quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Substitutos Ruins: Agente Americano.

Mais um substitutos ruins, dessa vez com o Agente Americano - aquele cara de uniforme preto que tomou o lugar do Capitão América por um tempinho... Então conheçam o horror que é John Walker, vulgo Jack Daniel, o Super Patriota, Agente Americano, Capitão América, ou qualquer nome patrótico que ele está usando nesta semana. Esse texto é um pouco mais... sóbrio, assim por dizer, pois o retirei da minha monografia e dei uma mexida.


Ou seja: ele se veste como um
rejeito  barato de Judge Dredd
Quando Rogers abandonou a identidade do Capitão América na década de 80, o governo americano passou o cargo para John Walker. Criado em 1986 por Mark Gruenwald, o personagem já havia se envolvido com o Capitão América antes de assumir o papel em 1987. Em sua primeira aparição, em Captain America vol. 1 #323, de novembro de 1986, Walker usava o título de “Super Patriota” - e um uniforme que faz o de Rogers não parecer patriótico.

Irmão de um piloto de helicóptero falecido no Vietnã, Walker se alistou no exército americano para honrar a memória do irmão. Dispensado com honras do serviço militar, Walker buscou uma outra maneira de servir ao país através do grupo criminoso A Corporação, que lhe deu força e agilidade sobre humanas. Endividado, Walker cria uma identidade heróica como o Super Patriota, financiado por várias corporações, e para criar uma imagem como o verdadeiro herói americano, organiza um comício para criticar o Capitão América – que já estava posicionado contra o governo e as políticas externas e internas dos EUA.

Ou no caso da roupa original, um boneco de ação de R$ 1,99
Durante o comício Walker é atacado por um grupo de fãs do Capitão América auto intitulados Buckies – após derrotar os Buckies, o Super Patriota desafiou Rogers,alegando que o povo americano tinha o direito de decidir quem realmente representava a América. Em que ninguém além de Walker soubesse, o ataque dos Buckies havia sido uma fraude, armada para pintar o Super Patriota como o verdadeiro herói, enquanto o Capitão pareceria um covarde incapaz de aceitar criticas[1].

Quando Rogers abandonou o cargo, Walker foi indicado para servir como o novo Capitão América pela Comissão de Assuntos Super Humanos. Sem que Walker estivesse ciente, o presidente da comissão, e vários outros integrantes da mesma, eram aliados do Caveira Vermelha, em um complô para sabotar a imagem do Capitão América original, e para colocar alguém mais facilmente manipulável no lugar.

Embora Walker se esforçasse para seguir o modelo deixado por Rogers, sua visão mais reacionária se refletia nos métodos mais violentos: quando seus ex-companheiros Right-Winger e Left-Winger foram capturados pelo movimento ultra conservador dos Watchdogs, Walker matou vários membros do movimento, e ao descobrir que os dois haviam sido os responsáveis pelo vazamento de sua identidade secreta, deixou os ex-companheiros para morrer em uma explosão[2].

Durante todo o período de publicação do personagem – que ainda está ativo nos quadrinhos, atualmente como coordenador do super-grupo Thunderbolts – Walker trabalhou ou para o governo americano, ou para empresas. Apesar da comissão ter sido exposta como agentes do Caveira Vermelha, Walker manteve-se leal ao órgão do senado, mesmo sem garantias de que a nova comissão estava livre de influências alheias.

Quando Rogers voltou a ser o Capitão América, Walker assumiu uma nova identidade como o Agente Americano, que foi abandonada em Mighty Avengers #35, de 2010, quando Walker ficou paraplégico após um confronto com o vilão Nuke. Enquanto o Capitão América original é patriótico, porém crítico do seu país – e muitas vezes posicionado abertamente contra – Walker representa uma outra forma de patriotismo: o nacionalismo ufanista, desprovido de razão crítica. Ao longo de seus 25 anos de publicação, Walker se recusou a cogitar a possibilidade do governo estar errado, e em suas primeiras histórias como o Capitão América, quase serviu como um peão do Caveira Vermelha justamente por esta falta de senso crítico. Porém esse caráter de crítica ao patriotismo cego foi atenuado quando passou a ser escrito por outros autores além de Gruenwald.

[1] Captain America vol. 1 #323, novembro de 1986
[2] Captain America #347, 1988

Um comentário:

  1. Caras... esse é o problema da Marvel. Inventar essas "versões" de personagens que não ajudam em nada.

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