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domingo, 1 de maio de 2016

10 das mais estranhas linhas de brinquedos dos anos 80.

Assim como Lewis “Linkara” Lovehaug faz questão de dizer sobre quadrinhos, eu tenho que dizer sobre brinquedos: brinquedos são estranhos. Na disputa pela atenção de crianças (e em tempos mais recentes, colecionadores), os fabricantes de brinquedos ocasionalmente levam em frente ideias... incomuns.


Em alguns casos, a estranheza surge apenas quando se olha para o corpo ficcional (porque a história por trás da maioria das linhas é de dar inveja a quadrinhos da Era de Prata). Em outros, os brinquedos em si são bizarros.  


Eu já escrevi sobre algumas linhas bizarras dos anos 80, mas as sortudas escolhidas para esta lista merecem destaque. Sim, elas são mais estranhas do que máscaras do poder, veículos metamorfos, ou robôs cuja cabeça é um cara. As dez linhas a seguir são o creme de la creme da esquisitice.  

10 - Rock Lords (Tonka, 1986)




Eu já falei disso no meu texto sobre Go-Bots, mas não custa repetir. O que raios se passou na cabeça dos designers da Bandai ao criar a sublinha de Machine Robo que viraria os Rock Lords eu não sei. O que se passou na cabeça dos executivos da Tonka ao comprar esses bonecos, é um mistério maior ainda. São pedras. Pedras que viram robôs. A linha contou com um filme (péssimo) e foi praticamente esquecida exceto como uma piada recorrente entre saudosistas e colecionadores de brinquedos.

9 - Super Naturals (Tonka, 1986)




Eis aqui uma linha que tinha um gimmick bem interessante... e que não sabia o que mais fazer. Assim como a mais bem sucedida (mas ainda fracassada) Visionaries da Hasbro, os bonecos de Super Naturals usavam holografia para dar a ilusão de algo místico. Mas onde os cavaleiros da Hasbro usavam isso em brasões, os guerreiros da Tonka o faziam no corpo todo. No lugar de um rosto, tinham um adesivo holográfico, parcialmente coberto por uma armadura removível. O cenário era supostamente medieval, mas um dos heróis era um guerreiro apache. E graças a mesma coisa que fazia deles algo interessante nos anos 80, hoje é quase impossível achar um Super Natural que não tenha virado uma massa de sombras envolta em um boneco.

8 - Wheeled Warriors (Mattel, 1985-1986)





Wheeled Warriors era primariamente uma linha de veículos, assim como M.A.S.K.. Onde a linha da Kenner focava em veículos “reais” que viravam máquinas fantásticas, a da Mattel envolvia tanques futuristas com  partes intercambiáveis e armas absurdas, pensados para serem combinados livremente. Com alguns dos designs mais estranhos e incompreensíveis dos anos 80, a linha tratava da heróica Lightning League contra os malignos Monster Minds. O conceito da linha foi alvo de Knockoffs diversos (muitos dos quais melhores que os originais) no começo dos anos 90. O desenho, Jayce and the Wheeled Warriors, saiu quase um ano após os brinquedos fracassarem no mercado.

7 - Dino Riders (Tyco, 1989-1990)





Dino Riders é puro awesome concentrado, com uma dose extra de “wtf” para dar gosto: no distante planeta Cellardyke, os pacíficos Valorians fugiam dos malignos Rulons. Em uma tentativa desesperada de escapar dos invasores, os Valorians usam seu “projetor espaço temporal”, levando a guerra para a Terra, 65 milhões de anos no passado! Enquanto os Valorians liderados por Questor fazem amizade com os dinossauros nativos, o Imperador Krulos dos Rulons trata de criar dispositivos de controle mental para dominar as bestas... o resultado? Duas facções em guerra, montadas em dinossauros com lasers.

6 - Food Fighters (Mattel, 1989)



Ah, food Fighters... desprovidos de articulação, os bonecos da bizarra linha da Mattel se salvam do fracasso total pelo conceito hilário: uma guerra entre itens alimentícios. A guerra entre os Kitchen Commandos liderados pelo Burgadier General, um cheesburger, e os Refrigerator Rejects comandados por Mean Weener, um cachorro quente. A linha era vendida em lojas de desconto, contou com apenas 10 figuras e três veículos, e não tinha nenhuma peça de ficção para acompanhar. Minha hipótese quanto ao porque disso existir? Resto de plástico que a Mattel não sabia como usar.


5 - Sectaurs, Warriors of Symbion (Coleco, 1985)


Sectaurs era uma linha com uma ideia interessante: no distante planeta Symbion, um acidente científico leva a um mundo de insetos gigantes e funde o DNA de seus habitantes com de insetos. Toda a criatividade parece ter se esgotado aí, no entanto. As facções se resumiam ao “Reino Luminoso”, liderado pelo príncipe Dargon e o Domínio das Trevas do General Spidrax. Os bonecos vinham acompanhados de “aliados insetos”, e as figuras mais caras tinham bestas de montaria, com pelos de verdade. Infelizmente, Sectaurs contou com apenas cinco episódios de animação para divulgar a linha... e foi condenada ao esquecimento.


4 - Inhumanoids (Hasbro, 1986)






Em termos de conceito, Inhumanoids é até normal: de um lado, um grupo de cientistas, a Earth Corp, tentando salvar o ambiente com a ajuda dos misteriosos Mutores. Do outro, malignos monstros que estavam aprisionados no centro da Terra até que nossa expansão desenfreada os libertou, os Inumanóides. Mas a execução...


Os Inumanóides e os Mutores são figuras decentes para a época. São os cientistas da Earth Corp que fazem a série entrar aqui. Jamais haverá uma linha com proporções tão estranhas e disformes quanto essa, com corpos gigantescos e cabeças minúsculas que fariam Rob Liefeld sentir vergonha alheia.

3 - The infaceables: Mystic Warriors of Change (Galoob, 1984)




Nos anos 80, havia uma abundância de bárbaros parrudos nas prateleiras das lojas de brinquedos. Mas poucos eram tão estranhos quanto os Infaceables, bonecos com rostos de látex que, através do poder mágico do vácuo, “se transformavam em bestas”. O efeito era mínimo a época e os poucos Infaceables que resistiram ao tempo mal conseguem manter suas formas “normais”. A linha contava com as forças heroicas do homem-leão Iron Lion contra o maligno conquistador (e homem elefante) Tembo, e tinha o melhor personagem de todos os tempos: o perverso Torto the Claw, um homem galinha (ok, ele na verdade é um homem peixe, mas o molde ruim faz ele parecer mais com uma galinha). Muito como He-Man, as proporções eram exageradas e por algum motivo, todos eles estavam fazendo joinha.


2 - The Mysterians (desconhecido, 1985)



O sucesso de Transformers levou a uma legião de imitadores, e nos anos 80 era impossível jogar uma bola numa loja de brinquedos sem acertar algum robô que virava alguma coisa. Com todas as boas ideias tomadas por outras marcas, os enigmáticos Mysterians eram robôs que viravam... formas geométricas. Achar qualquer informação confiável sobre esses seis robozinhos é quase impossível. Como diz o nome, são um mistério.  Mas há de se questionar o que leva alguém alguém a fazer uma linha de robôs que viram... Nada.


Por outro lado, em tempos recentes tivemos robôs que viram letras e números...

1 - Rocks&Bugs&Things (Ideal, 1985)



O que eu não pagaria para estar na reunião de conceito que criou essas coisas...


Como muitas linhas na época, Rocks&Bugs&Things tinha duas facções em conflito: as Rochas e os Insetos, lutando para devorar as Coisas. As Rochas eram monstros  que se disfarçavam como pedras, e que se abriam para devorar suas presas com o apertar de um botão. Os Insetos eram, bem, insetos (e dois aracnídeos) que revelavam uma segunda face com o apertar de um botão. E as Coisas eram os pequenos Mordles, duendes de borracha cujo único destino no mundo era ser devorados por seres além de sua compreensão.

A linha durou pouco, mas a Ideal parecia ciente do quão pequena ela era por si só: o comercial perguntava quem poderia salvar os Mordles dos monstros terríveis? Robôs? Soldados? Heróis? Descaradamente, a Ideal deixava claro: Rocks&Bugs&Things era pra ser usada com os bonecos da concorrência.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

12 monstros gigantes que lhe farão questionar sua sanidade

Semana passada, eu postei uma lista daqueles que eu considero os melhores monstros gigantes do cinema. Quem conhece bem os exemplos citados deve ter notado que eu não mencionei: Monstros gigantes são estranhos. Não há como escapar disso. Sejam mutações radioativas, aliens ou seres extra dimensionais, o próprio conceito de um monstro do tamanho de um arranha-céus é bizarro. Mas alguns monstros dão aquele passinho a mais em direção a esquisitice.


Estes são alguns dos monstros mais estranhos a terem aparecido em séries e filmes. Suas origens são esdruxulas, sua aparência absurda, seus poderes surreais, e suas fraquezas insólitas. Eles vieram diretamente dos recônditos mais obscuros da mente humana, e vão lhe deixar perguntando “Mas o quê”? Se tiver conhecimento de mais algum ser abominável e mais alguma gárgula inexplicável, deixe seu comentário. Seus monstros serão bem vindos.







12 Wargilgar (Zone Fighter)


Para quem não conhece (e vou me espantar se alguém conhecer) Zone Fighter era um clone de Ultraman produzido pela Toho em 1973. Assim como Ultraman, Zone Fighter tinha uma coleção enorme de esquisitices, e ninguém exemplifica isso melhor do que Zandolla. Tentem descrever essa aberração colossal. Simplesmente tentem. Com partes de múltiplos invertebrados, olhos na ponta de antenas (e um segundo par de antenas atrás destas) e um pescoço longo e fino, Wargilgar já serie estranho por si só. Mas a Toho teve que ir aquele tanto a mais: Wargilgar tem canhões na boca e no peito que disparam fogo, lasers e magma. Zone Fighter é uma série cheia de monstros estranhos, mas Wargilgar merece o prêmio.

11 Dogora (Dogora)


Um dos mais criativos monstros da “era de ouro” dos monstros gigantes, Dogora é um gigantesco polvo/lula/água viva espacial, vindo para a Terra para roubar nossos recursos minerais. A criatura fantasmagórica aterroriza a humanidade, roubando todas as formas de carbono - de ligas de metal até diamantes. Dogora foi um dos filmes mais bem produzidos do gênero na época, sem usar fantasias, o que faz com que a criatura pareça realmente algo “de outro mundo”.


O corpo amorfo, a obsessão com diamantes e a maneira como Dogora ataca o Japão remetem aos marcianos do livro First and Last Men - mas enquanto os Marcianos são derrotados em guerra, Dogora tem um fim que o torna ainda mais insólito: veneno de vespa. Sim: Dogora finalmente levou a humanidade a encontrar um uso para vespas, e isso apenas confirma o que eu já sabia: vespas são a anti-vida.


10 Dada (Ultraman)


A série Ultra tem muitos monstros estranhos - o bastante para eu encher essa lista só com eles - mas alguns se destacam mais do que outros, a começar pelo Dada Seijin de Ultraman. Inspirada pelo movimento artistíco Dada, esse alienígena sádico podia se teletransportar, ficar invisivel, possuir humanos e mudar de tamanho, sendo puro combustível de pesadelo. Vindo para a Terra em busca de cobaias, o alien de três faces foi detido pelo Ultraman.


Mas o que o coloca nessa lista é o design: não bastando as linhas sem sentido do corpo, o Alien Dada contava com três rostos diferentes por nenhum motivo. E a Tsuburaya productions insiste em usar a face “A” de Dada em comerciais como “interesse romântico” para o Ultraman, e vestir as três faces desse ser estranho como cheerleaders em animações cômicas. Mas isso é de menos: o que importa é que nada em Dada faz sentido, especialmente a visão de um bicho cabeçudo desses com 40m de altura.


9 O Rato-Morcego-Aranha (The Angry Red Planet)

Aparecendo por poucos minutos no filme B The Angry Red Planet, essa quimera merece respeito. Com as pernas de uma aranha, a cabeça de um morcego e o corpo de um rato, esse monstrengo aterroriza brevemente os astronautas em Marte, e conquistou um lugar ao sol entre as “tosqueiras” de filmes B. Embora seja horrivelmente mal feito, o Rato-Morcego Aranha é uma demonstração de como criar um monstro original combinando coisas velhas. Agora, cadê o remake de The Angry Red Planet, ou cade o SyFy fazendo “Rat-Bat-Spider versus Sharktopus”?

8 Whalewolf (Sharktopus versus Whalewolf)

Da série supracitada do SyFy (cujo astro fica para outra ocasião), temos Whalewolf, uma criatura parte orca, parte lobo, parte homem, criada por motivos de CIÊNCIA (ou para curar um jogador de baseball - como, eu não sei). A besta gigantesca fica fora de controle, e apenas o Sharktopus pode nos salvar do Lobisorca. Essa coisa é um dos seres mais sem sentido da história dos monstros gigantes. Tudo, da origem até a motivação (sua criadora disse que o doaria para uma petshop - por isso ele decidiu destruir tudo) resulta em perguntas que deveriam ficar sem resposta. Sim, a série Sharktopus é uma paródia - mas isso não faz com que ele deixe de ser, dentro da narrativa, uma ideia muito, mas muito estúpida.

7 Guiron (Gamera versus Guiron)


Alguns monstros tem chifres, outros tem garras afiadas, ou caudas espinhosas. Armas naturais são uma parte integral de quase todo monstro gigante, mas alguns levam isso longe demais. Guiron, por exemplo, não se contenta com ter um chifre: ele tem uma faca na cabeça. Ou talvez seja melhor dizer que a cabeça dele É uma faca. Esse ser absurdo era o defensor do planeta Terra (não o nosso, o outro planeta Terra) depois dele tomado por duas alienígenas comedoras de cérebro (não pergunte, é Gamera Showa). O seu trabalho dedicado de proteger o planeta foi pro saco quando Gamera apareceu e fez picadinho de monstro com o cabeça de faca - mas seu legado vive (ou vivia) na forma do Knifehead de Pacific Rim - que também bateu as botas.

6 Hedorah (Hedorah, o monstro da poluição)


Um alienígena da Nebulosa de Gás Negro que se alimentava de poluição e caiu na terra há 243 anos (era um tempo de origens simples) Hedorah é um dos mais criativos monstros da era Showa de filmes do Godzilla. Similar em conceito ao Destoroyah da minha lista anterior, Hedorah cresce até assumir proporções gigantescas (e gosmentas) e sai pelo Japão consumindo poluentes e aumentando de tamanho, deixando um rastro de chuva ácida por onde passa. Seu corpo tóxico e corrosivo é uma ameaça até para o Rei dos Monstros, impedindo Godzilla de enfrentá-lo diretamente.


Hedorah seria “esquisitinho” não fossem alguns detalhes. 1º o Monstro é extremamente vulnerável a eletricidade “por que sim”. 2ºEm uma cena, um fragmento de Hedorah cai dentro de uma boate. O monstro mata tudo dentro da casa noturna exceto um gato. 3º Os pedaços individuais de Hedorah podem parecer com um girino, mas ele não é um animal: isso é uma massa de poluentes, um monstro mineral e tóxico (ou seja: ele é um MUK). E 4º: o monstro feito de poluição consegue soltar lasers dos olhos. Porque sim.


5 Os Grabbers (Grabbers)



Os monstros da hilária comédia de horror inglesa Grabbers são um caso engraçado. Não é sua aparência (um grande verme com tentáculos, ou uma anêmona ou hidra móvel) que faz eles entrarem aqui, mas sim sua fraqueza: esses monstros antropófagos não conseguem digerir álcool, e portanto a única maneira de se proteger contra eles é... estar muito, mas muito bêbado. Ágeis, grandes e ferozes, mas derrotados por bêbados galeses. Eis os Grabbers.

4 Os Gatos Espaciais (Ultraman Max)



Três seres esféricos vindo do espaço sideral, Mike, Kuro e Tama são os “gatos espaciais”. Suspensos sobre pernas finas, a primeira vista é dificil ver o que esses seres de um olho só tem de “gatos”. Isso é, até olhar eles de costas, ou ouvi-los. Além dos miados, Um terceiro par de pernas ligados as nadegas e cauda de um gato revelam a sua identidade como “os gatos do espaço”. Mas não é só na forma que eles merecem entrar nessa lista. O trio consegue se expressar via Emoji (sério), e gera uma onda psíquica que leva as pessoas a se esquecerem de quem são - incluindo Ultraman MAX esquecer como se Ultramanzeia.




Eles também são capazes de cuspir raios de energia, mas quem precisa disso quando se é um gato do espaço? Sem os raios eles tiveram uma das mais hilárias quase-vitórias contra um Ultraman em toda a franquia. E em quase cinquenta anos de Ultraman, poucas coisas são tão estranhas quanto uma bola de espinhos com pernas de opilião e bundas de gato que fazem emojis através de seu único olho e provocam amnésia.




3 Gan-Q (Ultraman Gaia)



Se os Gatos do Espaço pareciam estranhos, Gan Q faz eles parecerem normais. Um ser extra-dimensional, Gan Q desafia qualquer tentativa de tirar sentido dele. Surgindo como um olho gigante no solo, o monstro dimensional começa seu rastro de destruição levando um dos pilotos da X.I.G. a loucura. Ressurgindo com um corpo parcial, o olho risonho se diverte com a destruição que causa - e para melhor causar as explosões que tanto o entretém, ele extrai matéria prima do solo para construir um novo corpo (Gan Q [Code nº1]).


Se ele já era estranho como um olho flutuante, em sua forma bípede Gan Q é ainda mais desconcertante, rindo loucamente de tudo e gerando um raio poderoso, e um espaço extra-dimensional que quase leva Ultraman Gaia a loucura. Gan Q une o caráter totalmente alienígena dos monstros da literatura de H.P. Lovecraft com um toque cômico que nada faz para torná-lo menos perturbador: do contrário, a risadinha constante, mesmo quando ferido, faz de Gan Q uma das coisas mais aterradoras a aparecer em toda a franquia Ultra. Alguém faça o parar de rir, por favor.



2 Biollante (Godzilla versus Biollante)


Aqui temos o melhor tipo de monstro, o monstro criado por ideias estúpidas. Depois de perder sua filha em um atentado terrorista, o Dr. Shiragami tem a brilhante ideia de combinar o material genético dela com o da sua rosa favorita e as células do Godzilla, resultando em uma rosa monstruosa com a alma da filha de Shiragami, e que trata rapidamente de buscar terras mais férteis. Os gritos (ou choro) da criatura atraem Godzilla, que rapidamente trata de destruir a rosa colossal. Que grita durante toda a luta, mais exasperada enquanto arde em chamas.



É aqui que ela passa a ser realmente estranha. Biollante se fragmenta em esporos luminosos, que se reformam como um planta descomunal, com uma cabeça de crocodilo e múltiplos tentáculos (vários dos quais terminando em bocas). Nada na franquia Godzilla é mais estranho que Biollante. Mesmo com um bafo ácido, essa aberração da natureza ainda assim foi derrotada - e ficou ainda mais estranha ao se desfazer em esporos mais uma vez, ir para o espaço e virar uma rosa gigante. NO ESPAÇO. Não sei que drogas usaram para escrever isso, mas devem ser pesadas. Parte dela voltou mais tarde, como outro esquisitão, o Space Godzilla. Mas isso é outra história. E não é tão estranha quanto um clone de uma mulher com o DNA de uma rosa e do Godzilla.


1 Bullton (Ultraman)

Uma criatura misteriosa e amorfa que veio para a Terra na forma de dois meteoritos (um vermelho e um azul), Bullton tranquilamente ganha o prêmio de o monstro gigante mais bizarro. Capaz de alterar a realidade através de pequenas antenas saindo dos orifícios na sua carapaça meteórica, Bullton é um dos seres mais surreais da série Ultra - se não o mais surreal. E quando as suas duas metades são unidas, o monstro assume proporções gigantescas. Não bastasse isso, essa coisa estranha é capaz de invocar outros monstros,

Revele-me teus mistérios, Bullton... O que é você? Um coral? Uma anêmona? Algum tipo de ameba gigante dentro de uma pedra? O que diabos é você? Bullton e sua bizarrice inerente influenciou outros monstros sésseis na franquia Ultra, mas nenhum o supera em esquisitice. Mesmo ignorando seus poderes, Bullton é estranho. Outros monstros vieram em meteoros, mas Bullton é um dos únicos a ser o meteoro - e o único a não assumir outra forma para causar destruição. O que diabos era aquilo?

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A insanidade bombada de He-man e os mestres do universo

Os anos 80 foram uma fonte interminável de linhas de brinquedos absolutamente bizarras, e acompanhando essas linhas de brinquedos memoráveis, estavam desenhos igualmente estranhos. Mas nada é mais emblemático da relação promíscua de animação e brinquedos do que He-Man e os Mestres do Universo.

Criada pela Mattel em 1982, a linha de brinquedos de He-Man e os Mestres do Universo surgiu como mais uma das tentativas da empresa de se recuperar de um dos seus maiores erros: ter recusado a proposta de George Lucas para produzirem os brinquedos de Star Wars. A ideia para o bárbaro bombadão foi de Roger Sweet.

As três faces da loucura
Sweet percebeu duas coisas essenciais: uma era que a linha tinha que ter identidade própria (e não repetir o erro da tentativa anterior da Mattel, Big Jim, e copiar a concorrência) e a outra é que ela teria que ser simples. Com essas coisas em mente, e inspirado por arte de Frank Frazetta e histórias de Conan, o Bárbaro, Sweet produziu três protótipos para o “He-Man”: um bárbaro, um soldado cibernético e um astronauta.

O Bárbaro ganhou - e sua similaridade com Conan foi tamanha que os detentores de direitos sobre a obra processaram a Mattel; em 1980, a empresa havia firmado um contrato para lançar bonecos do filme do cimério, e cancelado o contrato em cima da hora, apenas para lançar um boneco parrudo que parecia muito um Conan loiro.

A trama era simples: de um lado os “Mestres do Universo”, liderados por He-Man, e do outro os Guerreiros do Mal, liderados por Skeletor (Esqueleto, no Brasil). Nas primeiras histórias, disponibilizadas junto com os bonecos e escritas em parceria com a DC Comics, as duas facções batalhavam em uma terra pós apocalíptica para juntar as duas metades da Espada do Poder e proteger ou conquistar o Castelo de Grayskull. Nessa micro continuidade, o bárbaro herói era um homem das cavernas em um mundo arruinado (muito similar ao clássico de Jack Kirby, Kamandi), e essa versão da história explica porque os bonecos de Skeletor e He-Man vinham cada um com uma espada do poder "pela metade".

A simplicidade e a bizarrice

O boneco padrão da linha:
acocorado, disforme, fazendo
joinha.
Os bonecos “básicos” do He-Man eram bastante simples: um corpo extremamente musculoso de tanga, braços e pernas desproporcionais e uma cabeça grande demais para o corpo. Articulação era restrita aos ombros, pescoço e quadris. Os joelhos e cotovelos estavam permanentemente dobrados (o que fazia parecer que eles estavam indo ao banheiro), e a cintura contava com um elástico para um “soco poderoso”. Uma mão era aberta para segurar acessórios, e a outra era completamente espalmada (o que faz do “soco poderoso” algo mais perto de um “tapa avassalador”).  

No entanto, a partir dessa estrutura básica He-man trouxe alguns dos bonecos mais bizarros já vistos pelos olhos humanos. Snout Spout tinha uma cabeça de elefante e esguichava água. Stinkor fedia. Moss-man era coberto de musgo. Mekaneck tinha um pescoço que esticava. Man-e-faces tinha rostos alternativos. Roboto e Mandibula tinham braços alternativos. Rio Blast abria em meio zilhão de armas. E assim vai: o segredo de He-man era uma forma estranha de simplicidade. Simplicidade em que cada boneco tinha uma coisa para fazer, a partir de uma base em comum.

Moss-man tinha cheiro de pinho. 

Roboto: "mecanismos internos" e membros intercambiáveis

Só eu que acho ele parecido com um Chuck Norris pré barba?

Extendar, e a habilidade de se esticar
Leech: o poder das ventosas
Esse boneco fede. sério.


As coisas ficaram ainda mais estranhos quando a linha passou a sair desse padrão base. Dragstor tinha uma roda no peito (que permitia que ele “corresse como um carro”). Twistoid e Rotar eram essencialmente piões. Blast-Attak explodia. Modulok era feito de 22 peças intercambiáveis (para assumir formas diferentes). Rokkon e Stonedar viravam pedras. Grizzlor era peludo. A insanidade não tinha fim. Conforme a linha se expandia, o mesmo acontecia com o número de facções: Skeletor foi "destronado" como o vilão principal por Hordak, e o mesmo foi tomado da posição por King Hiss, e ao final da linha, os "mestres do universo" tinham que lidar com os guerreiros do mal, a horda maligna e os homens serpente.

Dragstor, o homem moto. 

Grizzlor, ou: "colei membros num tribble".

King Hiss, desprovido do seu disfarce humano.

Mantenna (os olhos "saltam")

Modulok, ou "o que diabos eu ganhei?"


Um dos mais famosos playsets dos anos 80. 
A linha contou também com veículos, montarias (mais notórias, Gato Guerreiro e Panthor, as montarias do He-Man e do Skeletor, respectivamente, criadas a partir de um molde para uma linha de safari), criaturas, gigantes e playsets (um dos quais, o Castelo de Grayskull, me trás lembranças muito pessoais envolvendo cair do sofá). Poucas linhas providenciaram tanta variedade quanto He-man, ao mesmo tempo que traziam bonecos que faziam tão pouco. Para dar um exemplo, as montarias e o boneco Ram-Man contavam com zero pontos de articulação.

Do plástico para a TV

Como toda boa linha de brinquedos dos anos 80, He-Man contou com uma série animada - uma das primeiras do gênero. Produzida pela Filmation, a série animada expandiu o personagem do He-Man: ele agora era Princípe Adam, o aparvalhado e fresco herdeiro do trono de Etérnia, que ao erguer a espada do poder e gritar “EU TENHO A FORÇA”, se transformava no herói mais poderoso de todos, He-Man.

Embora tivesse roteiros de futuros notáveis como J. Michael Straczynski ( Babylon 5), Paul Dini (Batman the Animated Series), David Wise (de Real Ghostbusters e Tartarugas Ninja) e Larry DiTillio (Beast Wars), a série era o lixo barato típico da época. Com animação limitada e orçamento tão baixo que as duas formas de He-Man eram idênticas salvo pelas roupas (o que levanta a pergunta de como ninguém notava que o principe Adam era o He-Man), o desenho inovou em um aspecto: pela primeira vez em anos, o herói de uma série animada americana podia de fato bater em alguém - mas ainda assim não podia usar a espada como uma espada. Para “compensar” a violência, cada episódio se encerrava com uma “moral da história”.



Os designs para a série nova continuavam tão... sugestivos
quanto na original. 
He-Man foi um gigante a sua época. com 130 episódios em duas temporadas, a série original foi exibida repetidas vezes de 1982 à 1990, recebendo uma continuação (As novas aventuras de He-Man) em 1990, onde Adam e Skeletor eram transportado para um mundo futurista, e um filme em 1987, com Dolph Lundgren no papel principal. Há sinais de que o filme (desastroso) tivesse sido pensado inicialmente como uma adaptação de outra sério, o Quarto Mundo, de Jack Kirby. Não que He-Man já não tivesse doses elevadas de Kirbosidade (e os quadrinhos publicados desde 2012 parecem buscar reafirmar a inspiração da série no mestre dos quadrinhos).

Não mais disforme.
Em 2002 houve uma tentativa de recriar He-Man, com sucesso limitado. Na nova série, Skeletor era o meio-irmão do Rei Randor, pai do príncipe Adam. A linha contou também com novos bonecos, um bocado menos deformados que os originais (mas igualmente centrados em gimmicks de funcionalidade duvidosa). Sinceramente, a série de 2002 é talvez a melhor maneira de se acompanhar He-man: a animação e os roteiros são bons para a época, o conjunto é mais coeso que na série original, e a premissa de Adam e He-man serem vistos como pessoas distintas faz muito mais sentido quando He-man parece ter o triplo do tamanho do príncipe.

O Exemplo do trabalho da Four Horsemen: Merman.
Por sua vez, a linha clássica teve um revival modernizado em 2008, através do estúdio Four Horsemen, que tem produzido bonecos modernizados de He-Man, com designs extremamente detalhados (e sem as proporções bizarras do original). A linha continua contando com novos lançamentos, apesar de ser distribuída exclusivamente pela loja online da Mattel. Com o nome Masters of the Universe Classics, a coleção aprofundou o background de vários personagens, concretizou várias artes conceituais abandonadas e oficializou certos redecos, como Wun-darr, o He-man moreno promocional de uma marca de pão. (Ele vem um com um pão!!!!).

She-ra: uma linha de ação para meninas.
He-Man também gerou um spin-off, She-Ra, A princesa do Poder, em 1985. O spin-off centrado na irmã gemea de Adam, princesa Adora, contou com 93 episódios, mas nunca atingiu a mesma popularidade do primo. A linha era orientada para meninas, uma das raras linhas para esse público à época que não era centrada em moda e relacionamentos. Os bonecos de She-Ra contavam com moldes menos disformes que os de He-Man, cabelos “de verdade” e acessórios em tecido - mas não eram compatíveis com a linha original.



Todas as imagens de figuras são de He-man.org. Agora fiquem com o mais "infame" vídeo do He-man: