E uma dessas coisas é o tratamento que eles dão as questões LGBT - enquanto muitas das outras softhouses estão "nem aí" e algumas como a Epic não vêm problemas em contratar notórios ativistas contra os direitos civis de homossexuais como Orson Scott Card, ao menos nessa questão a EA sempre se posicionou positivamente, como quando, junto a outras 40 empresas, se posicionou contra uma peça de legislação que nega diversos direitos a casais homoafetivos. Isso além de ser uma das poucas empresas que costuma incluir conteúdo LGBT igualitário em seus títulos - e não meramente "colocar lésbicas para fanservice". Estou olhando para vocês, Compile Heart e D3...
E porque eu estou falando tudo isso a respeito do "Grande Satã" da industria de games? Beem... porque a EA está fazendo algo inovador e que exige um bocado de coragem nesse front: semana que vem, junto a Human Rights Campaign - um dos maiores grupos ligados a direitos LGBT nos EUA, antes que acusem a EA de fazer "um stunt publicitário e nada mais - a Electronic Arts estará sediando a primeira grande conferência sobre as questões LGBT em Games. Também estão envolvidos no evento entidades como a Human Rights Coalition e a Ford Foundation.
Eis os tópicos que serão abordados, segundo o convite recebido pelo Kotaku.com:
- A origem da homofobia em games.
- O desenvolvimento de legítimos cenários e personagens LGBT.
- A diferença entre linguagem exclusiva e inclusiva.
- Criando e promovendo ambientes de trabalho inclusivos para funcionários LGBT na indústria de entretenimento digital.
Hipocrisia: isso é "ofensivo e excludente", segundo homofóbicos |
É uma jogada ousada, mas que já deveria ter sido feita há muito tempo - não custa lembrar que esse é o meio em que ofensas e ameaças foram disparadas, e páginas foram depredadas e derrubas da web em resposta a sugestão de uma vlogueira falar sobre questões de gênero em games. E no qual a mera existência de opções LGBT em Mass Effect 3 e Dragon's Age 2 causaram furor na internet (houveram outras causas para nerd rage, fato - mas ainda houve muita gente ofendida meramente com a possibilidade de jogar com um homem gay; poucos reclamaram das lésbicas), e em que a adição de conteúdo LGBT em Star Wars: The Old Republic foi recebida com ameaças de boicotes. E jamais vou entender porque homofóbicos se sentem ameaçados por inclusão...
Mas isso dividiu a opinião da mesma bandalhada que reclamou da primeira imagem... |
Sim, há muito de condenável na EA - e na indústria de Games como um todo, vendo que as práticas nocivas da EA são adotadas também pela Activision, Ubisoft, Capcom, Bandai Namco (que fez um dos mais extremos esquemas de "Pay to play" de tempos recentes), entre outras - mas façamos um favor de reconhecer quando eles fazem a coisa certa, mesmo que tardiamente. E podem ter certeza: a mera ideia dessa convenção será recebida com hostilidade por muita gente, o mesmo tipo que se sentiu excluído quando Mass Effect incluiu opções de relacionamento gay. E por gente que acha que é um assunto "irrelevante", que não lhes afeta e que não deve ser discutido nunca...
Nenhum comentário:
Postar um comentário