jogado no oceano ficou preso nas correntezas oceânicas entre a Califórnia e o Havaí, formando um vórtice continuo de porcarias que ameaça a vida marinha na região. Ao contrário da ilha da Graphic Novel, a mancha real é um verdadeiro arquipélago de lixo, e uma das provas cabais do impacto humano no ambiente.
E para reduzir o impacto ambiental da publicação, as ONGs responsáveis irão plantar duas arvores para cada arvore usada na impressão. Seria patético se não fizessem algo do gênero, não? Por ora, "I'm not a plastic bag" está a venda apenas nos EUA.
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sexta-feira, 27 de abril de 2012
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Uma breve entrevista com Jorge Luiz Calife
Jorge Luiz Calife, jornalista e escritor de Ficção Científica, marco da FC Brasileira. Trabalhou de 1985 até 1993 no Jornal do Brasil, onde foi um dos poucos jornalistas que teve a oportunidade de entrevistar tanto os Astronautas dos ônibus espaciais da NASA, e os Cosmonautas da estação espacial Salyut 7, entre varias outras experiências como jornalista científico. Escreveu a trilogia padrões de contato, cujo ultimo livro, linha terminal, recebeu o prêmio Nova.
Calife é bastante conhecido como "o brasileiro que inspirou Arthur C. Clarke a escrever 2010", alcunha que, embora muito honrosa, não faz juz ao total de sua obra.
A seguinte e curta entrevista foi realizada por e-mail em outubro do ano passado. Qualquer problema de qualidade da mesma é culpa minha, e não de Calife.
1 O que você tem a dizer para aspirantes à jornalistas ou à escritores de Ficção Científica?
Eu sempre gostei de escrever, de contar histórias, tanto histórias reais, como de fantasia, daí que o jornalismo é a profissão ideal para mim. E tive a felicidade de crescer num dos períodos mais estimulantes da história da humanidade, quando a ficção virou realidade. Acho que o segredo é fazer aquilo que se gosta e procurar ter uma boa cultura geral. A maioria dos estudantes de jornalismo acha que a faculdade vai lhes dar tudo. Não, a faculdade só dá uma formação básica. Você tem que se especializar em algum assunto que goste, conhecer pelo menos uma língua estrangeira. E se quiser escrever ficção aprenda tudo o que puder sobre o tema de sua história. Se quiser escrever sobre a mudança climática global leia todos os livros que encontrar sobre o assunto. E aproveite o momento em que estamos vivendo, onde é mais fácil de publicar do que jamais foi.
2. O senhor é um dos maiores nomes da ficção científica brasileira, se não o maior. Como você avalia o cenário da FC brasileira? Você disse que não tem lido muita FC atualmente, isso é por falta de tempo, interesse, ou por não ver mais tanta relevância no genero?
A FC brasileira vive o melhor momento da sua história. Há várias editoras publicando novos autores e novas antologias de contos são lançadas todo o ano. E tem a internet onde os novos autores também podem mostrar seu trabalho. Na época em que eu comecei não tinha essa facilidade toda e a gente batia de porta em porta durante anos até ter uma ooportunidade. Atualmente eu me dedico mais ao jornalismo, a realidade ficou tão interessante quanto a ficção e a vantagem da realidade é que fazemos parte dela.
3.Alguns dos autores mais antigos da FC, como Asimov, Clark e Stapledon tem uma visão um tanto positiva do desenvolvimento da humanidade, mesmo que seja, no longo prazo, fadada ao desaparecimento. Como você vê o futuro?
Eu cresci numa época em que o futuro parecia negro. Estados Unidos e União Soviética acumulavam arsenais nucleares cada vez mais potentes e muitos achavam que o mundo ia explodir a qualquer momento. Mas contrariando as espectativas a guerra final não aconteceu. Hoje EUA e Rússia, os antigos rivais da guerra fria construiram juntos a Estação Espacial Internacional, a maior obra de engenharia de todos o s tempos. E a China também vai participar dessa cooperação no espaço. Há muitos problemas, mas a história nos convida a sermos otimistas, como os grande mestres do passado.
4. No mesmo teor da anterior, muitos da geração X de autores (em especial Gibson e Card) , nos anos oitenta, assim como alguns dos velhos nomes (Dick e Heinlein, pra citar os que me vem em mente) tem uma visão mais cínica do futuro. Esse cinismo acabou tendo muito respaldo nos anos 90, dando uma enfase nas falhas da humanidade e nos problemas da tecnologia, em especial no movimento cyberpunk. Como, em sua opinião, se explica essa visão de que a ciência serve mais como instrumento dos poderosos, em léu do bem maior?
Essa visão da ciência a serviço do poder vem da desilusão provocada pela Segunda Guerra Mundial e a guerra do Vietnã. Mas a tecnologia está a serviço de todos, não só dos poderosos. Sites como o wikeleaks revelam os segredos que os governos querem esconder, graças a internet e aos micro-computadores e é essa democratização da tecnologia, que é só uma ferramenta, que serve ao bem como pode servir para o mal que contem a chave para um futuro melhor. Algo que os pessimistas, que só enxergam nuvens negras no horizonte não conseguem ver.
5. A FC atualmente tem um foco muito maior no transhumanismo, e na idéia de que a internet nos trouxe uma sociedade pós escassez no meio digital. Essa ideologia, de que a ciência pode melhorar o homem, e de que a internet pode antender nossas necessidades intelectuais, tem respaldo científico, a seu ver?
A resposta anterior já abrange essa pergunta.
6. Como você avalia as relações entre cientistas e leigos atualmente? Existem falhas na comunicação por parte de cientistas, ou na recepção pelos leigos?
O cientista é financiado pelo governo, em sua maioria, daí que sua relação com o público geralmente depende dos canais oficiais. Mas muitos tentam se aproximar do público , explicar o que estão fazendo, e nunca houve tantos cientistas envolvidos em projetos de divulgação da ciência como hoje. Afinal, sem verba não tem ciência, e se o povo não eleger políticos que apoiem a pesquisa a ciencia acaba.
Calife é bastante conhecido como "o brasileiro que inspirou Arthur C. Clarke a escrever 2010", alcunha que, embora muito honrosa, não faz juz ao total de sua obra.
A seguinte e curta entrevista foi realizada por e-mail em outubro do ano passado. Qualquer problema de qualidade da mesma é culpa minha, e não de Calife.
1 O que você tem a dizer para aspirantes à jornalistas ou à escritores de Ficção Científica?
Eu sempre gostei de escrever, de contar histórias, tanto histórias reais, como de fantasia, daí que o jornalismo é a profissão ideal para mim. E tive a felicidade de crescer num dos períodos mais estimulantes da história da humanidade, quando a ficção virou realidade. Acho que o segredo é fazer aquilo que se gosta e procurar ter uma boa cultura geral. A maioria dos estudantes de jornalismo acha que a faculdade vai lhes dar tudo. Não, a faculdade só dá uma formação básica. Você tem que se especializar em algum assunto que goste, conhecer pelo menos uma língua estrangeira. E se quiser escrever ficção aprenda tudo o que puder sobre o tema de sua história. Se quiser escrever sobre a mudança climática global leia todos os livros que encontrar sobre o assunto. E aproveite o momento em que estamos vivendo, onde é mais fácil de publicar do que jamais foi.
2. O senhor é um dos maiores nomes da ficção científica brasileira, se não o maior. Como você avalia o cenário da FC brasileira? Você disse que não tem lido muita FC atualmente, isso é por falta de tempo, interesse, ou por não ver mais tanta relevância no genero?
A FC brasileira vive o melhor momento da sua história. Há várias editoras publicando novos autores e novas antologias de contos são lançadas todo o ano. E tem a internet onde os novos autores também podem mostrar seu trabalho. Na época em que eu comecei não tinha essa facilidade toda e a gente batia de porta em porta durante anos até ter uma ooportunidade. Atualmente eu me dedico mais ao jornalismo, a realidade ficou tão interessante quanto a ficção e a vantagem da realidade é que fazemos parte dela.
3.Alguns dos autores mais antigos da FC, como Asimov, Clark e Stapledon tem uma visão um tanto positiva do desenvolvimento da humanidade, mesmo que seja, no longo prazo, fadada ao desaparecimento. Como você vê o futuro?
Eu cresci numa época em que o futuro parecia negro. Estados Unidos e União Soviética acumulavam arsenais nucleares cada vez mais potentes e muitos achavam que o mundo ia explodir a qualquer momento. Mas contrariando as espectativas a guerra final não aconteceu. Hoje EUA e Rússia, os antigos rivais da guerra fria construiram juntos a Estação Espacial Internacional, a maior obra de engenharia de todos o s tempos. E a China também vai participar dessa cooperação no espaço. Há muitos problemas, mas a história nos convida a sermos otimistas, como os grande mestres do passado.
4. No mesmo teor da anterior, muitos da geração X de autores (em especial Gibson e Card) , nos anos oitenta, assim como alguns dos velhos nomes (Dick e Heinlein, pra citar os que me vem em mente) tem uma visão mais cínica do futuro. Esse cinismo acabou tendo muito respaldo nos anos 90, dando uma enfase nas falhas da humanidade e nos problemas da tecnologia, em especial no movimento cyberpunk. Como, em sua opinião, se explica essa visão de que a ciência serve mais como instrumento dos poderosos, em léu do bem maior?
Essa visão da ciência a serviço do poder vem da desilusão provocada pela Segunda Guerra Mundial e a guerra do Vietnã. Mas a tecnologia está a serviço de todos, não só dos poderosos. Sites como o wikeleaks revelam os segredos que os governos querem esconder, graças a internet e aos micro-computadores e é essa democratização da tecnologia, que é só uma ferramenta, que serve ao bem como pode servir para o mal que contem a chave para um futuro melhor. Algo que os pessimistas, que só enxergam nuvens negras no horizonte não conseguem ver.
5. A FC atualmente tem um foco muito maior no transhumanismo, e na idéia de que a internet nos trouxe uma sociedade pós escassez no meio digital. Essa ideologia, de que a ciência pode melhorar o homem, e de que a internet pode antender nossas necessidades intelectuais, tem respaldo científico, a seu ver?
A resposta anterior já abrange essa pergunta.
6. Como você avalia as relações entre cientistas e leigos atualmente? Existem falhas na comunicação por parte de cientistas, ou na recepção pelos leigos?
O cientista é financiado pelo governo, em sua maioria, daí que sua relação com o público geralmente depende dos canais oficiais. Mas muitos tentam se aproximar do público , explicar o que estão fazendo, e nunca houve tantos cientistas envolvidos em projetos de divulgação da ciência como hoje. Afinal, sem verba não tem ciência, e se o povo não eleger políticos que apoiem a pesquisa a ciencia acaba.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Os muitos partidos do corpo, por Zach Weiner.
A falta de unidade no corpo, abordada pelo excelente Zach Weiner, de Saturday Morning Breakfast Comics - um webcomic um tanto bizarro, mas sempre engraçado, que aborda temas que vão de filosofia, teologia e ciência até piadas com bundas. Vale uma conferida, se você entende inglês. Clique para ampliar - e ir direto ao site de origem
terça-feira, 23 de agosto de 2011
ESTÁ VIVO!
O cartunista americano James Dunbar lançou recentemente a HQ/Livro Infantil (é díficil definir) It's Alive!, uma introdução à origem da vida na terra, de maneira simplificada, mas não imbecilizada. O livreto está disponível gratuitamente no site, ou encadernada por US$ 15,95. Dunbar já havia feito um livro de iniciação científica em quadrinhos com a Graphic Novel BANG!, lançada em abril do ano passado.
Infelizmente os dois livrinhos só estão disponíveis em inglês - por ora, mas um lançamento em português é pouco provável, em vista que os dois livros foram publicações completamente independentes, divulgadas via web. A fonte da notícia é o blog Bad Astronomy,do astrônomo (e não astrólogo) e nerd Phil Plait - vale uma visita, aos dois.
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