Nada de super-protótipos, armas secretas ou qualquer coisa do tipo em VOTOMS: com a exceção dos "Soldados Perfeitos", a série é uma das tomadas mais sóbrias que a animação japonesa comercial - ou seja, excluindo obras de arte como Tumulo dos Vaga-lumes e Jin-Roh -já produziu. O foco aqui é exclusivo nos personagens, enquanto o que acaba roubando a cena em outras séries de mecha, os mechas em si, são realmente tratados como ferramentas. E o grande conflito central de Votoms - a guerra entre o império de Gilgamesh e a república de Byalarant - é de início somente o pano de fundo para a tragédia e o horror que é a jornada do protagonista, Chirico Cuvie, como este tão brutalmente define na narração de abertura do primeiro episódio:
Gilgamesh e Byalarant: duas nações em guerra há mais de um século. Para defender meu planeta natal Melkia, eu me alistei e fui para a linha de frente. Eu lutei, lutei e lutei, e após dois anos, sem nenhum aviso, a guerra havia acabado, e eu não lembrava mais o porque eu estava lutando (parafraseado)Já desde o início, é obvio que Chirico - descartado pelo seu "novo" esquadrão quando os mesmos debandam, e tratado como um traidor pelo seu próprio lado - não voltou "bem" da guerra. Ao longo da série ele exibe traços claros de Stress pós-traumático, agravados pela quantidade enorme de vezes que é jogado novamente em uma guerra que parece retornar constantemente, e que se entremeia a sua "guerra pessoal". Isso em meio a uma série de conspirações pelos dois lados, especulações sobre a incrível capacidade de combate dele, e a misteriosa Fianna, um dos primeiros "Soldados Perfeitos".
Enquanto as duas partes finais de Votoms perdem esse foco no "pós guerra", as duas primeiras partes da série focam em aspectos importantes do que vem após o conflito. Uoodo com o espetáculo de corrupção e decadência vindo de uma cidade devastada pela guerra e largada à mão de um governo de emergência que não tem nenhuma intenção de sair do poder, e que se beneficia da violência que impera nas ruas - tão bem definida como "uma Sodoma dos tempos modernos, uma Gomorra forjada por cem anos de guerra" - e Samsa com as tensões constantes e a sempre presente ameaça de um estopim para mais uma guerra. Ajuda o fato de que os episódios todos de Samsa foram claramente inspirados na guerra do Vietnã, um perfeito exemplo de conflito inútil.
Eu sempre ouvi falar dessa obra mas nunca consegui ter acesso a ela, vou ver se consigo assistir e dar o meu parecer sobre o anime.
ResponderExcluirP.s: sabe se tem mangas do votom?
Eu não sei se tem mangás BONS de Votoms - não é um caso que foi adaptado para a TV, mas sim de algo que teve um mangá "empurrado", como aconteceu com o Gundam Original, ou com Transformers, que tiveram mangás muito duvidosos (e que obviamente foram feitos por gente que não viu nada do material de origem). Agora, tem uma rencalhada de OVAs muito bons, mas também, são quase todos do Ryosuke Takahashi, diretor e roteirista desde o marco zero de Votoms.
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