quinta-feira, 19 de julho de 2012

Crítica: Dominions 3


Dominions 3 é, em uma palavra, confuso. Embora seja um jogo que eu adore, não posso deixar de pensar que é complicado demais. E antiquado demais. A série Dominions tenta recapturar aquela sensação dos jogos de estratégia dos velhos tempos, como os da extinta SSI (Panzer General, Fantasy General, alguém lembra?). Eram jogos complexos, que exigiam uma quantidade imensa de micro gerenciamento, que deixou de ser possível nos jogos em tempo real.

Em Dominions, o objetivo é simples : na pele de um "deus impostor", derrotar todos os outros deuses impostores do mapa e se tornar o único e verdadeiro deus. Não há diplomacia, não há comércio com os outros jogadores, é você contra todo mundo. Algo que não se vê muito em jogos atuais. Em alguns é até mais viável ganhar pela diplomacia! (GalCiv, estou olhando para você!)


Já começando o jogo, tem um monte de opções, a primeira barreira que pode afastar os novatos. Primeiro : Não há modo campanha, e não há tutorial. O jogo vêm com um manual de 300 páginas, melhor ler ele primeiro, já que o jogo não explica coisa alguma. Segundo : após escolher o mapa, tem que se escolher a Era.. Como assim, escolher a Era?! Explico : Dominions é dividido em três Eras (early, middle e late, falta de criatividade nos nomes? Na verdade, não). Essas eras não são como as eras do Age of Empires, que se passam durante o jogo. A escolha delas é só na criação do jogo, e vai decidir as civilizações, as unidades, magias, e deuses impostores disponíveis. Aí vem as civilizações, e o número de jogadores... CINQUENTA CIVILIZAÇÕES, cada uma com uma versão diferente para cada era, e dotadas de uma variedade incrível... vai desde um "não império romano" até a cidade submersa de R'lyeh, do escritor H.P. Lovecraft. A última etapa pra se começar o jogo, é criar os deuses impostores, e sim, Cthulhu pode estar nesse jogo, uma das formas para um deus de R'lyeh é o grande antigo em pessoa, e outra é Nyarlathotep! Já aqui, temos um monte de variáveis que nem o manual explica direito. Dá pra escolher a forma do deus, as capacidades mágicas, a maneira como ele afeta o mundo, e quanto tempo ele vai levar para despertar... e todas essas características influenciam um monte no jogo.

O mapa estratégico, no meio de um jogo loongoo
E falando em afetar o jogo, o sistema inteiro é estupidamente cheio de variáveis, tanto que a única maneira de tornar os combates viáveis foi fazer com que o comando das tropas fosse indireto, atrávez de "ordens gerais". Apenas no mapa estratégico, a parte de gerenciamento, temos : Taxas, Patrulhamento, Fé, Caos/Ordem, Temperatura, Vitalidade/Poluição, Recursos, Ouro, Fortalezas, Templos, Mana (seis tipos), e os inúmeros tipos diferentes de unidades (mais de 1500 no jogo todo), cada uma com habilidades especiais que podem ou não afetar o mapa estratégico. Fora as magias (+ de 600), Itens mágicos (+ de 300), e lugares especiais (sei lá quantos tem), que podem bagunçar muito o andar do jogo. No final das contas, o jogo acaba sendo tão complexo, que nem a máquina é capaz de lembrar de tudo que pode ser feito, e a AI do jogo sofre com isso, fazendo imensos exércitos de unidades básicas por não lembrar de fazer heróis que possam fazer fortalezas, por exemplos. Nota : não é que a AI esquece de fazer FORTALEZAS, mas sim dos heróis que podem faze-las.
Pena que toda essa descrição é perdida num jogo sem história.

 O combate tático então, tem tantas regrinhas, que como dito acima, não pode ser compreendido pelo jogador, que pode no máximo determinar "comportamento geral" e ver o combate andar. Por causa das regras caóticas, alguns combates tem resultados absurdos, como um deus impostor tombar para um Blood Slave (a unidade mais fraca do jogo inteiro), ou um único cavaleiro derrotar 300 devoradores de mentes, simplesmente por ter sorte nos "dados". E olha que isso são só coisas que eu VI, não sei se alguém passou por algo pior jogando.

Dominions conta com um cenário rico, com ótimas descrições, que infelizmente é perdido em um jogo cuja história é literalmente apenas uma desculpa pro quebra pau. Daria um ótimo cenário de rpg, embora seja uma "salada de frutas", com elementos vindos de tudo quanto é canto.

Como podem ver, não é um jogo bonito.

Agora, saindo de jogabilidade, e indo pra parte menos interessante. Dominions é um jogo pesado e feio. embora rode em qualquer máquina hoje em dia, e tenha um visual de jogo de MS DOS, exige toda a atençao da máquina justamente por causa de todas essas variáveis malucas. Mesmo quando se opta por não ver um combate, com o tempo o jogo fica lerdo, e pode ser bom se restringir a mapas pequenos, a não ser que sua máquina seja muito boa. O que é uma pena, já que ele parece ter sido feito para pcs mais antigos.

Dominions pode ser encomendado direto do fabricante, que disponibiliza ele por download ou em forma física. O jogo custa 57,95 dólares. A Shrapnel é uma empresa pequena, e surpreende uma equipe pequena e com poucos recursos lançar um jogo tão complexo,  e que ganhou vários prêmios em 2006, quando foi lançado. Quem estiver interessado em jogar, posso marcar um jogo via e-mail, já que os turnos demoram mais do que ver tinta secar.

3 comentários:

  1. www.preguicaalheia.blogspot.com

    Parabéns pelo blog.. entra no meu e se gostar pode seguir!!

    ps.: estou te seguindo!

    Abraço,
    P.A.
    ______________________________________
    http://www.preguicaalheia.blogspot.com

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  2. Valeu pelo comentário, e continua entrando ^^

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  3. Puts, pena que só consigo jogar os jogos mais mastigados tipo C&C

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