Esta é bem breve, mas é só um comentário sobre como introduzir elementos novos na trama sem correr o risco de estragar nada. Por motivos óbvios, o texto está CHEIO de Spoilers.
Os finais de temporada de Doctor Who de 2008 e de 2010 batem perfeitamente um com o outro, apesar de ter mudado o diretor, a equipe de roteiro, o ator principal, e o produtor executivo! No final da serie dois de Doctor Who (2006), a então companheira do Doutor, Rose Tyler, foi "exilada em uma realidade alternativa (vulgo, o mundo do Pete). Na série quatro (2008), ela retorna a realidade normal aproveitando "uma brecha entre as realidades" - e em "Journey's End", o final da série quatro, é revelado que ela veio de um mundo do Pete dois anos no futuro, em que as estrelas estão se apagando.
Bem, vendo os eventos de "Stolen Earth" e "Journey's End", é de se imaginar que as estrelas estão se apagando como resultado da "bomba de realidade" do Davros, que iria apagar TODAS as realidades... mas o final da série cinco, "Pandorica Opens" e "The Big Bang" sugere diferente... Rose revela que veio de dois anos no futuro em "Journey's End" - em novembro de 2008. Em "Pandorica Opens", é revelado que a destruição da TARDIS faria com que "o silêncio caísse", e destruiria... todas as realidades (nossa, gostam de reaproveitar ameaças...) - o legal é que isso levou a aliança mais improvável da história de Doctor Who, quer dizer Daleks, Cybermen e Sontaranos trabalhando juntos? MADNESS!. Quando isso ocorre? 20 de novembro de 2010. Como a BBC faz o possível para evitar plot holes em Doctor Who, de alguma maneira Steven Moffat conseguiu encaixar as coisas perfeitamente... E é basicamente isso que eu queria spoilerar.
Bem, não creio que eu já tenha dito isso, mas eu ando jogando um pouco (beeeemmm pouco) de DC Universe Online. Achei um jogo muito bom para o que "investi" (U$19.98 em duas expansões, e mais nada), e me anima ver que tem mais uma expansão a caminho: "Battle for Earth", FINALMENTE resolvendo parte da plotline central de DCUO - o rolo todo do Brainiac (YES! Finalmente uma chance de enfrentar ELE, e não um monte de robôs!), introduzindo uma fonte de poder nova (Terra... que não me parece muito interessante...) e abrindo espaço para um novo vilão central... por mim, deveria ser o Darkseid, mas sei lá o que vão decidir - é a DC, não espere muito sentido...
E para ver que eu não to inventando bobagem, eis o release oficial da nova expansão:
Themyscira – Experience a new Raid on Wonder Woman's home island that pits players against Chimeric Brainiacs and, ultimately, the deadly Avatar of Magic. Players will fight alongside mythical creatures such as Cyclops, Hydra and Colossus, while simultaneously protecting key units of Amazons and Beastimorphs.
South Gotham Brainiac Invasion – Supercharged action continues as players battle Brainiac's invasion force in the streets of South Gotham, the Courthouse Alert and new Duos. Working to stop Brainiac's Union – formed by the people trapped inside the bottled buildings – who are constructing Proto-Avatars to assault Gotham, players will be challenged to rise up and defend Earth against Brainiac's final assault.
The Prime Battleground – The Battle for Earth storyline leads players in to an epic battle in which they must fight all three of Brainiac's newly completed Prime Avatars, and then Brainiac himself. Heroes will fight for the safety of the Earth and its inhabitants, while Villains will want to defeat Brainiac and expand the influence of evil across the planet.
Earth Powers – Rumble on to the scene and shake things up with DCUO's ninth power set. Earth Powers can be used for both Tanking and Damage and features an exciting new Tanking mechanic that defers damage to a player's constructs and automatons. Geokinesis abilities give players the ability to shape Earthen constructs to crush enemies and reinforce allies while Seismic abilities allow players to call mighty, Earth-shaking forces to rattle and daze opponents.
Espero que seja boa - ou ao menos que seja menos... irritante do que a do Flash, que ENTUPIU Metropolis e Gotham com inimigos de nível 30 EM TODOS OS CANTOS! Ainda não há uma data certa para o lançamento de "Battle for Earth", mas já vou deixar espaço no "orçamento" para os U$ 9.99 que deve custar.
Este fim de semana eu reassisti Capitão América: O Primeiro Vingador - estava morrendo de vontade de rever esse filme desde que terminei minha monografia (sobre toda a trajetória do Capitão América, como uma crítica às políticas e a identidade americana), e na sexta-feira, decidi comprar o DVD... Afinal, esse é o tipo de filme para se TER, não para se alugar.
Embora tenha tido muita desconfiança do filme durante a produção, o resultado final é simplesmente perfeito: são raros os filmes de quadrinhos que conseguiram capturar tão bem a essência do personagem, mesmo com certas liberdades criativas. E em sua maioria, as mudanças do filme só melhoraram a história - caí a bizarrice de Bucky Barnes como o moleque inexplicavelmente no exército, o disfarce de Rogers como um soldado atrapalhado (como todo disfarce pré Homem-Aranha, aparentemente), e a incongruência do doutor Abraham Erskine ser secretamente um Nazista (sério Marvel, WTF!?).
O que se manteve foram os bons pontos do Cap: o carisma do personagem, o discurso que, ao contrário de leituras superficiais, não tem nada de imperialista, e é claro, a quase perfeição moral do Capitão, que aqui tem uma explicação meia boca - o soro do Super-soldado melhora e intensifica TUDO na pessoa, e como coloca o doutor Erskine, bom se torna ótimo, enquanto mau se torna monstruoso. E é no Soro do Super-Soldado que a versão cinematográfica do Caveira Vermelha tem sua origem, mantendo a caracterização atual do Caveira como o "anti Cap". O personagem inteiro de Rogers é estabelecido em uma fala bem simples: "Não quero matar ninguém, só não gosto de crueldade, seja lá de que lado". Da mesma maneira, o filme escapa da lógica barata de "olhem como esses alemães são maus" em uma fala também singela, e muito forte: "As pessoas esquecem que o primeiro país que os Nazistas invadiram foi o seu próprio".
E isso tem muito em comum com a temática moderna do Capitão América: a crítica ao nacionalismo e o patriotismo cego, e a rejeição do discurso "meu país, certo ou errado". O mesmo discurso que levou Hitler ao poder está presente nos EUA até hoje, mas ao contrário do que ocorre na Alemanha, não é um discurso monolítico (embora alguns paranoicos gostem de fingir que os EUA são tipo, o terceiro Reich com esteroides, mesmo sem ter um pingo de evidência). Só é uma pena que o filme não foque no Nazismo, mas sim na Hydra - embora isso seja necessário para que o filme seja distribuído no mundo todo sem problemas (legislação alemã, por exemplo, não permite a banalização do nazismo).
Contrariando minhas expectativas, Chris Evans está excelente como o Capitão - e com o físico certo para o herói, além de surpreender no começo do filme como um Rogers pré soro, mas ainda com a coragem e a retidão do Capitão: Rogers não é bom por causa do soro, o soro só lhe deu os meios de exercer a sua virtude sem tomar umas na cara. Tommy Lee Jones rouba a cena em boa parte do filme, e a única "perna bamba" de "O primeiro vingador" acaba sendo o vilão: embora Hugo Weaving convença como o Caveira Vermelha, ainda assim está um tanto... fraco. E bizarramente, é mais assustador como Johann Schmidt do que depois de revelar o porque do nome Caveira Vermelha. Lamentável. Stanley Tucci também rouba suas poucas cenas como Abraham Erskine, aqui uma figura legitimamente trágica e simpática - e com momentos de humor, como o brinde "duplo" antes do procedimento...
E de alguma maneira, o figurino convence! A primeira roupa é tosca, mas isso se deve a ser literalmente uma fantasia publicitária, provavelmente baseada em desenhos de Rogers (vale notar como a formação dele como desenhista transparece em pequenos detalhes do filme), mas ainda assim é "engolível", sem ser camp. Já a segunda roupa, após a formação do que obviamente são os comandos selvagens (com o Dum Dum Dugan, e vários outros, mas só o Dugan já foi ótimo), é bem mais "trabalhada", mas ainda é claramente a roupa do Capitão América. Como todo filme da Marvel, está recheado de pequenos "easter eggs" ao longo do filme, como o androide Tocha Humana original (exposto na feira de tecnologia onde Rogers consegue se alistar, finalmente), a primeira cena do cientista Arnim Zola (interpretado muito bem por Toby Jones, com seu rosto aparecendo em um monitor, referencia ao "rosto no peito de tv" do doutor atualmente), e é claro, os Comandos Selvagens.
Para quem gostou do (incrivelmente lento) seriado recontando a juventude do mais antigo super-herói do mundo, uma boa notícia: após um fim um tanto abrupto -e logo após Clark assumir o uniforme! - Smallville está ganhando uma "11ª temporada" na forma de quadrinhos digitais. Essa não é a primeira série a ter "temporadas" no formato de HQs - o formato deu muito certo com "Buffy, a Caça Vampiros" e "Angel", da Dark Horse, e parece que agora a DC quer a sua fatia deste bolo...
Nunca fui muito fã de Smallville, mas de alguma maneira tenho que dizer que a jogada me agrada: os quadrinhos "da lista A" do novo 52 (fora Lanterna Verde, que parece ter mudado nada) não me caíram muito bem, e francamente, Smallville era menos... irritante do que as histórias atuais do Superman. Resta esperar para ver como ficou mesmo, e se o roteirista Bryan Q. Miller vai manter o ritmo "enrolado" da série - ou finalmente vai apertar o passo, como deveria a muito.
O blog 2000AD divulgou algumas das primeiras imagens da nova tentativa de levar o distópico Judge Dredd para os cinemas, e tenho que admitir: o prognóstico está melhorando lentamente. Estrelando Karl Urban como o personagem título, e com a adorável (o que não bate muito com o cenário) Olivia Thirlby como a Juíza Anderson, as primeiras imagens mostram que, felizmente, o filme não parece ter "podado" a violência que marca as HQs. Ao contrário, para a alegria dos fãs, as imagens mostram Dredd e Anderson com armas desproporcionais - e Anderson ESTOURANDO A CABEÇA de alguém (mas podia ser mais extremo, ainda está meio 'eh').
Admito que o capacete parece meio grande demais, mas tem que se levar em conta que, ao contrário dos quadrinhos, tem que realmente caber a cabeça de alguém ali dentro. Ainda estou reticente quanto ao filme - o gosto ruim do Stallone custa a sair da boca, apesar do hilário "I AHM TEH LAERW!", possivelmente a única coisa não dolorosa daquela bomba -que cometeu o erro máximo se tratando de Dredd: mostrar o rosto do anti-herói do título, e tentou pintar Dredd como um herói, quando ele está no limiar que separa um anti-herói de um vilão de fato... Se é que dá para dizer que o braço armado de um estado totalitário não é um vilão.
Estando em parte sob cuidado dos britânicos, e com menos "mudanças" para evitar uma restrição de idade, o filme tem alguma promessa... mas continuo me preparando para uma bomba. Espero estar errado. E espero que alguém um dia faça um filme de Warhammer 40k, outra série distópica como só os britânicos fazem... Mais duas imagens, e para rir (ou sofrer), Stallone após o link
Sério, ela é bonitinha demais pra esse filme.
BOOM! HEAD SHOT! Vejo pedaços de crânio voando....
Sou só eu, ou isso tem mais jeito de roupa de vilão?
Mais um evento, mais uma roupa ridícula: parece que a Marvel definitivamente se cansou da roupa clássica do cabeça de teia, e decidiu dar mais uma armadura pro amigão da vizinhança. É, a partir do arco de história "Ends of the Earth", que começa no outono deste ano (primavera lá nos EUA), o Homem-Aranha passa a usar... essa abominação vermelha e preta, com ombreiras e manoplas blindadas... Tem algo de errado no reino do Aranha, e tem sido óbvio desde meados do ano passado, quando o herói andou mudando de roupa constantemente...
Teve essa roupa em branco e preto, do Quarteto Fantástico, que combina dois problemas em uma coisa estranha só: primeiro, quem foi o gênio que decidiu que o substituto mais adequado para o Tocha Humana era o Homem-Aranha? E segundo: porque o Quarteto não podia manter as cores clássicas, em azul, branco e preto? Nada contra os designs em si - na verdade eu achei eles excelentes - mas ainda assim me causaram muita estranheza, e não sei se isso é bom...
Aí teve esse traje "furtivo" com linhas de tron em vermelho, usado para enfrentar o Duende Macabro... Até agrada ver o Aranha vestindo preto outra vez, mas essa roupa sofreu de duas coisas muito incomodas: primeiro, as luzinhas neon num traje furtivo, dignas de Sam Fisher, o cara com um capacete que brilha no escuro em um jogo de Stealth. A segunda é: daonde Peter Parker arranja tantos upgrades tecnológicos? O traje do "Aranha-de-Ferro" tem a desculpa de ter sido feito pelo Tony Stark, enquanto essa coisa... Parker "se apropriou" de tecnologia do novo empregador. Sério, o Aranha tem acesso a um laboratório de alta tecnologia - e está dando uma de Bruce Wayne com a Wayne Corp, só que sem ser o dono da empresa... Ao menos ela saiu de uso depois que o Duende foi derrotado, então se enquadra na família "trajes específicos", como o Aranha-de-Ferro e aquelas roupas bizonhas da Guerra Secreta do Nick Fury, ou do Fear Itself.
Isso não tem lugar no Mythos
do Homem-Aranha, sério.
Quem me conhece sabe minha opinião sobre armaduras: a não ser que o herói seja baseado em usar um traje tecnológico ou blindado -e que sempre tenha parecido com o tal - armaduras não tem lugar nenhum em super heróis, especialmente no Homem-Aranha, sempre marcado pelo traje mais simples. E que de maneira apropriada, sempre pareceu uma roupa caseira. Essas super roupas cheias de grebbles, detalhes e apetrechos estão tirando a essência do Aranha. Um herói que sempre foi "de rua", e que nos últimos anos tem sido empurrado em direção aos pesos-pesados e o nível cósmico da Casa das Idéias... Acho que vou ler só Ultimate Spider-Man mesmo, por mais que esteja lendo pouco do Aranha ultimamente...
Antes que surja um "Aranha-terno", ou coisa parecida...
OH, F**** YOU MARVEL!
Aí tivemos isso, que não sei deonde, como, ou porque surgiu. Só que foi no ano passado, por mais que o traço sugira algo MUITO velho...
Bem pessoas, antes de qualquer coisa, para explicar a falta de postagens desde quinta-feira: Semana passada foi a defesa da minha Monografia.... e eu fui aprovado com nota 10! Então para minha felicidade, não sou mais um estudante de jornalismo, mas sim um jornalista formado (ou quase) - e passei o fim de semana aproveitando o momento, o que não envolveu escrever.
Mas para o que realmente interessa por hoje: Sexta-feira eu finalmente fui assistir "As aventuras de Tintin" - fazia um bom tempo que eu estava esperando pelo filme - e tenho que dizer: Spielberg pode ter "perdido o toque", mas este filme demonstra que parte do que lhe fez um grande diretor ainda está lá. Embora o clássico das HQs já tenha sido adaptado para as telas algumas vezes, está é apenas a segunda vez que o trabalho faz justiça a criação do belga Hergé - somente a série animada franco-canadense dos anos 90 conseguiu este feito. E em meu ver, tanto o filme de Spielberg quanto a série da Nelvana conseguem superar o material de origem.
Mas espera, como assim superar?! Pra ser sucinto: não que as HQs sejam ruins por si (embora as primeiras sofram muito por estarem marcadas pela falta de conhecimento de mundo de Hergé na época da autoria), mas tanto a série quanto o filme limpam o elenco, e aprimoram o timing dos quadrinhos. Indo direto ao filme e deixando o desenho (que eu adoro) de lado, além de aprimorar o que já era ótimo - apesar de tomar algumas liberdades criativas - a obra de Spielberg conseguiu o realmente improvável: superar o uncanny valley.
Produzido inteiramente em computação gráfica, em vários pontos "As aventuras de Tintin" acaba enganando: Não fossem as proporções exageradas de vários personagens (preservando as características físicas dos quadrinhos), dava para achar que é um filme de fato, e sem aquela sensação de "errado" que personagens computadorizados as vezes geram.
Saindo do aspecto técnico (e que está de parabéns), temos uma adaptação consideravelmente fiel e bem pensada de "O segredo do Licorne", com algumas mudanças - e mesclando alguns elementos de "O caranguejo das pinças de ouro" e "O tesouro de Rakham, o Terrível" (que diga-se passagem, deve ser o segundo filme do jornalista aventureiro). Embora algumas coisas tenham sido mudadas, e alguns personagens tenham sido retirados ou trocados, o tom se mantém fiel ao original - e não cai naquela falha comum de Hollywood, de tentar deixar épico o que não precisa ser (vide o novo Conan).
Tintin está apropriadamente heroico e persistente. Os inspetores Dupont e Dupond estão atrapalhados como deveriam ser -e roubando a cena, com de se esperar. Mas o ponto forte do filme vai para o capitão Haddock: em sua história introdutória, e podendo explorar o Alcoolismo que havia sido parcialmente censurado no desenho da Nelvana, o velho lobo do mar está simplesmente hilário. E de certa forma, o filme é mais dele do que de Tintin. Afinal, é o legado da sua família que permeia o filme, e é nele que se tem o maior desenvolvimento de personagem, passando de um velho alcoólatra derrotado, para um um homem implacável. Pois um Haddock NUNCA desiste!
E para os fãs brasileiros, um ponto muito bom: Embora a dublagem original do filme use os nomes americanos (Snowy ao invés de Milu, Thomson e Thompson ao invés de Dupond e Dupont, etc), em português foram mantidos não apenas os nomes originais, mas também a maior parte das vozes que marcaram o desenho dos anos 90. Um verdadeiro agrado da equipe de localização.
Quem tiver tempo, realmente recomendo que assista antes que saia de cartaz. É um filme excelente, divertido e que não estraga aquilo que é bom: ao contrário, potencializa os pontos fortes e descarta aquilo que não vale a pena. Genial. E só para fechar, o tema de abertura do desenho que marcou a minha infância (e a de muita gente) - e única coisa que faltou no filme.