No anos 80, duas coisas dominavam o mercado de “figuras de ação”: veículos ridículos, e coisas que viravam coisas. Nenhuma linha combinou essas duas coisas tão bem quanto Transformers depois do filme M.A.S.K., lançada pela Kenner em 1985.
Mas o que diabos é M.A.S.K? Leiam e descubram.
A trama
Como toda linha para garotos na época, M.A.S.K. era sobre um grupo de heróis (o Moblie Armored Strike Kommand - porque má alfabetização é legal) combatendo um grupo de vilões (Vicious Evil Network of Mayhem). Pense G.I. Joes e Cobras, Autobots e Decepticons, Tartarugas Ninja e o Clã do Pé e você tem uma ideia do imbróglio.
No caso, os heróis eram uma força tarefa secreta liderada por Matt Trakker, um milionário filantropo que desenvolveu poderosas “máscaras” (que eram na real capacetes) com habilidades incríveis, alimentadas por uma pedra misteriosa. Ao seu lado estava um grupo de especialistas em todos os campos que na hora do perigo largavam seus trabalhos diários como professores, veterinários e o que fosse para combater as forças do mal.
A face bigoduda do mal. |
Já os vilões eram liderados por Myles Mayhem, outrora o parceiro de negócios de Trakker. O bigodudo roubou metade das máscaras, matou o irmão de Trakker, Troy, e fundou um sindicato criminoso visando se apoderar do submundo do crime. Ao seu lado, um grupo de criminosos, terroristas e espiões da pior espécie.
Além das máscaras, a batalha entre os dois contava com o grande destaque de M.A.S.K.: incríveis veículos com dois modos, como um Camaro capaz de virar um jato, um caminhão que vira uma fortaleza móvel, um Corvette que vira uma lancha, ou um helicóptero que vira um avião (why?).
A Linha
O catalogo inicial de M.A.S.K. |
A linha de brinquedos de M.A.S.K. era simples. Cada veículo vinha com um piloto (ou dois, no caso dos veículos maiores), uma máscara para o piloto e nada mais. Cada veículo tinha duas formas, com parte da transformação automatizada, e alguns contavam com veículos secundários.
Os bonecos possuíam o mínimo possível de articulação: joelhos, quadris, pescoço e ombros. A pintura era limitada e não incluía os olhos (sem brincadeira). As máscaras eram feitas de borracha e se encaixavam direto na cabeça dos bonecos.
Simplesmente péssimo. |
Mas não eram os bonecos que importavam. Cada coisa na qual a Kenner economizou nos personagens era traduzida naquele tanto a mais nos veículos. Enquanto os veículos de G.I. Joe eram feitos em plástico moldado na cor, os veículos de M.A.S.K. contavam com partes em metal, funções de ação, pintura detalhada e compartimentos secretos.
Os primeiros dois anos de M.A.S.K. seguiram essa estrutura de veículo+pilotos. Eles mantinham o tema de “vigilantes contra o crime internacional”, usando a animação como peça publicitária para os brinquedos (e coincidentemente, com o lançamento da série 2 de brinquedos, todo mundo ganhou um veículo novo).
Os primeiros dois anos de M.A.S.K. seguiram essa estrutura de veículo+pilotos. Eles mantinham o tema de “vigilantes contra o crime internacional”, usando a animação como peça publicitária para os brinquedos (e coincidentemente, com o lançamento da série 2 de brinquedos, todo mundo ganhou um veículo novo).
Em 1986, no fim da série animada, a linha mudou de foco para um tema de corrida, redesignando as duas facções como equipes esportivas. Assim, M.A.S.K. passavam a ser “”os caras honestos” e V.E.N.O.M os trapaceiros. Essa repaginação contou com 10 episódios animados.
A linha resultou em alguns dos conjuntos mais bizarros dos anos 80 (como outdoors que viravam plataformas de batalha, postos de gasolina e pedágios que viravam bases ou catapultas, uma torre de gasolina que abria em armas, e uma caixa de madeira que virava um veículo de ataque aéreo. Vários itens anunciados nunca foram lançados.
Em 1988, a última coleção da linha, Split Seconds, abandonou o tema de “veículos transformáveis” para focar em veículos que se dividiam em dois. Além do piloto, cada set vinha com um “clone holográfico” do piloto, uma cópia em plástico transparente do personagem.
O desenho
Como qualquer linha de brinquedos da época, obviamente M.A.S.K contava com um desenho animado, produzido pela DiC Entertainment. A série, plenamente esquecível, simplificou a história, deixando vaga a origem da organização V.E.N.O.M e introduziu alguns personagens a mais, rapidamente agregados a linha de brinquedos. Scott Trakker, o filho de Matt Trakker e o robô aparvalhado T-Bob, que virava uma motoneta, para criar identificação entre as crianças, nas fileiras da M.A.S.K.. A V.E.N.O.M. por sua vez ganhava o submisso Maximus Mayhem, irmão gêmeo do maligno Myles.
O desenho tinha todos os problemas de comerciais disfarçados de séries da época: era formulaica, repetitiva, os personagens tinham a profundidade de um pires (e nada do carisma “tão-ruim-que-é-bom” dos seus concorrentes da Hasbro). A animação oscilava entre o aceitável e o sofrível. Embora V.E.N.O.M. fosse nominalmente um cartel criminoso de assaltantes, traficantes e espiões, suas tramas no desenho incluíam coisas como:
- soltar centopeias gigantes (The Creeping Terror)
- Destruir prédios em Hong Kong com uma arma sônica (Bad Vibrations)
- Obter um tesouro no fim do arco íris (Follow the Rainbow)
- Vender replicas do elmo e da capa do rei havaiano Kamehameha (The Royal Cape Caper)
- Encolher carros raros para roubá-los (Disappearing Act)
E a melhor de todas... Transformar as águas de Veneza em gelatina, para assim poder desenterrar a barca real de Cleopatra (espera, o que? Venice Menace). Alguns episódios eram menos idiotas, mas no geral.... era um desenho dos anos oitenta.
Mas verdade seja dita, a série tinha uma coisa memorável, e boa: o tema de abertura, composto pelo israelense Shuki Levy, responsável por outras aberturas memoráveis como as de Mighty Morphin’ Power Rangers, He-man e os Mestres do Universo, X-Men the Animated Series, The Super Mario Bros Super Show e Inspetor Bugiganga.
M.A.S.K. hoje em dia
Com o cancelamento da linha em 1988, M.A.S.K. tinha tudo para ser mais uma daquelas séries esquecidas dos anos 80. A aquisição da Kenner pela Hasbro em 1991, e o posterior fechamento em 2000 parecia confirmar isso, mas a gigante dos brinquedos tinha outros planos.
Em 2008, a Hasbro agregou M.A.S.K. a G.I. Joe com o lançamento do boneco Specialist Trakker, um resgate de Matt Trakker como líder de um esquadrão especial dentro dos Joes. A unidade era munida de “veículos de combate disfarçados como veículos comuns” - uma referência clara a linha de brinquedos.
Embora Trakker seja o único personagem de M.A.S.K. a ter um boneco em G.I. Joe, a série foi completamente absorvida pela franquia maior. A V.E.N.O.M. passou a ser uma célula da Cobra responsável pelo desenvolvimento de armas, e junto com as empresas de Destro, é responsável por “aquisição de fundos” e lavagem de dinheiro.
Embora Trakker seja o único personagem de M.A.S.K. a ter um boneco em G.I. Joe, a série foi completamente absorvida pela franquia maior. A V.E.N.O.M. passou a ser uma célula da Cobra responsável pelo desenvolvimento de armas, e junto com as empresas de Destro, é responsável por “aquisição de fundos” e lavagem de dinheiro.
Mas há planos maiores para M.A.S.K.: este ano, a Hasbro registrou novas trademarks para M.A.S.K e V.E.N.O.M, indicando que uma nova linha pode estar a caminho. Além disso, Matt Trakker deve aparecer no 3º (e sempre adiado) filme de G.I. Joe, puxando para um possível filme de M.A.S.K.
Que bom que alguem ta comentando
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