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quarta-feira, 8 de março de 2017

O medo dos robôs e o medo de uma revolução

O medo da revolta da máquina: acima de tudo,
o medo de uma revolta do proletariado.
No clássico cinematográfico Blade Runner, adaptado do livro Androids Dream with Electric Sheep, de Phillip K. Dick, um pequeno grupo de replicantes liderados por Roy Batty se revolta contra seus criadores em busca de seu direito à vida. Em Ghost in the Shell, de Mamoru Ohshii com base em Masamune Shirow, uma inteligência artificial passa a roubar corpos em busca não apenas do sentido de sua existência, mas de seu direito de existir. Já no conto All the Troubles of the World, de Isaac Asimov, o super computador Multivac manipula a humanidade para levar à sua própria desativação. E na canção Saviour Machine, de David Bowie, a epônima "máquina salvadora" tenta futilmente convencer a humanidade a destruí-la. 

Em comum as quatro histórias citadas tem a objetificação e escravização de mentes inteligentes - mesmo que artificiais - como motor de seus conflitos.   Embora o tópico seja abundante nos anais da ficção científica, é raro que saia do básico "computadores/robôs do mal contra a humanidade". Este temor pelo que nossas criações fariam conosco foi apelidado por Asimov de "Complexo de Frankenstein": a ideia obsessiva e irracional de que a humanidade esteja fadada a ser substituída por suas criações, assim como temia o doutor Frankenstein no livro homônimo.