sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Groo Vs. Conan chega em abril

Após cinco anos de espera - o "projeto" foi mencionado a primeira vez na WonderCon de 2007 - os dois bárbaros mais famosos da indústria de quadrinhos finalmente se encontrarão cara-à-cara em abril: a Dark Horse finalmente deu uma data para o lançamento da minissérie Groo vs. Conan, com arte de Thomas Yates (Conan) e Sérgio Aragonés (Groo).

Ano passado o criador do bárbaro apatetado Groo já havia dado algumas pistas da trama (bizarríssima): Nela, Aragonés é golpeado na cabeça enquanto tenta impedir a demolição de uma loja de quadrinhos, o que leva ao estranho crossover na mente do autor. Enquanto Yates providencia a arte para o cimério, e Aragonés cuida tanto do artwork do Groo, quanto da mescla entre os dois cenários, o roteiro conta também com Mark Evanier e Tom Luth. Vale uma olhada, no mínimo.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Seriado de Star Wars ainda a caminho...

Antes prometido para 2010, aí para 2011, e agora sem data para sair, a série de TV de Star Wars ainda pode acontecer - e já tem um título provisório: UNDERWORLD, divulgado pelo produtor da série, Rick McCallum, na semana passada. O título já havia sido utilizado pela editora Dark Horse, em uma série sobre Han Solo, Lando Calrissian e Bobba Fett, mas não se sabe se os três estarão no seriado, que se passa nos 20 anos entre "A Vingança dos Sith" e "Uma Nova Esperança".

Para ser franco, enquanto o fanboy em mim está ansioso pelo maldito do seriado - que já tem especulações em cima de especulações desde 2007! - outra parte de mim diz que isso é só mais uma peça para bagunçar o já incompreensível canon de Star Wars. Ao contrário de muitos "fãs", eu gosto de grande parte do universo expandido, e sim, eu gostei dos prequels (tirando "A Ameaça Fantasma", eita filme chato). Mas ainda assim, começo a achar que Star Wars precisa antes de qualquer coisa de uma séria faxina na continuidade, que já está inchada demais, antes de ganhar mais partes. Que a Força esteja com os produtores, e não façam nhaca, porque de histórias ruins, Star Wars está cheio...

com informações da Confraria de Arton.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

AXE planeja HQ - e parece horrível

Pois então: todo mundo conhece a estratégia por traz dos comerciais do desodorante AXE, certo? Sempre passando a ideia de que qualquer mané, usando AXE, vai instantaneamente virar um imã de mulheres - nada melhor exemplificado do que pelo bizarro e mal aproveitado desenho "Citiy Hunters".

Bem, conforme estarreceu Chris Sims, do Site Comics Alliance, parece que agora eles voltaram os olhos para o público nerd, com a mais nova campanha definitivamente insana - AXE Anarchy, uma Graphic Novel escrita com base em sugestões dos consumidores, e a ambiciosa ideia de ser a primeira HQ escrita em "tempo real" (seja lá o que isso significa em termos de quadrinhos).

Sério, o que raios é um quadrinho em tempo real? É algo que vai sendo desenhado na sua frente conforme você lê? Algo que vai sendo atualizado aos poucos? Por que sério, todo quadrinho, por ser uma mídia que depende de ilustração, texto, e a combinação dos dois, depende automaticamente de edição. Tenho certeza de que em algum lugar alguém fez uma HQ fora do tempo, que chegava "em andamento" ao leitor, mas isso já é loucura... (nota: isso pode ter sido um sonho).


E como não poderia deixar de ser em qualquer coisa da publicidade do AXE, temos uma "boa" dose de sexismo partindo já da proposta: a "trama" trata de um trio de policiais gostosonas que "não seguem as regras" - e em tramas inspiradas pelos leitores! Eu já posso ver onde isso vai parar... Ah, e visualmente: LENS FLARE, LENS FLARE PARA TODOS OS LADOS, junto com todos os filtros que uma fonte do Blambot pode usar! Ah, e é claro: PEITOS.


Ou já começou a parar, a julgar pelas sugestões dadas no preview da ideia de jerico... Mas bem, se você achou que isso tudo parece uma boa ideia, melhor ficar de olho no canal do Youtube do AXE (Pois aparentemente, por quadrinho, eles querem dizer 'vídeo') e esperar pra ver no que dá.

Lembrando que a mesma propaganda gerou ISSO.

Mais arte dos Vingadores: Quinjet no cinema?

Segundo o site SpiderMedia, a imagem ao lado é a primeira arte conceitual dos Quinjets para o filme dos Vingadores. O design parece bem inspirado nos quadrinhos - com a coloração metálica básica, e as turbinas de decolagem vertical - e pode parecer um tanto sem graça perto de suas encarnações mais coloridas em anos recentes (como em SuperHero Squad e o desenho dos Vingadores).

Porém é bom ver que o velho jato dos Vingadores deve dar as caras nos cinemas, preferencialmente com o mesmo respeito que o Pássaro Negro teve nos filmes dos X-Men. Além do que, não é exatamente ruim que o equipamento da versão cinematográfica da S.H.I.E.L.D seja mais sóbrio. Nada contra os carros voadores e outras bugigangas espalhafatosas dos quadrinhos, mas até agora, os filmes não deram brecha para isso, não acham?

Morre Richard Alf

Definitivamente, o tempo não está bom para os veteranos nerds: neste domingo, faleceu o co-fundador da San Diego Comic Con, Richard Alf, aos 59 anos. Alf foi um dos primeiros voluntários da principal convenção de quadrinhos dos EUA - e praticamente financiou sozinho as primeiras três edições.

Alf também foi o fundador da Kingdom Comics, famosa loja de quadrinhos de San Diego. Junta-se ao rol de grandes artistas, idealizadores e ativistas do público nerd que se foram recentemente, e fará falta. Vítima de câncer pancreático - diagnosticado apenas no final do mês passado - Alf decaiu rapidamente em saúde, não tendo tempo, ou chance, de tratamento.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Quadrinhos indie e gratuitos!

Para quem gosta de quadrinhos indie, quer mais facilidade de acesso, e não quer pagar os preços muitas vezes abusivos que saem nas raras ocasiões em que são publicados por aqui, vai uma boa dica: o site ElectroComics traz as obras de vários expoentes dos quadrinhos contemporâneos completas em pdf - e de graça.

São autores como Anne Makarov, Andrea Brunno e Borretch - fora do mainstream da nona arte, e completamente diferentes do costumeiro. Vale uma boa olhada, no mínimo.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Matando personagens...

A decisão narrativa de matar um personagem é sempre uma questão complexa, e como todo bom leitor já deve ter notado, nem sempre é feita da maneira certa: não são raras as mortes na ficção que ocorrem sem causar nenhum impacto, quase que completos non sequiturs narrativos - enquanto outras causam revolta pelo quão súbitas e impactantes acabam sendo.

A morte é uma ferramente dramática muito forte, uma das únicas certezas da vida, e uma questão lastimavelmente mal aproveitada nas histórias em quadrinhos - onde ninguém fica morto, exceto os pais do Batman e o tio Ben - e ainda menos em animação, onde o que é basicamente censura impede que qualquer um morra (embora tenha numerosos casos de "morto por outro nome", como petrificado, trancado em outra dimensão, em coma eterno, etc).

MORTE COMO DRAMA


Talvez a forma mais comum de se matar um personagem seja para gerar mais tensão e mais drama dentro do universo ficcional - Talvez os melhores exemplos sejam as múltiplas "mortes via história de origem", aqueles personagens conhecidos apenas em flashbacks, e que são mortos para definir o "porque" de outros. Gente como o Tio Ben - cuja morte motiva o Homem-Aranha -, Thomas e Martha Wayne, os pais do Batman, e o cientista Ho Yinsen, que motivou Tony Stark a virar o Homem de Ferro.

Porém não é apenas parar começar uma história que essas mortes dramáticas - e em geral mais aprofundadas - servem. Duas das mais belas e bem escritas cenas de morte das HQs estão em "Crise das Infinitas Terras": A morte de Kara Zor El, a Supergirl da Era de Prata, e a morte do segundo Flash, Barry Allen. Em ambos os casos, são personagens que dão tudo o de si para tentar salvar o mundo - Supergirl basicamente espancando o Anti-Monitor (e sendo a primeira a conseguir ferir o vilão) e o Flash sendo consumido por sua própria velocidade para destruir a bomba de anti-matéria do Anti-Monitor.


Outra cena de morte que cabe completamente como puro drama foi a morte da Tia May, no inicio dos anos 90, antes do fiasco da saga do clone: os últimos momentos da mulher que era muito mais uma mãe para Peter Parker, morrendo tranquilamente em seus braços, a aceitação da finitude da vida, o choro sincero  - tudo uma cena belíssima e bem escrita - e arruinada pelos editores: não bastasse a revelação estapafúrdia de que quem morreu era uma ATRIZ, ainda houve posteriormente o fiasco de "One More Day", onde ao contrário do que houve nos anos 90, Parker é completamente incapaz de aceitar (apesar dos pedidos de TODA a comunidade heroica, e da própria Tia May) que a hora dela chegou - e estraga toda a continuidade para evitar isso. O Aranha é um dos personagens com mais mortes desse tipo - todos devem lembrar da morte de Gwen Stacy, uma das maiores reviravoltas da industria de quadrinhos, certo?

Eu chorei ao ler isso, e depois a Marvel me enfureceu.

MORTE COMO CHOQUE


Outras vezes, a morte de um personagem vêm como uma forma de provocar choque tanto nos leitores quanto nos personagens - são aquelas mortes completamente inesperadas, e que muitas vezes parecem a primeira vista mal escritas. Essas vão desde afirmações políticas, como o assassinato do Capitão América no final da Guerra Civil (como uma metáfora nada sutil para a morte dos ideais americanos) até um lembrete de que qualquer um pode morrer - e as vezes não há nada que possa ser feito.
O sonho está morto.

Um ótimo exemplo é o episódio "O Corpo", de "Buffy, a Caça Vampiros": após lidar como um tumor no cérebro durante boa parte da 5ª temporada, a mãe da Buffy parece estar se recuperando bem - e aí ela simplesmente morre, vítima de um aneurisma. É completamente súbito e inesperado, e uma série onde a solução sempre era "encontre o monstro, bata nele", e onde personagens menores morriam TODOS os episódios, essa uma morte é extremamente impactante. Não é uma situação onde se pudesse fazer qualquer coisa, e não é um personagem desconhecido: Joyce era uma presença constante desde o primeiro episódio. E a sua morte gerou dois dos melhores diálogos da série como um todo.

"Mas eu não entendo! Eu não entendo como isso acontece. Como se passa por isso. Eu quero dizer, eu conhecia ela, e e aí ela é, só tem um corpo, e eu não entendo por que ela não pode simplesmente entrar de volta nele e não estar mais morta. É estúpido. É mortal e estúpido, e, o Xander está chorando e não está falando, e eu estava tomando ponche de frutas, e aí eu pensei, a Joyce nunca mais vai tomar ponche de frutas, e ela nunca mais vai comer ovos, ou bocejar, ou escovar o cabelo, nunca mais, e ninguém em explica porque!"

E

"Buffy - Dawn... eu estive... trabalhando. Eu estou ocupada por que eu preciso..." 
 "Dawn - Não, você está me evitando"
  "Eu não estou! Eu tenho que fazer essas coisas, por que quando eu paro... aí ela realmente se foi. E eu estou tentando, Dawn, eu realmente estou tentando cuidar das coisas. Mas eu nem sei o que eu estou fazendo! A mamãe sempre sabia. 
 "Ninguém lhe pediu para ser ela!"
 "E quem vai ser se eu não for?! Huh, Dawn, você pensou nisso? Quem vai fazer as coisas ficarem melhores? Quem vai cuidar da gente?" 
Um outro bom exemplo de morte como choque - embora uma que tenha sido desfeita pouco depois - é a morte do Mestre no final da terceira série de Doctor Who: embora pudesse, como qualquer Senhor do Tempo, regenerar, o Mestre escolhe morrer, ao invés de passar a eternidade junto com o Doutor - novamente condenando o Doutor a solidão, e eliminando a sua única esperança de não estar só no universo. Além de ferramenta dramática, dá um "soco" na cara do Doutor e dos espectadores, que não esperavam que fosse possível um Senhor do Tempo morrer tão facilmente.




MORTE COMERCIAL


E algumas vezes, a morte é só uma maneira de se vender mais quadrinhos... Quer exemplo melhor do que a morte do Super-Homem? Anunciado como O grande evento dos quadrinhos, "Death of Superman" no final das contas não passou de uma manobra publicitária (e que deveria ter sido vista a quilômetros de distância, afinal, quando que a DC mataria seu maior personagem?), para tentar vender quatro personagens novos (e horríveis). E a DC repetiu a dose com Batman R.I.P., que parecia uma trama boa, e parecia algo sério, com um novo Batman que fazia sentido - o Asa Noturna, Dick Grayson - mas no fim das contas foi só uma jogada para vender mais bat-títulos.

Esses babacas - e teve mais um.


Mas isso não ganha do massacre que foi "Transformers: The Motion Picture", que matou TODO o elenco original, com algumas pequenas exceções, para dar lugar a novos personagens - e novos brinquedos. O mesmo aconteceu na continuidade japonesa com "The Headmasters", que teve ainda menos dignidade ao eliminar o elenco antigo. Ou o "mega-evento" da Marvel, Massacre, que também matou TODO MUNDO, para abrir espaço para reboots - apagados no ano seguinte...




MORTES MAL APROVEITADAS/MATEM A LISTA C


Ele morreu? Mas eu nem sabia quem ele era!
E quando se quer gerar drama falso, sempre se tem aqueles personagens que ninguém liga. Matem alguns personagens, finjam que a coisa tá séria, só não matem ninguém importante: essa parece ser a norma por trás da maioria das mortes nas HQs e das que ocorrem na animação, enquanto em séries de TV as mortes costumam ser de personagens da semana. "Guerra Civil" tem 'bons' exemplos disso: embora o evento tenha matado vários supers com nome, e detido mais outros tantos, os únicos mortos "relevantes" foram o Capitão América e... O Capitão América. O resto dos falecidos foram da lista C para baixo, com "ilustres desconhecidos" como Trovoada, Homem de Cobalto, Escaravelho Dourado, Golias Negro (a única morte de impacto), Radical, e Alfabeto... Alguém liga para esses caras? Eu nem sei quem são 99% deles! Truque barato para atrair simpatia do público, e que raramente funciona.

NOT REALLY DEAD


E aí temos os casos em que um personagem não está morto, mas o efeito é essencialmente o mesmo: ele é retirado da história de forma permanente, ou quase permanente. Isso vai desde os inúmeros personagens "congelados" ou "petrificados" em quadrinhos e em desenhos animados, como forma de escapar dos limites da censura, até casos onde o não ter morrido serve para aumentar o drama.

Doctor Who traz um exemplo constante disso, nas regenerações do Doutor: embora o Doutor "ainda viva", o que ocorre na prática é que ele morre, e outro cara toma o seu lugar. Mas a série traz outros dois casos onde o não morrer é drama intencional: Rose Tyler, presa em outra realidade, longe do Doutor - que sabe que ela vive, mas nunca mais poderá vê-la (embora ela retorne na quarta temporada, apenas para ser isolada outra vez), e Donna Noble, que teve tudo o que ela passou junto com o Doutor apagado de sua mente, para salvar sua vida, mas na prática a Donna que acompanhou o Doutor está morta, e o que ficou é a Donna pré Doutor: mesquinha, fofoqueira e fútil.


Outro caso é a versão de Transformers Animated da Arcee - e que é um caso de morte por história de origem: mentalmente destruída pelo que passou nas mãos dos decepticons durante a grande guerra, quando é vista no presente, está trancada em um estado de fuga, do qual nunca sai. Todo o shipping entre ela e o Ratchet se torna ainda pior quando se nota isso - e que o pobre Ratchet sabe que ela nunca vai se recuperar. Não é a toa que ele é tão amargo - ou que ele dê tanto valor ao Omega Supreme, a única coisa que "sobrou" da Arcee - apenas para perder o Omega duas vezes.