quinta-feira, 30 de março de 2017

Juntas Soltas: Energon Demolishor

Saindo de Dinobots não oficiais e de figuras relativamente recentes, que tal viajarmos para o distante ano de 2004, no auge da chamada trilogia do Unicron, a última grande parceria entre Hasbro e Takara para criar ficção de transformers?

Lançado em 2002 na linha Armada e na linha Micron Densetsu (sob o nome Ironhide), Demolishor era o apatetado braço-direito do líder Decepticon Megatron. Dublado por Alvin Sanders, Demolishor estava entre os personagens mais desenvolvidos de Armada - o que não quer dizer muito, a não ser que seu nome seja Starscream

O boneco foi relançado em 2004 como parte das linhas Superlink e Energon (na qual foi um exclusivo da rede KB Stores) com seu novo esquema de cor para a segunda série da trilogia, antes de ser reformatado como um caminhão de entulho e perder o que lhe restava de inteligência. 



 Forma de veículo



Bonitinho, simpático. Carregado de armas.

Como muitos dos bonecos de Armada, Demolishor é um veículo completamente fictício, vagamente baseado em um ADATS. Pequeno e atarracado, o tanque passa uma aura de "tanque de metal slug" ou "chefe de jogo de nave". 


A torre gira e as baterias de mísseis podem subir e descer, uma de muitas coisas cada vez mais rara de se ver em um Transformer tanque - O Megatron de Combiner Wars, por exemplo, só girava sua torreta - sem poder levantar o canhão. 


 Para um tanque tão diminuto, Demolishor tem um arsenal invejável: 4 lançadores de mísseis e duas baterias de metralhadoras, cada uma com cinco canos, fatores que deixam claro o caráter anti-aéreo do veículo (o que é estranho: levou metade da série para que os Autobots tivessem algum veículo aéreo - embora todo mundo voe na segunda série, Energon).   


As proporções estranhas se tornam mais claras quando a figura é vista de lado. A bateria esquerda conta com um gimmick ativado por minicon, se estendendo para ativar um lançador por mola, bem forte para o seu tempo (ajuda que os mísseis são leves).



Um tanque muito convincente, se me perguntar - mesmo não sendo nada realista


Só dois dos mísseis disparam - os do lado direito são lançadores falsos, servindo só para segurar os mísseis quando não estão em uso. Sem eles, o tanque parece ainda mais "SD".  


Demolishor conta com uma quantidade impressionante de detalhes moldados na figura, quase todos destacados por abundantes aplicações de tinta e um paint wash invejável, o que ajuda a tornar a forma completamente fictícia mais "crível". É um trabalho de pintura que naõ se vê mais hoje em dia - nem em figuras não oficiais.


Além do lançador, Demolishor conta com outro gimmick de Mini-con: seu parceiro pode ser encaixado no vão da parte dianteira do tanque, fechando o veículo e tornando-o mais completo. Um botão na parte traseira dispara o parceiro como um projétil (que com sorte cai com as rodas no chão). 


Minicon: Blackout




Falando no diabo... como muitos minicons, o parceiro de Demolishor, Blackout, tira seu nome de um Micromaster de geração 1. A forma de veículo dá a impressão de ser apenas metade de um veículo (como seu xará), no caso algum tipo de Transporte Blindado de Pessoal com seis rodas - duas delas falsas e bem evidentes.


Virando os canhões para a parte de cima do veículo e erguendo a antena, tem-se um veículo um pouco mais convincente, embora ainda estranhamente curto. 


A forma de robô é uma das mais proporcionais entre os minicons de Armada, com braços levemente longos e uma cabeça quase tão diminuta quanto a de um combiner em estilo Scramble City. Infelizmente, a cabeça não tem a pintura necessáira para destacar seu headsculpt incomum nesta versão. 


Para um minicon, Blackout é bem articulado: juntas simples nas pernas e joelhos acompanhadas por ball-joints nos braços. 

Forma de base



Essas articulações permitem que o pequenino interaja com seu "bulk" em uma daquelas formas que estão mais para um passo intermediário de transformação: uma plataforma de artilharia com uma cadeira para o minicon. 

Forma de robô.




Com uma transformação simples - dentro do padrão da época - a plataforma se converte em um robô de ombros largos e membros finos com todo o charme peculiar de um robô de ficção científica barata. As ombreiras de míssil fazem ele ser muito mais alto do que deveria, enquanto as mãos de metralhadora acabam sendo bem mais convincentes do que a média das mãos feitas de pedaços do alt-mode. 


Como muitas figuras desta época, o head-sculpt é cheio de personalidade, em um esgar furioso acentuado pela assimetria do olho coberto por um "tapa-olho" (ou seria um scouter de Dragon Ball?) e um pequeno... dispositivo de mira? sobre o mesmo. A expressão facial é um tanto exagerada, mas bate com o personagem e não incomoda tanto quanto algumas faces de Beast Wars, por exemplo, com seu pseudo turtleface.


Infelizmente, a forma de base resulta em uma enorme "plataforma" que lhe serve não tanto de "mochila" quanto de pochete. Não há nada que se possa fazer sobre essa peça de Kibble em particular.


As articulações estão acima da média para a época: rotações nos ombros e na cintura, dobras simples nos joelhos e cotovelos e juntas universais nos quadris. Infelizmente, a cabeça não vira.


Não que isso o impeça de fazer algumas poses mais dinâmicas. 


Blackout pode ser usado nessa forma como um acessório de canhão duplo para os braços de seu parceiro...

QUE QUE EU FIZ DESSA VEZ, PRIMUS?!

Ou para ativar o lança mísseis de ombro (que funciona bem melhor se a transformação daquele braço for desfeita, como na foto).

Considerações finais

Existem duas figuras obrigatórias ao se discutir Armada (e Energon, por extensão), representando dois extremos da linha. Onde a abominação chamada Side Swipe representa as piores características da linha (proporções duvidosas, um retrocesso em termos de articulação, gimmicks que prejudicam a figura completamente e falta de carisma), Demolishor mostra o que havia de melhor. 

De certa maneira, Armada retomava (ao menos do lado dos 'Cons) a estética "pseudo futurista" da segunda metade de G1e a modernizava. E Demolishor o fazia com maestria. Sim, para os padrões atuais ele é meio que um tijolo que inexplicavelmente não mexe a cabeça, mas para o seu tempo? Demolishor é praticamente um exemplo de como a linha de Armada deveria ser: divertida, com um design chamativo, cheia de gimmicks de ação que não interferem com o resto da figura e - após o excesso de complexidade de Car Robots/Robots in Disguise - simples. Ainda é uma figura ótima - embora não tenha muito lugar em um display focado em uma estética específica que não a de Armada/Energon/Cybertron.

TANKWALK MODE!

Além do que, esse é o único transformer que eu conheço com uma transformação secreta em um derivado do ED-209 de Robocop. 

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